47 - fedida

5.5K 407 273
                                    

• L U A N A •

Seus toques em minhas coxas faziam meu corpo estremecer, um gemido escapou de minha boca ao sentir seus beijos em minha intimidade que pulsava. Encarei o olhar de Tavin sobre mim - e meu corpo, sentido arrepios. Ele me desejava.

- Luana? - escutei uma voz distante. Meu pai.

Abri os olhos sentindo o suor em minha testa, minhas mãos apertavam os lençóis com força e sentia minha intimidade pulsar, eu estava molhada. Caralho!

- Eu e-u já tô indo. - levantei da cama controlando minha respiração sem acreditar que tive um sonho desse. Passei a mão no rosto tentando acalmar meu corpo e mente.

Hoje havia sido o último dia de aula, a qual foi o único que permiti a ir. Depois da despedida de Brasília e despedir de Otávio as coisas não estão mais divertidas, só não pior do que aquele dia na balada o apoio da minha família e amigos estão sendo minha base. Coloquei a mão na maceneta da porta tentando entender como tive um sonho erótico sendo que a maioria das noites em que eu fechava os olhos ultimamente se tratava de pesadelos.

Abri a porta apertando meu moletom azul contra meus dedos, fazia calor em SP mas como havia feito até meus doze anos depois do acontecimento aos sete, só me sinto confortável com roupas mais largas e longas agora. Me sinto segura com elas.

- Boa noite. - consegui um sorriso ao ver meu pai. Deduzi que era noite pela janela de vidro do corredor, cheguei da escola, comi e fui dormir.

- Boa noite meu bem. - se aproximou cauteloso beijando minha testa com carinho. O abracei respirando fundo.

Ultimamente ele, Krawk, Leozin e Thiago se aproximavam com cuidado como se tivessem medo que eu pedisse para que se afastassem, não nego, já pensei algumas vezes mas minha consideração e confiança neles permite o contato, mesmo rápido.

- Acho que dormi demais. - ri, puxando conversa. Eu não queria, mas havia me afastado de todos de certa forma novamente.

Mal respondia as mensagens e passava a maior parte do tempo dormindo ou lendo um livro.

As meninas vinham com mais frequência nessa semana desde do DF. Lívia melhorou bastante, me doía vê-la tão mal e triste e meu doeu ainda mais não poder fazer algo, para tirar sua dor pois sei o quanto dói. Às vezes tenho vergonha de olhar para a minha amiga, porque de certa forma minha mente insiste em dizer que eu poderia ter feito mais. Afinal, eu sei lutar um pouco mas simplesmente paralisei na hora.

- Tudo bem, - riu fazendo carinho em meus cabelos. - sua mãe me ligou hoje de novo, quer saber se não acha melhor você voltar para Berlim. - falou baixo, imparcial.

No segundo dia que consegui ficar mais calma ao voltar pra casa. Contei tudo a minha mãe. Choramos juntas e por mais que estejamos em continentes distintos sinto como se ela não tivesse saído do meu lado, e na conversa ela falou que queria que eu voltasse.

Considero a hipótese mas sinto que não é o certo a se fazer por mim, não quero sentir que estou fugindo. Voltei a gostar de São Paulo.

- Eu não vou pai. Vou encarar isso, as consultas com a Letícia estão me ajudando e eu e-eu vou ficar bem algum dia, mas quero ficar aqui! - falei com convicção dessa vez me afastando dele, um pequeno sorriso surgiu nos seus lábios.

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora