Starting Over • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃ

53 - Não existe Carl e eu

Agnes

Com um monte de pessoas falando em meu ouvido, eu estava me sentindo mais pressionada que nunca. Estava todos esperando por respostas minhas. por aprovações de futuras construções e buscas. Era um dia que eu repensava sobre a minha liderança, mas eu me lembro que tudo que eu havia feito, tinha salvado pessoas.

O dia nem tinha começado direito eu já estava com a cabeça cheia de coisas para pensar e resolver.

- Agnes, quantas pessoas? - Michel questiona parando em minha frente e eu tiro minha atenção da caneta entre meus dedos - Os grupos, quantas pessoas podemos mandar?

- Desculpa, estou com a cabeça cheia demais. - me jogo joga para trás e se reencosto na cadeira - Quantos acha necessário?

- Dois grupos de 5? Apenas um daria, mas as pessoas ficariam apertadas no meio das coisas quando voltassem. - ele diz olhando a lista de nomes das pessoas capazes e possíveis e para poderem ir na longa jornada que seria feita - Posso selecionar os nomes?

- Por favor! Pode pedir para seu pai pra dar uma outra olhada na Anne?

- Você sabe que não precisa se preocupar com isso, meu pai sempre vai poder ajudar. Anne passou por uma coisa ontem que é bem assustadora para um adulto, agora imagina para uma criança de 4 anos. - ele se senta em minha frente - Quero te pedir desculpa por agir como um imbecil dias atrás e achar que você é burra pra ser influenciável.

Respiro fundo e me ajeito sobre a cadeira, batendo de meus cotovelos sobre a madeira da mesa e encarando Michel em minha frente.

- Mary, ela disse que eu te devo a maior parte da minha vida. Sabe, por você ter me dado uma casa e uma oportunidade de salvar pessoas e viver quase como antes. Eu errei com você quando menti sobre não ter ninguém e sobre...

- Isso é passado, vamos deixar lá, tudo bem? - digo sorrindo - Vamos pensar na vida das outras pessoas que estão esperando por um passo nosso.

- O homem que você prendeu...

- Negan. O homem que eu trouxe e prendi aquele dia, é o Negan!

O olhar de Michel mudou e ele se levantou da mesa, parando em frente a mesma enquanto me encarava com as mãos nas cinturas.

- Não foi ele que mandou me machucar, atacar e matar o Benjamin. Não foi ele o mandante do ataque à nossa comunidade e nem as outras, tanto que para alguns Salvadores ele estava morto à anos. - digo me levantando também - Ele tem as cicatrizes de tortura, as mesmas que eu. Os Salvadores que eu matei, todos tem um a versão que bate, todos disseram que Dwigth e Simon tomaram o lugar para eles na época e ainda...

- E você ainda acredita.

- Tenho provas e sei quando aquele homem mente. Aquele dia que você apareceu na prisão, ele estava me dando detalhes de como tudo havia acontecido. Confia em mim, por favor!

Ele concordou com um breve aceno e pegou a folha com nomes.

_

- Oi! - exclamo entrando na sala de interrogatório e encontrando Negan deitado na cama. - Trouxe uma coisa.

Abro a porta da cela e lhe entrego a comida. Negan pegou o prato de comida e se sentou na cama, me vendo sentar ao seu lado e tirar o que estava dentro do meu bolso. Segundos depois a porta da cela foi fechada e ambos ficaram presos lá dentro.

- Trouxe isso - mostro o baralho - Lembra quando a gente virava a noite jogando?

- Você ganhava todas.

- Eu sou incrível, ou pelo menos ainda acho que sou, não tenho tido muito tempo pra poder me divertir como antes. - respondo tombando minha cabeça para trás - Anne está na escola e eu estou com um tempinho livre até as sete. Tenho que levar ela no médico.

- O que houve ontem?

- Um desgraçado entrou na comunidade, matou uma pessoa e sequestrou as crianças. Anne estava no meio, acabou que no final, ela que ajudou a salvar as crianças junto com Carl. Ela está ficando impossível!

- Você também era impossível quando era mais nova, ninguém conseguia te segurar e muito menos fazer com que você parasse.

Ambos rimos.

- Você e Carl...

- Não existe eu e Carl, Negan. Ainda machuca lembrar o que aconteceu, o que eu passei depois que aquela desgraçada matou aquele homem e colocou a culpa sobre mim, mas... - ele deixa a colher de lado e me encara - Mas eu ainda sinto o frio na barriga quando eu estou perto dele e minha mente parece que para de funcionar da forma certa e entra em colapso.

- Lembre - se que ele era o cara mais imaturo do mundo anos atrás atrás, nenhum de vocês sabiam o que era o sentimento na época, mas agora vocês cresceram - ele se vira para mim e se ajeita sobre a cama - Vocês ficaram adultos. Você tem uma filha, uma comunidade inteira. Carl deixou de ser um adolescente confuso e se tornou um homem.

- E que homem... - sussurro.

Negan gargalhou.

- Dormiram juntos?

- É. - mordo o dedo - Ele me disse ontem que era para dar uma chance para ele, me disse para deixar ele me concertar. Eu não sei o que eu quero. Mas vamos mudar de assunto, quero jogar e ver você perder.

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