A G N E S
Com os portões da comunidade aparecendo me minha frente e o sol se pondo atrás deles, eu podia finalmente respirar um pouco mais aliviada. Carl conversava com o resto do grupo e tinha um brilho no olhar, um brilho como senão ligasse pra sua possível morte horas atrás quando ele avançou pela linha de tiro.
Seguro sua mão e o faço parar enquanto grupo passava por nós e os portões se fechavam.
- Nunca mais na sua vida invente de fazer aquilo mais uma vez. - exclamo vendo Carl limpar o sangue do rosto. - Não pense em dar uma de super herói, não funciona nesse mundo e se eu te perder, tudo vai acabar antes de termos a chance de tentar.
Ele engoliu seco e deixou a arma guardada no coldre.
- Eu agi por impulso, ele quase acertou sua cabeça e eu vi um filme passando na minha frente. Eu te vi morrendo. De novo.
Sorrio para as pessoas que passaram ao meu lado e encaro Carl mais uma vez. Seu rosto manchado não deixava a beleza que ele tinha fuçar escondida por debaixo das marcas de sangue ou pela sujeira da poeira que impregnava cada parte da cidade.
- Não faça mais, por favor!
- Tudo bem, mas não ache que vou ver você morrer e ficar parado. - ele diz beijando minha testa e caminhando para longe de mim.
Michel apareceu, parando ao meu lado e sorriu, me fazendo sorrir também.
- Parece que achou um príncipe encantado que morreria por você. - ele diz caminhando ao meu lado - Ele mudou de um tempo pra cá, parece mais sério e comprometido em te fazer feliz.
Um suspiro pesado deixou meus lábios e eu parei no meio do percurso.
- Eu sinto tudo de novo, mas o medo ainda está ali. Porra, olha a loucura que ele fez hoje, ele entrou no meio de um tiroteio pra me proteger. Ele saiu da comunidade e me salvou. Parece que eu desaprendi a viver sem alguém me salvar toda hora. Merda, eu voltei a ser a Agnes de 16 anos, a que fica toda boba com um namorado lhe beijando e se declarando.
- Amar te faz sentir assim, amar de verdade te faz se sentir no céu, mas sem perder os dias na terra. Você precisa desfrutar da fase que iniciou na sua vida Agnes, precisa aprender que coisas mudam e que nada vai ser igual a antes. Não é como se eu tivesse esquecido de tudo que ele te fez passar, mas olha como as coisas estão agora, olha como ele se preocupa com você e com a Anne. Olha como ele mudou de verdade. Quantas vezes você disse pra mim que queria mudanças reais vindas dele? Se essas mudanças que ele tem mostrado não forem verdadeiras, podemos joga-lo do prédio mais alto dessa cidade.
Deixo uma risada nasal escapar e descruzo meus braços.
- Se liberte do medo. Viva o agora!
- O que eu seria sem você?
- Sinceramente, nada.
Seus braços aconchegaram meu corpo e eu fechei meus olhos.
Michel havia sido um homem que eu havia gostado, não amado, por isso todo aquele sentimento havia sido dissolvido como sal na água. O via agora como alguém importante demais pra sentir alguma coisa a mais do que uma imensa gratidão e amizade. Ele é minha paixão platônica haviam sido apenas parte de uma confusão de sentimentos criadas dentro de mim.
Já Carl, bom, ele não era mais o mesmo, isso era nítido. Assim como eu, ele havia mudado e aprendido com as coisas do passado. Eu não havia deixado de o amar, tinha percebido isso ao longo do percurso, eu só havia escolhido que merecia ser feliz sem ele... e agora, depois de anos, ele estava perto de mim e da minha filha, se mostrando a pessoa que havia se transformado.
- Agnes? - a voz de Michel me fez abrir os olhos e me afastar - Acho que tem alguém querendo falar com você.
Com o dedo de Michel apontado para quem me chamava, eu pude ver Liz, acenando com o rádio em mãos.
- Bom, tenho que voltar ao trabalho duro.
- Fale com ele sobre seus sentimentos quando sentir vontade, na verdade... quando se sentir à vontade!
- Eu vou fazer isso, pode deixar.
Me distancio de Michel e caminho para perto da mulher que estava mexendo no rádio. Seus olhos presos no objeto em sua mão, me fez apertar o passo e segurar o mesmo. Era Anne. Apenas minha pequena criatura querendo falar comigo por estar com saudade.
Carl se juntou a mim na mesa de comunicação, onde os rádios ficavam perto das antenas, e conversou com ela também, contando coisas alegres para ela e a ouvindo gargalhar. Meu olhar estava preso em cada movimento seu, cada sorriso que ele soltava e em cada olhar que ele me dava enquanto conversa com a minha pequena.
É, eu o amava. Depois de lutar para não sentir e para não viver com aquela sensação, eu havia perdido a batalha. Eu o amava.
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Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ
Genç KurguCARL GRIMES FANFIC ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ Uma pessoa consegue realmente esquecer aquele amor que fazia seu coração bater muito mais forte? Que fazia sua respiração ficar falha e suas pernas fraquejarem? Minha humilde opinião, não. Ninguém nunca supera, p...