ANNA
Eu fiquei parada onde eu estava enquanto ela me encarava assustada.
— Calma. — eu falei devagar, levantando as mãos. — Calma, tudo bem?
— Alteza, por favor, não chame seus guardas. — ela disse rapidamente.
Eu olhei para ela por alguns segundos, aquilo poderia ser uma armação, mas eu sabia que não era. Pelo menos armada eu sabia que ela não estava.
— Por favor, não me chame assim. — pedi. – E, por favor, não me peça nada. Você não pode me pedir nada.
— Eu sinto muito, princesa, sinto mesmo. — ela disse com os olhos cheio de lágrimas. — Desculpe.
Aquilo nunca havia acontecido antes, um rebelde infiltrado me pedir desculpas quando era desmascarado.
— Você sabia que essa é a quinta vez que isso me acontece? — falei chateada. — Eu... Eu sempre penso que pode ser diferente.
— Eu sei que não devo lhe pedir nada, eu sei. Eu só estou com medo. Estou com medo.
— De morrer, não é? Você acha que eu sou capaz de fazer isso? Se eu chamasse meus guardas aqui eles iriam lhe levar presa, e então a lei seria cumprida e matariam você.
— Eu posso sair daqui e nunca mais aparecer na sua vida, eu juro que vou sumir.
— Qual é o seu nome verdadeiro?
— Gisele.
— Gisele. É um nome bonito. Você é do grupo 9, certo?
— Sim.
— Então é minha criada por informações ou para plantar algo?
— Informações.
- Do contrário seria muito óbvio, não é? César diz que vocês têm um líder inteligente.
— Sim, mas eu não quero mais ser do grupo 9. Era o que eu estava prestes a dizer para minha amiga quando você entrou, eu não acho que seja má, nem que seja falsa. O que vi de você foi apenas bondade. Você parece ser uma pessoa incrível, Anna, e acredito que também será uma boa rainha. Antes eu estava com dúvidas, mas aos poucos descobri a verdade.
— Por quê?
— Porque vi o modo como você trata seus guardas, suas criadas, vi como se preocupa. Eu ouvi a conversa que você teve com seus guardas na manhã da explosão.
— O que? — eu me assustei. Então ela sabia sobre Caleb, aquilo era perigoso. — Você contou a alguém?
Ela balançou a cabeça.
— Não, não contei. Isso seria um grande trunfo para o grupo, mas você iria perdê-lo. Eu não queria que isso acontecesse.
— Eu agradeço.
— Eu sei que você não tem nenhum motivo para acreditar em mim, por isso eu vou embora, se permitir, mas quero que saiba que aprendi muito com você.
Ela estava ali parada sem saber o que fazer, esperando que eu falasse alguma coisas, e foi naquele momento que eu entendi o que Deus queria de mim.
— Eu quero lhe fazer uma pergunta. — falei. — Você pode confiar em mim?
— Como assim?
— Confiar de que não vou te entregar.
— Se já não está fazendo isso agora posso confiar que não fará depois.
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Flor De Um Reinado: Convertei-vos
RomanceLIVRO 1 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...