74 - Incêndio

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N A R R A D O R

Agnes abriu os olhos e se remexeu, sentindo a cabeça latejar e um de seus cachos caírem sobre seu rosto. Pelo espelho de canto ela conseguia ver a bagunça que eles estavam, o que a fez sorrir e querer gargalhar por pensar que teria que molhar os cabelos para poder acalma -los.

Seu corpo encostou no de Carl quando ela se virou na cama e outro sorriso cresceu em seus lábios, um beijo foi deixado na bochecha do homem e ele se remexeu, puxando o corpo de Agnes para perto do seu.

- Achando que vai fugir? - ele questiona

- Não, na verdade, estava apenas admirando você enquanto dormia. Você tem um semblante tão sereno.

- Você me trás essa calma. - ele retira os cachos do rosto dela - Não conseguia dormir por muito tempo, pesadelos e gritos estavam invadindo a minha mente. Estava ficando difícil.

Carl abraçou Agnes ainda mais forte e a beijou, deixando carinhos em seus cabelos.

O som das pessoas conversando do lado de fora fez com que eles reclamassem por terem que levantarem e seguirem para seus trabalhos. Agnes tirou as cobertas de cima de seu corpo, recolhendo suas roupas no chão e caminhou pro banheiro, parando na porta e encarando Carl ainda deitado na cama.

- Você vem ou não?!

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Agnes deixou a filha na escola e e encarou o grupo de pessoas que se juntava para os primeiros treinos intensivos de lutas corpo a corpo e uso de armas brancas. Haviam também pessoas em caminhões, reforçando os muros e até mesmo aumentando o lugar para mais construções.

- Agnes! - Tommy a chama correndo por entre as pessoas - Temos um pequeno problema.

A mulher de cabelos cacheados parou no meio do caminho e encarou o homem de cabelos ruivos em sua frente, seus olhos verdes estavam assustados e ele parecia preocupado demais para ser apenas um pequeno problema.

- O que houve?

- Nossos estoques de pólvora, tem um incêndio perto do lugar onde ele e a gasolina estão guardados, temos que ser rápidos ou tudo vai explodir.

- Merda! - Agnes exclama - Pegue caminhões e pessoas, eu vou para lá com vocês.

Agnes correu até sua casa onde pegou uma arma reserva e a caixa de máscaras contra fumaça, eles iriam precisar daquilo para poderem enfrentar o fogo e acabar com o mesmo antes que tudo que eles construíram acabasse em uma explosão.

Tommy encheu um caminhão de pessoas, e pegou o caminhão tanque para o encher com água. As pessoas estavam andando de um lado para outro, buscando roupas próprias para enfrentarem os incêndios.

- O que está acontecendo? - Carl questiona aparecendo em frente a Daryl. - Daryl!

- Um galpão deles está prestes a pegar fogo, estão juntando pessoas para poderem conter o mesmo antes de perderem o que quer que seja que tenha lá.

Daryl entrou pela traseira do caminhão e ajudou Carl a subir, o puxando pela mão enquanto as pessoas corriam de um lado para o outro antes de entrarem no automóvel e seguir para fora da comunidade.

- Cada um de vocês quando chegarmos lá, se separem e usem os caminhões de água e as máscaras - a voz de Agnes fez com que encara-se a frente da carroceria do caminhão- Não podemos deixar aquele fogo chegar no galpão.

Máscaras foram distribuídas e quando Carl pegou a dele, ele se ergueu do banco e caminhou em direção a Agnes, a vendo procurar suas coisas nas malas e estar com o rádio em mãos.

- O que o galpão guarda? - ela a questiona. - Ag!

Agnes parou o que estava fazendo e suspirou pesado, encarando Carl por alguns segundos e antes de voltar sua atenção para a máscara em suas mãos. Ela estava nervosa e com medo de perder tudo que havia conseguido juntar ao longo dos anos em suas buscas e pela ajuda das pessoas.

- Temos tanques de gasolina e barris de pólvora. - ela responde se sentando no banco pequeno de madeira - Produtos demais para perdermos por causa de um incêndio florestal. O que temos dentro daquele dois galpões dariam para criar munições para um exército em uma guerra bruta e pesada, combustível suficiente para podermos ir e voltar de avião do Reino Unido até aqui.

- Temos pessoas que trabalhavam nessas fábricas antes do mundo morrer, elas fecharam o lugar para poderem morar, já que era no meio do nada. - Derek responde colocando a máscara em seu pescoço - Foi o primeiro grupo que Agnes encontrou longe da comunidade, e o primeiro que aceitou fazer parte da nossa família.

- Eles tinham a gasolina?

- Não - Agnes responde - A gasolina foi um trabalho em grupo, todos juntavam o que achavam até arrumamos um jeito de produzir nosso próprio combustível, tínhamos u...

O impacto veio segundos depois, quando o caminhão freiou bruscamente e as pessoas que estavam em pé caíram para trás, se machucando internamente. Uma onda de palavrões escaparam pela boca de todos e quando alguns se levantaram, eles gemeram pela dor.

- Porra!

Starting Over  • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora