50 - Obrigada, Carl!

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Carl

Anne e outras 3 crianças estavam em minhas mãos. Eu tinha que as salvar. Eu tinha que salvar a filha de Agnes e minha vida não importava mais, apenas a daquela pequena garotinha loira, do meu irmão e das outras três que valiam a pena.

A granada de fumaça iria atrapalhar o homem, deixando ele desnorteado enquanto as crianças fugiam pela porta da frente. Minha deixa seria entrar e o desarmar.

Prendi a respiração e me escondi quando ele caminhou em direção a porta, mas seus passos não chegaram até aonde eu estava. Ele parou no meio do caminho ao ouvir uma das crianças reclamarem que estava com vontade de vomitar.

- Eu odeio essa porra tanto quanto vocês - ele diz - mas enquanto Agnes não aparecer vocês não vão sair daqui.

- Mamãe não gosta de palavrão - ouço Anne dizer o ouço o homem gemer - Agora tio Carl!

Jogo a granada de fumaça em direção a mesa e saio do meu "esconderijo". As crianças passaram por mim correndo e eu me joguei em cima do homem, acertando um soco em seu rosto e tirando a arma de sua mão.

Meu corpo foi jogado contra a prateleira e minha visão ficou turva por alguns segundos, sendo o tempo necessário para o homem conseguir socar meu rosto e minha barriga.

- Desgraçado. - exclamo.

Deixo uma joelhada em sua barriga e ouço os passos no corredor. A algema em minha cintura foi segurada e eu consegui prender uma das argolas no braço do homem.

- Acho melhor você ficar quieto. - Michel diz com a arma apontada para a cabeça do homem.

O mesmo parou e eu consegui colocar a outra parte da algema em seu braço, os deixando para trás.

- Abre a pernas. - ordeno vendo ele fazer.

Procuro por mais alguma arma ou faca e não encontro, levando o mesmo para fora  da casa com Michel ao meu lado.

As pessoas estavam todas em volta das crianças, procurando machucados e esperando para serem levados até o médico. Michel pegou o prisioneiro e o levou para a casa ao lado da de Agnes, onde era uma das duas prisões da comunidade.

- Você está sangrando. - Enid diz parando em minha frente e me fazendo sentar no banco de madeira. - Vou cuidar disso e...

- Cadê minha filha? - Agnes grita passando pelas pessoas e procurando pela filha. - Cadê a Anne?

Me levanto do lugar em que eu estava e caminho até ela, fazendo ela parar e me encarar com os olhos arregalados e assustados.

- Cadê minha filha, Carl?

- Ela está bem. O médico está vendo se ela está com algum corte e vai fazer inalação. - conto - Tive que jogar uma bomba de fumaça pra despistar ele, mesmo não precisando, Anne parece ter enfrentado ele.

Agnes passou por mim e caminhou até a filha, que estava na enfermaria recebendo a inalação enquanto as outras crianças esperavam por sua vez.

- Oh meu amor!

Agnes abraçou a filha e beijou seus cabelos, procurando por machucados logo depois de se separar da pequena. Anne tinha o olhar triste e parecia entender que a mãe estava preocupada com ela e com as outras crianças.

- Eu enfrentei o homem mau, mamãe. Esperei o tio Carl aparecer e enfrentei ele.

- Nunca, nunca mais faça isso, me promete? Nunca mais enfrente uma pessoa armada, nunca mais.

- Eu prometo mamãe.

Agnes abraçou e beijou a filha, antes de sair para ver as outras crianças. Ela questionou como todas elas estavam e perguntou se podia fazer alguma coisa pra ajudar.

- Pode me dizer como aconteceu pequena? - questiono me sentando ao lado de Anne e a vendo subir no meu colo.

- Estávamos brincando perto do muro, aí o corpo de Mark caiu em nossa frente e o homem apareceu. Acho que ele entrou pela passagem no muro e matou o Mark.

- Entendi. - respondo me ajeitando na cama e a deitando sobre o colchão - O que você fez hoje foi arriscado, mas ajudou a salvar seus outros amiguinhos, ajudou a salvar meu irmão.

- Eu gosto do R.J,  ele é meu amigo.

Sorrio e beijo seus cabelos.

- E você pode apostar que ele gosta de você também. - deixo outro beijo sobre seus cabelos e me levando da cama, ao ver Agnes se aproximar de nós dois.

- Podemos conversar? A sós...

- Claro.

Caminho para fora da enfermaria com Agnes em minha frente, amarrando seus cabelos cacheados em um coque mau feito e alto no topo da cabeça. Seus ombros estavam rígidos e ela parecia estar mais preocupada que o normal.

- Obrigada, Carl!  - ela diz limpando o suor de sua testa e molhando os lábios. - Obrigada por arriscar sua vida pela minha filha, pelos filhos dos outros da minha comunidade. Eu não devia ter saído,não devia ter...merda se eu estivesse em casa.

- Ei... - seguro seu queixo e deixo um carinho em seu rosto - Se você estivesse em casa teria sido pior. Ele disse que te queria,  que queria matar você por ter matado a família dele.

- Merda. - ela soca a madeira e eu vejo o sangue nos nós de seus
dedos - já machucados - fluír.

Seguro suas mãos e peço para ela esperar.

Entro na enfermaria uma última vez e vejo meu pai ao lado do meu irmão e Anne dormindo na cama ao lado. Peço a enfermaria uma faixa e um algodão com álcool, o que ela me entrega de bom grado.

- Me dê sua mão.

Agnes relutou em levantar a mão, o que me fez segurar e a erguer  eu mesmo. Limpo o machucado com o álcool e vejo o estrago por debaixo de todo o sangue.

- Teve um dia cheio lá fora. - digo tentando descontrair.

- Matei Salvadores! 6 deles. Fui atrás de respostas e consegui o que eu queria. - ela responde me vendo enrolar a faixa - Eu não devia ter...

- Para. - peço- Você saiu e conseguiu as respostas que precisávamos, só temos que arrumar um jeito de ir pra cima e acabar com eles.

Ela concordou e se afastou.

- Me leve até o homem que prendeu minha filha.


Oiii
Capítulo novinho pra vocês...
Uma pequena das muitas interações desses dois que estão por vir.
Votem e comentem muitooo
Beijos e fuiiii

Starting Over  • ᶜᵃʳˡ ᵍʳⁱᵐᵉˢ|ˢᵉᵍᵘⁿᵈᵃ ᵗᵉᵐᵖᵒʳᵃᵈᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora