53 - é só uma planta

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        O medo dos términos é tão grande
que passou a evitar começos.
- Fabrício Garcia.

         A manhã passou rápido, depois do café da manhã permaneci no meu quarto lendo um livro, A sutil arte de ligar o foda-se, com toda certeza um dos livros mais impactantes e que joga verdades em nossa arrogância que li até então.
          Como imaginei minha menstruação desceu, colequei meu coletor menstrual e só pelo fato de descido melhorou um pouco do meu humor desregulado. Pra mim era um alívio, três dias passam mais rápido que duas semanas com tpm.
         
          Quando deu horário do meu pai e Andressa ir fazer a tal viagem nos despedimos, a mulher conseguiu acordar meu irmãoas teve que sair antes de qualquer coisa para o vôo, ele não quis conversar e na mesma hora Thiago mandou mensagem falando que chegava em trinta minutos. Levantei do sofá indo ver como Krawk estava pois não saiu daquele quarto pra nada ainda. Bati na porta três vezes ajeitando minha blusa largona.

- Tô saindo - ouvi sua voz do outro da forma. Pelo tom parecia bem, apenas parecia. - tô saindo Lua. - disse abrindo a porta, beijando minha testa logo em seguida. O abracei forte.

- Não quer conversar? - perguntei sentindo ele retribuir o gesto na mesma intensidade, suspirando.

- Tô suave, vou pro estúdio ficar de boa e produzir minhas músicas... Fazer meu álbum e focar nisso. Acabou, e é isso mano! - respondeu calmo apesar de suspirar novamente.

- Beleza, Thiago tá vindo aí não quer esperar ele? - perguntei quando ele se afastou.

- Não pô, depois eu falo com ele. - Krawk respondeu e ficou me olhando com um sorriso. Tombei a cabeça pro lado não entendendo a mudança repentina da cara fechada que ele estava.

- O que foi?

- Sei lá, orgulho de você tá indo bem, conseguindo... Porque tipo cê tá de boa de ficar sozinha com um cara, com um amigo e isso é um grande passo. - disse orgulhoso bagunçando meu cabelo.

         Acabei sorrindo percebendo isso. Uma verdade triste sobre mim é a minha dificuldade de ver meus pequenos passos - mesmo importantes - e ter orgulho disso, na maioria das vezes prefiro me comparar a evolução das outras pessoas, me sentindo atrasada e isso é decreto para as minhas inseguranças me enlouquecerem, mas trabalho com isso no dia-a-dia e na terapia.

- Bom, isso é ótimo. - falei dando um pulinho, realmente feliz. Meu irmão riu começando a andar.

- Qualquer coisa me liga. - desceu as escadas correndo. Ri.

- Vai cair aí otário - alertei mas ele já tinha aberto a porta da sala - ligo sim, fica de boa e bom trabalho. - sorri o vendo sair e fechar a porta fazendo um aceno com a mão.

           Peguei meu celular do bolso na minha calça xadrez larga entrando no Instagram e de imediato apareceu uma foto do Tavin no feed, ele tinha postado a foto umas quatro da manhã. Suspirei com um sorriso no rosto, sentindo meu coração acelerar só por vê-lo pela tela do aparelho com meu pensamento totalmente nele desejando que estivesse aqui do meu lado.
              Pela barra vi a notificação a mensagem do Thiago pedindo para eu abrir a porta, ri levantando. Caminhei rápido até ela e a abri.

- Sabe apertar a campanhia não mano? - perguntei brincalhona. Ele entrou com uma sacola na mão dando uma risada irônica.

- Tá toda engraçada né feiosa?! - gastou do mesmo jeito.

- Sempre. - respondi fechando a porta. - Eu quis te esperar pra pedir algo pro almoço, algo em mente?

- Na verdade irmã eu trouxe um sanduíche natural e vegetariano pra você, meti no meu estômago logo um hambúrguer e fé! - riu explicando estendendo a sacola.

Conexão || Tavin McOnde histórias criam vida. Descubra agora