N A R R A D O R
Quando a praia apareceu em frente aos olhos de Anne, um sorriso largo e a agitação correrem por seu pequeno corpo ainda sentado no banco do carro. Ela retirou o cinto e se ajoelhou no banco, com ambas as mãos no vidro e encarando o mar gigantesco e calmo em sua frente.
- Podemos ir lá hoje? - ela questiona - Podemos mamãe? Podemos?
Agnes riu, se virando no banco do motorista e encarando a filha.
- Claro que sim querida, só temos que tirar as coisas do carro antes de irmos.
Os portões se abriram e Carl parou o carro debaixo de uma das árvores, a porta de trás se abriu e Anne correu para fora, entrando em meio as casas e parando quando viu a cabana de Cyndie. Ela sabia o caminho já que a mãe havia ajudado a reconstruir o lugar e ela sabia sobre os mapas.
A dona da casa abriu a porta e encarou a garota de cabelos loiros e encaracolados, seu sorriso cresceu e ela abraçou o pequeno corpo em sua frente. Cyndie encarou Agnes e Carl, vendo os dois virem em sua direção com as mãos dadas e com as malas.
- Vocês...vocês estão juntos?
- É... - Agnes diz olhando para Carl - Estamos juntos.
Cyndie sorriu largo e abraçou Agnes. Por mais que a relação das suas ainda esteve abalada pelos últimos acontecimentos, elas duas se admiravam e sabiam que das lutas de cada uma. Elas sabiam o que era lutar por algo que acreditavam e fazer aquilo acontecer.
- Vá brincar com as outras crianças pequena - Carl diz passando sua mão livre sobre os cabelos de Anne, vendo a mesma lhe encarar com os olhos alegres - Pode ir!
Anne correu para perto das outras crianças e eles a viram desaparecer no meio de todas aquelas crianças. Dentro daqueles muros e proteção, ela estava segura, Agnes e Carl sabiam daquilo.
- A cabana de vocês é logo ali - Cyndie aponta para a porta ao lado de sua casa - Tem dois quartos, pra vocês terem privacidade. Não sabia que viria com ele, então acho que deu certo mesmo assim.
Os três sorriram, mas o sorriso mudou em segundos para um olhar de espanto e preocupação. O grito de Anne e das outras crianças ecoaram ao longe, fazendo com que Agnes largasse tudo que tinha perto de si e corresse sem rumo com Carl ao seu lado.
Carl passou na frente, quando Agnes sentiu a fisgada de dor consumir seu pé e lhe fazer tropeçar, ela se reergueu, mas não conseguiu voltar a correr, andando aos pulos enquanto o homem ia em sua frente.
As crianças estavam na praia, com zumbis ao redor delas, mortos que haviam entrado na parte da comunidade que era protegida pelos muros. Eles haviam passado pelo buraco deixado no muro quando a reforma passou por ali.
- Deixa minha filha em paz! - Carl grita se jogando sobre o corpo podre que segurava Anne e tentava se aproximar de seu rosto para lhe arrancar um pedaço de sua carne.
A bala da arma acertou o crânio podre e cheio de larvas e desabou sobre o chão, manchando a areia branca de sangue e pedaços do cérebro recém estourado. As mãos de Carl tremiam, deixando a arma sem estabilidade. Ele então se abaixou e puxou o corpo de Anne para perto de si, e viu se ela havia se ferido, não havia nada.
- Graças a Deus! - ele diz beijando os cabelos da menina.
Agnes parou de forma brusca, vendo o namorado abraçar a filha com o corpo do zumbi ao lado de ambos. Ela passou a mão em seus cabelos e caminhou desengonçadamente para perto deles, se abaixando e abraçando os dois.
- Estava sem minha faca mamãe! - Anne diz - Me desculpa!
- Está tudo bem querida, está tudo bem agora! Vamos pra nossa cabana. - Agnes beijou os cabelos da filha e encarou Carl, o beijando também antes de ter suas lágrimas limpas pelo dedo cheio de areia do mesmo. - Vamos!
Carl segurou o corpo de Anne em seus braços, vendo a mesma o abraçar pelo pescoço e encarou Agnes, a vendo mancar e gemer de dor.
- Estou bem, não é nada.
- Ag, seu pé, você não devia ter corrido ou...
- Estou bem - ela diz encarando a filha nos ombros do homem, como se suplicasse para que ele parasse de falar sobre o assunto por causa dela - Não é nada!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
Teen FictionCARL GRIMES FANFIC ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ Uma pessoa consegue realmente esquecer aquele amor que fazia seu coração bater muito mais forte? Que fazia sua respiração ficar falha e suas pernas fraquejarem? Minha humilde opinião, não. Ninguém nunca supera, p...