20° - Me vingar novamente

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Agnes

Acordei com Anne me chamando do lado de fora da porta do meu quatro, o que me fez vestir minhas roupas correndo e ir até ela.

- Oi meu amor, tá tudo bem?

- Por que estava com a porta trancada? - ela questiona entrando no quarto.

Era uma das regras da casa desde que Anne havia aprendido sobre os zumbis, portas não poderiam ficar trancadas, nunca. Quando ela ainda tinha medo, corria para meu quarto sempre que tinha pesadelos.

- Mamãe precisou trancar. Está tudo bem? - passo minha mão sobre seus cabelos loiros e encaro seu rosto. Ela era a cópia perfeita de Benjamin.

- Sim, só vim te chamar pra fazermos panquecas.

- Já escovou seus dentes? Lavou o rosto?

- Sim! - ela grita alegre sabendo minha resposta. - O que o tio Michel está fazendo aqui?

- Ele dormiu aqui, mamãe passou mal e ele ajudou ela. Vamos! - a pego no colo fechando a porta do quarto e observo o corpo pequeno em meu colo. - Eu te amo muito!


- Também te amo muito mamãe! Muitão! 

Anne era a melhor coisa que esse mundo de merda poderia ter me dado. Era a razão da vida. Ela e  Benjamim haviam sido as melhores coisas que haviam me acontecido, não era Carl, a comunidade, nem Michel, nem ninguém, eram os dois e agora eu só tinha um deles.

Deixei Anne sobre a cadeira alta perto do balcão e peguei as coisas para fazer o café da manhã dela. Seus pequenos braços mexiam a vasilha de massa enquanto eu procurava uma panela qualquer pra poder usar.

- Sonhei com o papai! - Anne diz me fazendo deixar a panela de lado e a encarar. - Ele estava com a gente, fazendo panquecas.

Anne não tinha chegado a ver Benjamin pessoalmente, ela apenas tinhas as fotos dele e as lembranças que eu contava.

Passei minha mão em seus cabelos loiros e sorri, vendo rua retribuir o gesto e voltar a mexer a massa.

- Ele que escolheu seu nome. - conto - Era o nome da mãe dele. Ele te amava muito, e mesmo não tendo te visto, aposto que tentava descobrir como você seria.

- Eu também amo ele! - ela diz - Queria ele aqui com a gente mamãe!

Sinto uma lágrima escorrer por meu rosto e puxo Anne para meu colo mais uma vez.

- Eu também queria ele aqui com a gente, fazendo panquecas e brincando, só que ele está em um lugar melhor, está cuidando da gente de longe e da melhor forma possível.

Deixo um beijo na ponta de seu nariz e a vejo sorrir.

_

- Michel podemos conversar? - o chamo abrindo a porta de seu quarto e o encontrando acompanhado - Eu volto depois.

Deixo a casa de Michel em passos rápidos e caminho em direção a plantação de feijão e soja. Elas já estavam quase no ponto de colher o que me deixava  extremamente feliz pela fartura em nossas terras.

Era meio da tarde e o sol estava mais quente que o normal, parecia que tudo ia derreter como manteiga. Depois de horas e mais horas dentro do meu escritório, organizando os papéis, fazendo análises de produção, vendo a quantidade de alimento, combustível, balas e armas que tínhamos, tinha chegado a um acordo comigo mesmo.

Iria dar ajuda as comunidades com a guerra contra Negan. Sabia que não era da minha conta, que tinha prometido que não envolveria a minha comunidade, a minha gente na guerra, só que a conversa com Anne mais cedo, a forma como ela falava do pai sem nem o conhecer me fez sentir raiva de Negan novamente, me fez querer me vingar novamente pela morte de Benjamin.

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Starting Over  • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora