49 - nua

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A intimidade vem
antes da nudez e do
sexo, ela vem em
estar vulnerável com alguém e não
ter medo de ser você.

° T A V I N °


Luana soluçava do meu lado, isso chamou a minha atenção e meu coração apertou. Eu sabia que ela tava desse jeito por causa do filme que era mó triste, mas desde de Brasília não suporto a idéia de vê-la chorando de novo, mesmo pelo motivo mais besta. Cê é louco, a mina não merece sofrer por nada.

Hoje consegui finalmente falar logo o que queria, e ser recíproco deixou o moleque aqui felizão. Mas algo em mim ainda grita que não disse tudo.

- Lua, calma pô! - pedi baixinho beijando a bochecha dela que estava molhada pelas suas lágrimas.

- Por que ela tinha que morrer? Não é justo sério. - falou respirando fundo. Já tínhamos comido toda pizza e o filme havia acabado. Se chama Ponte para Terabitia, a garota acabou falecendo. Tenso.

- Ela não morreu de verdade. - segurei a risada e ela me olhou séria.

- Claro que morreu, a personagem é real mesmo que fictícia. - falou baixinho arrumando o moletom. Ergui as sobrancelhas confuso mas não discordei.

- Você é tão fofa amor. - impliquei com ela lhe dando um selinho. Mesmo de cara feia ela encostou sua testa na minha.

- Acho que tô perto de menstruar, não tem outra explicação! - falou soluçando. Afastei nossos rosto pra encarar ela. - Hoje e isso aqui é a prova.

- Esse bagulho é muito ruim? - perguntei fazendo uma careta. Minha mãe fica duas vezes mais puta da vida quando tá no ciclo dela.

- O que você acha? - perguntou grossa se afastando. Arregalei os olhos ficando chateado, por ela nunca havia me tratado assim. - A gente sangra por dias, cólica, dor nas pernas, coluna e até na buceta fora o tesão do caralho. - cruzou os braços fazendo um bico enorme. Não aguentei ficar sério com ela depois da explicação dada, comecei a rir.

- Nossa mano é horrível mesmo serião então - disse logo compreendendo a mudança repentina de atitude dela. - é por isso que meu amor tá mais estranha que o normal! - segurei seu queixo enchendo seu rosto de beijos. Luana quis manter a pose de brava mas logo sorriu, desmontando o bobo aqui. Tão linda essa garota.

- Eu não sou tão estranha assim Tavin, mas eu gostei que você me chamou de meu amor. - falou fazendo um carinho na minha nuca.

- Mas você é meu amor mesmo, galua. - pisquei acariciando seu rosto.

Ela riu fechando os olhos, eu podia notar que tinha algo rolando pela forma que Lua estava se comportando com todo mundo, pela mudança repentina de roupa, estilo e o olhar distante muitas vezes e eu sabia porquê. O fato de não poder fazer muito fazia meu coração doer.

- O que tanto pensa? - perguntou me tirando do transe. Meus dedos permaneciam fazendo um carinho em seu rosto, ela não chorava mais.

- Em você. Você tá no top um dos meus pensamentos. - fiz graça mandando a real beijando sua testa.

- Eu sempre vou ficar com vergonha. - admitiu rindo escondendo o rosto no meu ombro. - Pensando naquele dia? - perguntou baixo. Suspirei não querendo lembrar ela disso, tenho certeza que a mente dela já faz isso por si só.

- Você estava?

- Às vezes, é uma dor e sensação que não consigo descrever... - sussurrou sem me olhar. Olhei pro teto sentido meus olhos arderem pra porra querendo chorar, hoje não. - Tem dia que sinto como se pudesse superar e seguir em frente mas tem dias que só quero deitar e dormir numa tentativa de esquecer tudo e tem dias que me sinto nas alturas - riu baixo - como se pudesse ser feliz mesmo com um passado que machuca minha alma.

- Eu acredito pra porra em você, acredito que você pode ser feliz e pode seguir em frente e no seu tempo não importa a parada que for. E eu vou tá vibrando junto com a sua felicidade - acariciei seus cabelos desfazendo o penteado os deixando solto, pronunciando as palavras. - você é maior que todo esse bagulho, e eu vou tá aqui pra te lembrar quantas vezes forem necessárias. Não vou desistir de você. - falei sincero.

- Promete? Porque as coisas podem ficar feias. - falou com a voz embargada soluçando alto.

- Eu vou cumprir essa promessa sem dizer que prometo, fechô? - ela deu uma pequena risada concordando com a cabeça. Abracei sua cintura sentindo ela molhar minha blusa com seu choro. - E outra também, se a parada tá louca somos mais loucos que a parada. - disse no ouvido dela. Fechei os olhos escutando sua risada sem deixar de fazer carinho em seus cabelos.

- Obrigada, por estar aqui. - sussurrou beijando minha bochecha fazendo meus olhos se abrirem novamente pra encarar ela.

- Não vou sair, não vou deixar você sozinha nessa. - respondi limpando suas lágrimas com meus dedos. Seus olhos olhavam para os meus e um frio na minha barriga, me fez sorrir.

- É recíproco gatinho. - falou sorrindo sugestiva. Não deu outra, começamos a rir.

- Melhor ainda gatinha. - falei no mesmo tom lembrando do dia que conversamos pela dm e pessoalmente com esses apelidos.

- A gente é muito ridículo. - exclamou. Concordei com a cabeça voltando a rir junto com ela.

- Mano surreal, já vai fazer sete meses que a gente se conhece.

- Sete meses, sete anos. - respondeu tombando a cabeça pro lado me deixando confuso. - Cada mês com você foi como um ano pra mim, por tudo que você fez por mim, por tudo que me fez sentir. - explicou. Foi instantâneo o meu coração batendo forte no peito e um sorriso no meu rosto, peguei sua mão e coloquei em cima do meu peito.

- Meu coração vai te responder melhor do que minhas palavras, linda. - disse baixinho fechando os olhos colocando minha mão sobre a sua enquanto meu coração batia num ritmo descompassado.

Um silêncio confortável tomou conta da sala. Sua mão permaneceu no meu peito, abri os olhos novamente quando Luana se sentou no meu colo segurando meu rosto.

- Você é o único que não só me sinto confortável em estar nua, não só de roupa mas sendo eu mesma e conquentemente o que faz uma vontade dentro de mim de expandir meus limites. - sussurrou contra minha boca. Minhas mãos apertaram sua cintura.

- No seu tempo e quando você quiser em relação a tudo, porque eu também tô vulnerável pra você Lua. - a encarei nos olhos vendo seu corpo estremecer.

Ela aproximou seu rosto do meu desviando nossos olhares descendo o olhar para minha boca, mordi meu lábio inferior sentindo Lua selando nossas bocas em um selinho. Acariciei sua cintura fechando os olhos ao sentir nossas línguas em contato, apertei mais forte sua cintura suspirando entre o beijo.

◇●◇

Oi meus amô! Espero que vocês estejam bem, e por favor gente se CUIDEM. Usem máscaras, usem álcool em gel e só saiam se necessário e o mais importante NÃO ESCUTEM JAIR BOLSONARO! ⚠️

Gratidão pelas leituras, votos e comentários e por lerem essa estória. Não são só números, estamos criando um livro e você me ajudam a não desistir desse pequeno romance comentando e com as mensagens. Obrigada por tudo e tanto. 💛
E não desistem de mim, por favorKKKKKKK

Guardem bem as palavras da Lua: "As coisas podem ficar feias." 😳

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora