O rádio na cintura de Agnes chiou e a voz de Anne lhe fez levantar da cadeira onde ela estava e apertar o botão para responder a filha. Era um canalha único, apenas para as duas poderem conversar quando uma estivesse longe da outra.
- Mamãe? Onde você está?
- Oi meu amor! Mamãe está trabalhando. Teve pesadelos?
- Sim. Quero dormir com você.
Negan sorriu e Agnes percebeu.
- Mamãe já está indo, pode ir pro meu quarto e deitar na cama. Uma de suas cobertas estão dentro do guarda roupa, onde seus brinquedos ficavam
Agnes encarou o homem atrás de si e sorriu sem mostrar os dentes. Ele se levantou e caminhou até a cela onde dormia, se virando de costas para a mulher e esperando que ela retirasse as algemas.
- Vá ficar com sua filha! Amanhã, se você quiser, conversamos.
Ela concordou e fechou a grade, saindo da sala com as chaves em mãos. Seus passos apressados lhe levaram para as ruas e ela cumprimentou ambas as pessoas que estavam na vigia e caminhou para sua casa, do outro lado da rua.
Quando ela abriu a porta de sua casa, Henry estava sentado nos pés da escada, esperando ao lado de Anne, que tinha os olhos pequenos e piscadas mais continuas e demoradas.
- Ela te acordou?
- Não, estava saindo do quarto e indo pra cozinha. Sua mamãe chegou querida!
Anne abriu os olhos e encarou a mãe com um sorriso no rosto. Agnes a segurou no colo e beijou os cabelos da pequena.
- Vamos dormir amor!
Agnes deitou com a filha na cama e retirou seus sapatos aos chutes, deixando seu cinto com armas e facas ao seu lado e sobre o criado. Anne deitou sua cabeça sobre o peito da mãe e puxou sua própria coberta para se cobrir.
- Pode dormir meu amor.
- Te amo mamãe!
- Também te amo, pequena!
Os olhos de Agnes pesaram segundos depois, antes mesmo dela conseguir pensar me alguma para poder fazer em relação aos Salvadores.
_
O café da manhã estava pronto e servido, mas Agnes já não estava em casa, ela havia saído antes do dia nascer e deixado um recado para a filha sobre a mesa da cozinha, onde seu café e suas coisas da escola estavam.
O médico havia levado café da manhã e os remédios para Negan, colhendo mais algumas amostras de sangue para fazer mais alguns exames.
Rick estava ao lado do filho, cuidando para que quando ele acordasse, as coisas estivessem do jeito que ele merecia.
- Bom dia. - o pai de Michel exclama. - O ferimento já está quase cicatrizado, e o sangue que ele perdeu já foi reposto. Então, acho ele pode acordar à qualquer momento.
- Fico feliz em ouvir isso. - Rick responde - Onde você conheceu a Agnes? Você é do conselho dela, então deve conhecer e ser bem próximo à ela.
O médico se remexeu desconfortável em frente a Rick e encarou seus outros pacientes, colocando as mãos nos bolsos do jaleco branco que ele usava. Uma coisa que o deixava mais próximo de sua vida passada.
- Estávamos caminhando na floresta, tentando achar um lugar pra passar a noite. Estava um dia chuvoso e até um pouco frio. Ouvimos sons de carros e gritos desesperados, depois tiros. Quando os carros desaparecerem, eu encontrei Agnes um pouco a frente com o noivo nos braços, cheia de sangue e chorando compulsivamente. Eu pude ouvir as últimas palavras dele - ele relembra a imagem em sua mente - "Eu amo você querida, construa uma vida para nossa filha e não me esqueça" Eu tentei o ajudar, tentei arrumar um jeito de parar o sangramento e salvar ele, mas a bala estava em um lugar crítico e eu não tinha meus equipamentos. Nunca mais vi Agnes chorar como naquele dia. Só lembro que ela disse que ia matar cada um deles.
Rick engoliu seco e encarou o filho. Seus pensamentos foram para anos atrás, quando aquele homem apareceu morto em Alexandria e quando todos culparam Agnes. Se ele tivesse investigado à fundo, ela não teria passado por tudo aquilo.
- Sinto que tem algo te incomodando.
- E tem. Quando Agnes foi mandada embora da...
- Eu sei a história, todos sabemos da história de cada um. Os livros nós permitem isso.
- Livros? - Rick junta as sobrancelhas.
- Sim, cada pessoa dessa comunidade, cada animal ou ser que nasce e respira, tem um livro contando o caminho até aqui e outro contando nosso dia a dia. Agnes teve a ideia, ela disse que ajudaria as gerações futuras à saberem do nosso passado.
Rick maneou a cabeça e olhou para o filho.
Quilômetros de distância da comunidade, Agnes estava descendo de seu carro e o escondendo no meio das árvores e ervas da ninha. Usando seu binóculo para encarar o Santuário de longe.
Respostas. Ela havia ido atrás delas e iria conseguir, não lhe importava quanto tempo demorasse para as ter ou quantos homens ela tivesse que matar
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Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
Teen FictionCARL GRIMES FANFIC ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ Uma pessoa consegue realmente esquecer aquele amor que fazia seu coração bater muito mais forte? Que fazia sua respiração ficar falha e suas pernas fraquejarem? Minha humilde opinião, não. Ninguém nunca supera, p...