° T A V I N °
Acho que uma parte de mim nunca irá entender como que meus pais ficaram tanto tempo juntos. Ainda mais com essa cena que estou vendo agora.
- Ana Clara você não tem o direito de meter nosso filho no meio de uma porra de um problema que é nosso! - meu pai gritou da sala.
Parei de comer na hora vendo minha mãe chegar na cozinha sem nem perceber que eu estava ali. Em seguida jogou um porta retrato dos dois no chão com tanta froca que o quebrou todo, dei um pulo assustado.
- Ah claro, é porque eu fiz o Otávio com meu dedo né caralho. - gritou de volta.
Meu coração doeu pra porra quando ela começou a chorar assim que notou minha presença. - Sobe pro quarto querido. - pediu tentando se acalmar. Neguei com a cabeca, não vou fugir disso de novo.
- Você sabe muito bem que não é sobre isso, é óbvio que ele vai escolher ficar comigo aqui em SP. - Marcelo, meu pai, entrou na cozinha mas parou ao ver o porta retrato em pedaços.
Era a foto preferida dos dois, e também a minha. A foto agora no chão tinha os dois se encarando abraçados como se nada nem ninguém pudesse acabar com o que sentiam um pelo outro, é uma pena eles não prestarem atenção que era os próprios que ajudariam a acabar com aquilo.
Quinze dias depois deles soltarem a bomba que vão se separar definitivamente - no dia da festa do Tyler - se passou, e as brigas ainda acontecem todos os dias, como se eu nem estivesse ali. Suspirei fundo.
Minha mãe se mudaria para Fortaleza e pediu para que fosse com ela, lhe pedi um tempo pra pensar e ela me deu alguns dias. Sua mudança estava pronta.
- Chega, - falei levantando da cadeira e os dois me olharam. Pude notar que meu pai apesar de pagar de implacável estava prestes a chorar também. - porra vocês não percebem mesmo o que ces' fazem um com outro não é? - comecei sentindo um nó na garganta. Mas não dava mais pra segurar a barra toda não. - Ambos destruídos e agora tão pedindo pra mim escolher entre você - olhei pro meu pai - ou você, mãe? Caralho, vocês nem perguntam o que eu quero.
Meu tom era cansado e não perdi tempo em ouvir os dois só fui pro meu quarto sem saco nenhum pra aquilo tudo. Foi questão da porta ser fechada e a gritaria começar de novo.
- Esse inferno só pode ser uma piada. - falei sozinho. Liguei minha caixinha de som no máximo, como vivo fazendo quando acontece essas paradas, e coloquei Froid para tocar. Me identifico pra porra nas músicas do cara.
Tirei minha camisa passando a mão no cabelo pegando meu celular.
- Minha mãe tinha dezessete devia ter abortado. - cantei o trecho da música que tocava.
Respirei fundo vendo as mensagens do grupo com a galera, riam de algo sobre o Thiago mas não tava no clima para ler. Fazia uma cota que não via nenhum deles, nos últimos rolê nem fui pelos b.o de casa cortando meu clima e ainda tive que voltar em Brasília esses dias gravando mais.
Sinto falta de geral, principalmente de Lua apesar de conversamos todos os dias pelo celular. Foda que não é a mesma coisa. A mina bagunça minha mente toda mesmo, meu peito falta explodir de vontade de sentir o corpo dela no meu, sem nem muita maldade só num abraço apertado e uns beijos trocados. Peguei o urso que ela me deu e olhei pra frente visualizando Luana sorrindo envergonhada por algo ou chorando por motivo besta. Uma parada é fato, a garota não fica feia de forma alguma. Senti minha cabeça doer e desliguei a música erguendo as sobrancelhas ao escutar sua voz.
- A senhora está bem mesmo? Quer uma água? - perguntou Luana. Eu só posso tá maluco mesmo não pode ser. Abri a porta do quarto e caminhei até a cozinha dando um passo pra trás ao ver a cena.
A galera toda tava ali, Jade e Nicole pegavam os caco de vidro e Lua falava algo com a minha mãe. Os cara logo olhou pra mim quando entrei, Kant e Krawk pareciam meio preocupados comigo. Lívia, Leozin e Thiago pareciam era assustados com a cena.
- Mãe, me diz que a senhora tá bem e tá tremendo de nervoso pela raiva? - aproximei dela ficando tenso e segurando suas mãos. Senti o olhar de Lua em mim mas nem dei moral, eu vou desabar se olhar pra ela.
- Calma gente, Marcelo jamais tocaria em mim. - falou séria beijando minha testa.
- Com essas cenas que vocês andam fazendo, eu simplesmente não duvido de nada mais namoral. - joguei na roda e me arrependi na mesma hora. - Perdoa mãe, perdoa não tenho o direito de falar isso não juro. - beijei o topo da sua cabeça a abraçando forte meio nervoso. Eu também conheço meu pai, sei que ele não faria nada disso.
Fechei os olhos segurando pra não cair junto com ela chorando tentando se acalmar. Sentia o olhar de todos sobre mim mas não consegui fazer mais que isso.
- Meu amor, sai com seus amigos. A mamãe vai ficar bem. - fungou. Ver mãe chorando é a mesma coisa que meter uma faca no nosso peito.
- Não vou te deixar não cara, nem fudendo mãe, vou ficar aqui. A galera entende, vai sair gente... Depois eu falo com vocês. - disse sem olhar pra ninguém pernacenecendo de olhos fechados não querendo soltar minha mãe por nada nesse mundo.
- Nada disso Otávio! - senti um tapa no meu braço e voltei olhar pra minha mãe que tinha a expressão séria. - Eu também vou sair po, marquei com as minhas amigas e seu pai também vazou pra algum lugar. - se afastou de mim se levantando.
- Pode crê, eu fico aqui esperando a senhora, eu não tô no clima de sair... - enxuguei suas lágrimas beijando sua testa.
- Você vai sair sim. - bateu de novo no meu braço.
- Que isso mãe. - resmunguei sentindo meu braço arder. Me liguei de Thiago segurando a risada.
- Levem ele, nem que seja amarrado - avisou aos meus amigos que concordaram. - obrigada meninas, - se referiu a Jade e Nicole. Logo se virou para Luana - e obrigada a você meu bem, pelo acolhimento. - sorriu a puxando pra um abraço.
Dona Ana sempre foi assim. Acolhedora com todo mundo que vai na sua casa. Se separou dela e passou por mim dando um olhar de: não esteja em casa quando eu voltar. Escutei seus passos se distanciar e sei que foi para o seu quarto.
- Iai filho, você banha sozinho ou o papai vai ter que te banhar. - Kant abriu os braços fazendo graça. Acabei rindo junto com todo mundo e mostrei o dedo do meio.
- Marquem vinte aí então, chatos pra caraí. - resmunguei indo pro quarto. Escutei mais passos, virei pra trás vendo os meninos me seguir. - Não é como se eu fosse e fugir pela janela mano.
- Nunca se sabe né?! - Leozin falou me empurrando pra dentro do meu quarto.
Não deu segundos e já tinha um bando de marmanjo ali dentro, revirei os olhos e fui pro meu banheiro fechando a porta. Respirei fundo não gostando nenhum pouco dos meus amigos terem visto isso.
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Oi meus amô! Espero que estejam bem. Obrigada por lerem mais um capítulo.💛
Tô com o coração apertando com o de hoje, nosso menino tá passando por coisa muito pesada.😩
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Conexão || Tavin Mc
Ficção Adolescente[+16] TAVIN MC || - Queria ter esbarrando com você antes também, Lua. - sorriu encarando meus olhos. capa por: @B-BRABA iniciada: 29/12/2020. finalizada: Plágio é crime. Não há permissão para adaptações da obra. © imaginexlana.