27 - tu se justifica muito

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- Ok senhor convencido, vamos nos sentar naquele banquinho bonito. - apontei animada.

Ele riu concordando indo comigo, nos sentamos e a primeira coisa que fiz foi olhar para o céu.

- Parece que quando tamo' junto a lua tá sempre cheia. - observou e concordei. Deitei minha cabeça em seu ombro um pouco insegura se ele iria achar ruim. - Queria te perguntar tem um tempo isso...

Desviei meu olhar da lua. Essa menção de pergunta conseguiu me deixar nervosa.

- Sou toda ouvidos. - respondi sentindo ele encostar sua cabeça na minha. Olhávamos para o mesmo ponto sem focar nossos olhares.

- Sei que tem seus b.o e do seu problema em deixar homens se aproximar... Apesar de ter ficado feliz de ter deixado que eu fizesse isso criou uma pergunta dentro da minha cabeça, por que Lua? Por quê eu? - seu tom era baixo. Havia sinceridade em sua dúvida.

Senti meu corpo reagir a pergunta. Afinal, por que ele? O coração batendo mais rápido e minha respiração falhando fez meus olhos se fecharem pra pensar numa resposta mais sincera possível para Otávio.

- Eu não sei sabe? Eu só fiz, aquele dia só te abracei, só te beijei, só deixei tudo rolar como se uma força fizesse com que eu não negasse esses momentos...

Um silêncio surgiu, e não ficou nada confortável. Me condenei pelo que disse, desse jeito o cara vai pensar que sinto algo a mais por ele. Que droga Luana!

- Mas não precisa se preocupar, - apressei em dizer assim que ele abriu a boca pra responder. Ergui minha cabeça afastando um pouco, estava notório meu nervosismo. - Eu não sinto nada por você além de amizade, quer dizer. - mexi as mãos nervosa representando que éramos apenas amigos.

Tavin riu olhando pro meu rosto. Negou com a cabeça e levou sua mão até a minha nuca puxando meu rosto ao encontro do seu com certa firmeza. Senti minhas pernas falharem um pouco.

- Tu se justifica muito, namoral. - falou descendo o olhar pra minha boca, fiz o mesmo não comandando mais nada só reagia a ele. - Eu tô ligado que somos só amigos linda - fez um carinho na minha nuca, fechei meus olhos sentindo arrepios. - mas isso não impede da gente beijar muito po, só perguntei por curiosidade e por medo de forçar alguma coisa tá entendendo? - perguntou.

Otávio é um malandro, seu tom era sério mas tinha graça, sei muito bem que ele sabe que o que tá fazendo deixando meu corpo em alerta.

- Hum. - foi a única coisa que consegui murmurar.

Ele riu e quis meter um soco nele mas o carinho que ele fez na minha bochecha me desmontou toda.
Não estava mais aguentando essas provocações.

Aproximei nossos rostos colocando minha mão no seu pescoço selando nossos lábios, senti seu sorriso contra minha boca. Foi a mesma sensação da praia, a diferença é que agora eu não queria perder tempo nenhum, segui os conselhos dados deixando minhas ações me levar, sentindo sua língua e a minha aproveitando o momento.

Prendi minha respiração sentindo ele afastar e descer beijos molhados pelo meu pescoço, mordi meu lábio inferior com uma certa força. Meu corpo se arrepiava com cada toque, fechei minhas pernas em automático com essa sensação nova.

- Otávio. - o chamei ainda ofegante, ele me deu um selinho e parou com as carícias tentando regular sua respiração. - Caralho. - respirei fundo várias vezes. Abri os olhos olhando pro moleque, tinha um sorriso sacana no rosto. - Tu não vale o que ce' come...

- Valho sim po. - riu. Não deu outra e me juntei na risada.

- Para de graça, vamos comprar pipoca ali, vem. - levantei o puxando pela mão vendo um carrinho com uma moça com pipocas de sal e doce.

- Fica fugindo do próprio fogo deve ser foda. - falou baixo como se contasse um segredo. Me virei metendo um tapão no seu braço sentindo meu rosto arder em vergonha. - Tô mentindo? - perguntou passando a mão onde bati fazendo uma carinha triste alegando que doeu.

- Por favor, fica calado. - pedi prestes a explodir.

Pra falar real não entendia muito o que tava acontecendo com a gente, isso é muito novo e me deixa confusa e preocupada com os próximos momentos que ficarmos juntos. Se arrisque - uma voz veio na minha mente.

- Eu tô brincando tá ligada né? - riu da minha cara.

- Tô aprendendo que não devo te levar sempre a sério. - falei vendo ele fazer uma careta mostrando língua. - Tá pedindo beijo? - gastei.

- Seu? Sempre que eu puder po. - jogou charme deixando eu toda sem graça de novo.

Pedimos duas sacolinhas de pipoca, doce pra mim e de sal pra ele voltando a nos sentar no mesmo banco.

- Você disse que queria conversar e sei que tá rolando alguma coisa contigo, tá distante, afastado e meio triste também. - disse convicta do que observei por esses dias sem tirar meus olhos de seu rosto. Sua reação foi quase engraçada, ficou surpreso e meio confuso?!

- Você é muito observadora, isso assusta às vezes seriao. - deu de ombros. Comecei a comer minha pipoca. - Tô com uns problemas meios sérios em casa.

Parecia meio retraído em falar desse assunto, com uma mão livre segurei a sua fazendo um carinho incentivando continuar a história caso quisesse.

- Tá tudo bem falar disso, vou te escutar sem julgamentos. - beijei sua bochecha. Otávio deu um sorriso sem mostrar os dentes e respirou fundo.

- Meio que cresci no meio da guerra dos meus pais e acho que tô tendo consequências disso agora sei lá, às vezes tenho medo de ser e viver algo igual eles, sacas? - concordei com a cabeça incentivando ele a continuar. - Meu pai é mega explosivo e minha não leva desaforo, estão sempre brigando e da pra ver pelo olhar deles que é desgastante pra caralho continuar com aquilo mas mesmo assim não se largam. Me sinto no meio de uma batalha que não é minha mas por algum motivo não posso nem consigo sair dela. - falou por fim.

Por alguns segundo pensei que iria chorar mas apenas escondeu seu rosto em meu pescoço suspirando fundo.

Levei minha mão até os seus cabelo deixando a pipoca de lado fazendo carinho sem saber muito o que dizer. Nunca vivi algo parecido e se meus pais brigavam antes de se separar eu não me lembro, me senti uma inútil ali do lado dele sem saber o que dizer então joguei o que veio na minha mente. - Você não tá sozinho nessa, você agora tem eu, tem a galera e pode conversar comigo quando quiser lindo. Como eu já te disse se você tiver no escuro vou ficar junto com você. - falei baixo em seu ouvido. Seu olhar foi ao encontro do meu. Ajeitei seus óculos, ele riu.

- Valeu cara, isso conta muito linda, conta mesmo. - sorriu. - Só precisava falar disso um pouco, é o máximo onde consigo ir nesse assunto. - falou sincero. Enchi seu rosto de beijos o abraçando forte ficando com coração apertado por ele passar por isso.

- Relaxa, eu respeito isso também Tavin. - sorri.

Seu indicador passou no desenho da minha boca, do meu sorriso, sem tirar seus olhos de mim. Não demorou muito pra ele me beijar de novo, admito estar gostando da sensação que o beijo trás ao meu corpo e mente.




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Oi meus amô! Espero que estejam bem! Obrigada pelos quase 7k de leitura e 900 votos, isso é muito importante pra mim até porque ainda estamos no vigésimo sétimo capítulo! E mesmo assim estamos crescendo, coisa que não tava esperando tão cedo. Gratidão demais por cada alma que lê, vota e comenta em Conexão. 💛🙏🏼

E o coração como com esse capítulo focado apenas nos dois? 💗💖💕😭💗💕❤

Me avisem se não estiverem gostando dos capítulos grandes ok? Não quero uma leitura pesada e cansativa pra ninguém. Sou toda leitora para opinião de vocês.❤

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora