Carl Grimes
As pessoas estavam seguras em Hilltop, todas menos uma, Agnes. Tínhamos que levar as pessoas para um lugar seguro e os homens dela disseram que ela se virava e que com toda a certeza chegaria em Hilltop perfeitamente bem. Mas ela não havia chegado.
Minhas armas estavam carregadas e com silenciadores. Os facões e facas estavam presos em minha cintura e a mochila com alimentos, uma roupa de frio, um isqueiro, água e alguns remédios e curativos.
Estava pronto para ajudar ela a voltar para casa. Pronto para salvá - la.
Deixei Hilltop à pé seguindo pelas estradas que havíamos vindos e tomando o cuidado para não deixar que os Salvadores me vissem. O sol estava esquentando, afinal, tínhamos ficado uma noite toda dentro dos túneis e andando pela floresta. Agnes não podia estar tão longe quanto eu imaginava, por isso iria voltar para onde tínhamos nós separado e procurar por pistas que me levassem até ela.
Seus homens estavam procurando Salvadores aos arredores de Hilltop e disseram que ela sempre voltava sozinha, que sempre havia conseguido e que era forte. Mas e se ela não conseguisse voltar dessa vez? E se ela estiver presa em algum lugar nas mãos daqueles malditos.
Foram umas duas horas ou mais, o suor já molhada minha roupa mais do que o sangue dos mortos que havia matado. Os primeiros sons vieram de dentro da mata, gemidos humanos e alguns tropeços. Caminhei por entre a vegetação e sorri ao perceber que era realmente ela e que...merda!
- Agnes! - corro até o corpo recém caído no chão e a ajudo a levantar. - Sou eu, Carl!
Suas mãos estavam presas e ela estava com um corte no rosto e com sua calça manchada de sangue.
- Eu estou bem - ela tosse - Preciso cuidar sa minha filha! Meu povo precisa de mim também.
- Ela esta bem. Anne está com Michonne e Maggie em Hilltop, todos estão seguros. Só falta você pra ficar tudo melhor ainda .- a respondo pegando a caixa de primeiros socorros e me sentando em sua frente. - Vamos cuidar dos seus machucados primeiro.
O som dos zumbis se aproximadando me fez encarar as coisas ao meu redor e jogar o que eu tinha em mãos dentro da mochila. Peguei Agnes no colo antes que ela pudesse dizer alguma coisa e caminhei pela floresta, tentando encontrar o carro que estava no meio da mesma horas atrás.
Mato o zumbi que estava lá dentro e a coloco sentada no banco de trás. A caixa de primeiros socorros foi retirada de dentro da mochila mais uma vez e procurei os machucados de Agnes por seus braços e rosto, partes cobertas por sangue quase seco ou que ainda fluía um pouco do líquido avermelhado.
- Os mortos! - ela exclama se abaixando.
Tiro meu chapéu e fico com meu olhar preso no dela, apenas encarando seus olhos caramelos e cheios de...dor. Não era dor de sofrer por causa dos machucados, era dor de ter sofrido e passado por coisas demais.
Os primeiros mortos bateram no carro e passaram reto, outros que eram mais atrasados batiam no mesmo e ficavam contra o vidro por alguns segundos antes de voltarem a caminhar sem rumo.
Agnes gemeu quando um dos seus cortes tocou contra a parte do encaixe do cinto. Peguei as faixas e o que os algodões com álcool e passei sobre o mesmo, com cuidado para não fazer nenhum barulho.
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- Podemos conversar? - exclamo parando em frente à ela. - Agnes, precisaremos ter essa conversa em algum momento, então pode ser agora?
- Não, minha filha está esperando por mim.
Minha mão segurou seu pulso e ela parou a centímetros de mim. Seus olhos ficaram no meu, me fazendo engolir seco e desejar que estivéssemos em um lugar melhor e não no meio do mato com uma horda de zumbis a alguns metros de nós.
- Não vou falar com você, ok? Eu sinto nojo só de olhar para você. Tenho vergonha de dizer que um dia eu te chamei de namorado.
- Eu estava cego Agnes. Cego e...- Da pra perceber, né meu querido. - ela aponta pra faixa sobre o que havia sobrado do meu outro olho e solta sua mão. - Não vamos ter essa conversa aqui, não vamos ter essa conversa em lugar nenhum e em nenhum momento. Eu nem queria ter me reaproximado de vocês, não queria ter descoberto que vocês estavam vivos. Eu tinha paz.
- Agnes, eu sei que você...sei que tudo mudou, sei que vacilei com você, que eu menti pra você, mas eu mudei. - digo - Não sou mais o mesmo garoto de antes. Sou um homem agora, um que ainda te ama e que sabe o que fez de errado.
- Não. Me. Importo.
Os passos desengonçados e rápidos dela a fizeram se afastar de mim.
- Merda.
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Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
Novela JuvenilCARL GRIMES FANFIC ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ Uma pessoa consegue realmente esquecer aquele amor que fazia seu coração bater muito mais forte? Que fazia sua respiração ficar falha e suas pernas fraquejarem? Minha humilde opinião, não. Ninguém nunca supera, p...