Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ

65 - Proteção

N A R R A D O R

Agnes se remexeu sobre o colchão dois dias depois, abrindo os olhos e sentindo a ferroada de dor em seu pé machucado.  Ela abriu os olhos aos poucos, se acostumando com a luz fraca ao seu lado da cama e sorriu ao sentir a mão de alguém apertar a sua.

Sua cabeça se virou para o lado e ela encarou quem estava ao seu lado.

- Oi! - ela sussurra ao ver Carl.

- Oi linda! - ele diz se aproximando do colchão, sem separar seus dedos nos da mulher, deixando carinhos ali, fazendo com que Agnes se sentisse  importante para ele. - Vou chamar a médica...você precisa ficar de...

- Anne? Negan? Onde eles estão? Como eles estão? - Agnes questiona se erguendo - Eu preciso v...

- Eles estão bem! Se deite, por favor!

Agnes relutou por alguns segundos e voltou a se deitar sobre o colchão.  Seus estavam procurando por coisas ao seu redor, mas o pano branco atrapalhava e não lhe deixava ver o que se passava pelo resto da enfermaria. Seus pensamentos estavam presos em Anne, Negan e na comunidade, em como Michel estava se sentindo, como ele estava se virando sem o pai. 

- Como estão as coisas?

- Quero que você pare de pensar nas coisas da comunidade e se preocupe com você, em sua melhora. Anne está sendo cuidada por minha mãe e por Maggie. Michel está conseguindo seguir com a comunidade e...

- Como ele está? 

- Levando. Mary está o ajudando a se erguer novamente, ele queria ir atrás de qualquer resquício de Salvador, mas conseguimos o parar, conseguimos mudar a ideia dele sobre tudo.  

As mãos com os acessos presos foram levadas em direção ao rosto dela, onde ela limpou as lágrimas que estavam escorrendo de forma silenciosa. Carl retirou as mãos do rosto da mulher e a encarou por alguns segundos, vendo o misto de sensações que existiam dentro dela aparecerem em seu olhar. 

Ele não disse nada, apenas a puxou para perto e a abraço,  deixando que ela chorasse contra seu peito tentasse se acalmar.  Os cabelos de Agnes foram afagados e ela aperto seu corpo contra o de Carl, sentindo a segurança tomar conta de si e as lembranças ruins irem embora. 

- Vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem! - ele diz beijando os cabelos dela. - Estou aqui, pra te proteger. 

- Fica aqui comigo então. Não me deixa sozinha, por favor! 

Carl se deitou ao lado da mulher na cama e a viu secar as lágrimas, antes de deixar mais algumas escaparem contra seu peito. Os afagos de se fizeram fechar os olhos mais uma vez e ela dormiu. 

_

Quando o sol tocou o topo das árvores, Agnes já estava acordada e encarava o travesseiro que Carl havia colocado para lhe servir de apoio. Ela ouviu a porta da frente se abrir e arrumou sua roupa, abrindo a cortina branca e tendo a visão de sua filha entrar correndo ao lado de Carl. 

- Amor! - ela exclama abrindo os braços e ouvindo a filha gritar seu nome. - Meu amorzinho! Você está bem? Está...

- Tia Maggie e tia Michonne cuidaram de mim, eu fiquei com o RJ e judith na maior parte do tempo, a gente brincou muito. Tio Carl ficou comigo enquanto a senhora estava aqui...quando vai sair? 

Agnes abraçou a filha e sorriu, sentindo seu cheiro e desejando não sair daquele abraço nunca mais. 

- Eu te amo minha pequenina!

- Te amo mamãe!

Carl se aproximou e sorriu, acariciando os cabelos de Anne. 

- Obrigada por cuidar dela, por manté - la segura. 

- Queria ter conseguido te manter segura. - ele diz se sentando no espaço do colchão que estava vazio. - Me desculpa por ter...

Agnes o interrompeu, com apenas um beijo casto nos lábios do homem em sua frente, ouvindo a filha reclamar pela cena e lhe fazer sorrir.

- Você me deu uma segunda chance, me trouxe de volta pra minha filha. - Agnes diz se afastando - É o que mais me importa agora!

Agnes pela primeira vez em anos, depois de perder Benjamin, pela primeira vez, ela sentia - se protegida, se sentia segura no meio dos braços do homem que ela havia amado antes de tudo ruir. O fio de medo estava ali, mas ela sentia a mudança acontecendo de ambos os lados, sabia que tudo agora era diferente, que não iria vir mais dor daquele homem de olhar cristalino.

O amor que ela tinha medo, ele estava voltando com ainda mais intensidade.