37° - Medo de perder?

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Narrador

    O dia estava amanhecendo quando Agnes encontrou com um dos caminhões que estavam levando as pessoas para a comunidade dela. Eles chegariam no entardecer.

Carl ainda não havia acordado e aquilo causava uma onda de medo e dúvida sobre o que estava acontecendo com ele. Ela não queria, mas estava sentindo tudo de novo, todos os sentimento bons que ela havia tido quando era uma adolescente.

- Preparem a enfermaria, tenho um cara desacordado com uma facada nas costas e talvez tenha outras pessoas machucadas.

Agnes deixou o rádio sobre as coxas e colocou uma de suas mãos sobre o pescoço de Carl e o sentiu quente, suado e com a pulsação fraca. Ela mordeu seus lábios nervosa e colocou a mão sobre o rádio mais uma vez.

- Rick? Avise ao povo do Reino para abandonarem a comunidade e irem para a minha, os Salvadores vão atacar, pode ter certeza.

O rastro de sangue dos Salvadores levava tudo para o Reino, primeiro Alexandria, depois Hilltop e agora seria a vez deles. Agnes não sabia se Oceanside ainda existia, mas sabia que precisava avisar.

- E se Oceanside ainda existir, diga para ela fugirem para longe.

Ela estava querendo o melhor pra todos mesmo sabendo que não poderia salvar todos, que não podia proteger todo mundo. Sua preocupação maior era a filha, seu povo e Carl, em especial Carl e Anne.

_

- Tirem ele do carro pra mim por favor e o levem para a enfermaria. - Agnes pede descendo do carro ao entrar em sua comunidade no meio da noite. - Ele precisa de um médico, está desacordado à horas e...

- Agnes calma! - Michel pede parando em frente a ela. - Você precisa se acalmar. Não pode ter uma crise agora.

Ela encarou os olhos escuros de Michel, respirando e inspirando várias e várias vezes, vendo as pessoas passarem por eles e a filha vir correndo.

Agnes se abaixou e a abraçou.

- Está bem? Se machucou?

- Estou bem mamãe, e você? Isso é sangue? - os dedos da pequena tocaram o corte na sobrancelha da mãe e ela tirou os fios de cabelos dali. - Mamãe?

- É querida, é sangue. - Agnes diz pegando a filha no colo - A mamãe se machucou, mas não é nada demais. Vamos pra casa ajudar essas pessoas?

- A Jud e o RJ vão morar aqui?

- Se eles quiserem, sim!

Um sorriso cresceu nos lábios da pequena e ela abraçou a mãe mais uma vez, com força e agradecendo por ter deixado eles ficarem. Agnes nunca tinha visto a filha tão colada e animada por causa de duas crianças antes e aquilo lhe fazia repensar várias coisas.

- Pode olhar a Anne pra mim? - ela questiona a Maggie.

- Claro.

Agnes agradeceu e correu para a enfermaria, abrindo a porta e encontrando um grande amontoado de pessoas ali. Seus olhos correram pela sala e ela caminhou até a cama onde Carl estava desacordado.

- Senhorita? - uma das mulheres que havia acompanhado Agnes à Alexandria a chama. - Tivemos muitas perdas, meu filho morreu nas chamas de Hilltop e...eu quero me afastar por um tempo.

Agnes segurou as mãos da mulher e a puxou para um abraço, lhe pedindo desculpas por não ter conseguido salvar ele.

- Ele vai ter o enterro que merece, como o herói que ele foi para pessoas que ele nem conhecia. Vou te dar a vingança que você merece, que sua família merece.

- Você não precisa fazer isso senhora. Você tem uma filha.

- Preciso sim. - Agnes engoliu seco e chamou a atenção das pessoas da enfermaria para ela. - Eu sei que muitos perderam pessoas importantes, que estão machucados tanto fisicamente quanto mentalmente e emocionante. Sei que aos que moram aqui,  que eu tive a iniciativa de entrar na luta...O que eu quero dizer é que eu vou me vingar de cada um que morreu, de cada pessoa da minha família que eu considerava que partiu, todos vão ter sua vingança. Me desculpem por não conseguir os proteger como deveria.

Agnes abaixou a cabeça e seguiu para a cama onde Carl estava. Ela se sentou na cadeira ao lado dele e encarou seus próprios dedos. Ela estava com medo.

- Ele vai ficar bem?

- Sim, querida! - o pai de Michel responde. - Vocês estão...

- Ele me salvou. Iria morrer se ele não tivesse entrado na frente e levado essa facada.

- Não precisa se sentir culpada. - a voz de Rick fez com que Agnes se levantasse e parasse ao lado da cama. - Ele te salvou porque te ama, porque sabe que sua vida vale a pena. Obrigado por ter dado um lar pros meus filhos.

Agnes abaixou o olhar e saiu da enfermaria. Ela ainda não se sentia confortável o suficiente para olhar nos olhos de Rick ou de Michonne, assim como de várias outras pessoas que haviam lhe feito mal também. Era um sentimento estranho e que fazia ela querer repensar suas escolhas. Eles realmente mereciam um teto depois de tudo que fizeram ela passar?

Me desculpem a demora a postar!!!
Espero que tenham gostado. Votem e comentem muiiiitoooo e deem uma olhadinha no meu outro livro com o Carl: The Enemy

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Beijos e fuiiiii

Starting Over  • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora