45 - a cinco passos de você

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• T A V I N •

Abri meus olhos atordoado com a voz e soluços de Jade me chamando. Ao encarar decidi não xingar a menina por me acordar no dia que finalmente consegui dormir, a loira estava aos prantos.

Foi o suficiente pro nervosismo tomar conta do meu corpo.

- Porra que merda rolou? - fui direto tentando ficar calmo sentindo uma sensação estranha no meu peito. Olhei meu celular. Marcava três e meia da manhã.

- Tavin, a gente precisa de você. - falou rápido. Levantei sentido tudo girar.

- O que rolou Jade? - perguntei mais uma vez. Estava sem camisa pelo calor insuportável da capital, logo coloquei uma camisa.

Jade pareceu juntar forças para falar. Coloquei minhas mãos sobre seu ombros a fazendo olhar pra mim.

- Foi na boate, se Krawk e Leozin não tivessem chegado a tempo os caras iam... - se embolou. Não tava entendendo nada mas meu coração doeu forte ligando a situação a Luana. - quase fizeram o pior com a Lua e a Lívia!

Se sentou na cama onde dormi. Passei minha mão no rosto saindo rápido daquele quarto, meus passos eram rápidos e minha respiração se encontrava ofegante. Ao chegar na sala fiquei mais preocupado, Leozin abraçava Lívia enquanto ela chorava falando uma paradas que não tava entendendo. Seus soluços eram angustiantes, e meu amigo tinha as mãos enfaixadas.

Procurei ela pelo lugar vendo Kant, Sid, Heine e Thiago num canto conversando baixo, parece que ninguém notou minha presença. Krawk e Nicole estavam abraçados, nunca vi os olhos do cara tão vidrado ao chão, fiquei ainda mais angustiado. Onde ela está?

- Na área da piscina. - Krawk pareceu adivinhar meus pensamentos. Meu estômago revirou ao pensar no quão grave a merda toda foi.

Por que diabos ela tá sozinha também? Neguei com a cabeça sacando algumas coisas.

Passei por eles sentido todo clima de velório. Meus olhos marejaram ao vê-la, Luana estava sentada na borda da piscina com os pés na água, o olhar triste, distante e lágrimas desciam pelo seu rosto. Havia um machucado perto da sua boca e ela estava com um moletom que ela não tinha ido pra essa festa. Não sabia se podia me aproximar muito sacando o que deve ter acontecido, mal conseguia respirar. A dor em meu peito parecia apertar meus pulmões.

Me sentei na borda na mesma distância da primeira vez que ficamos juntos sozinhos e ela pareceu notar, me olhou limpando as lágrimas e logo passou a mão no rosto olhando para frente novamente como se não conseguisse olhar pra mim.

Por favor, ao início não.

- A cinco passos de você. - falou baixo, do nada. Minha mente nunca esteve processando as paradas tão rápidas assim só acordar como agora.

- É um filme bem triste. - dei minha opinião para prolongar o papo.

- Mas parece a gente agora, - indicou com a cabeça nossa distância sem olhar para mim mas meus olhos não saíram dela, minhas mãos suavam pra porra. - não acha?

- Depende. Quer que eu me aproxime? - perguntei com esperança querendo abraçar a mesma.

- Não. - respondeu simples mas senti uma dúvida na resposta. Porra, Lua. Meu peito se apertou novamente, doendo como nunca havia doído antes. - Mas eu posso segurar sua mão? - soluçou alto levantando sua mão trêmula em minha direção.

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora