50. Confuso, Frustrado, Mal.

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DOMINIQUE

Ninguém da escola a queria por perto, sua aprovação havia caído consideravelmente, ela tinha uma amiga morta, a mídia a odiava, as redes sociais não paravam de detoná-la por deixar sua amiga morrer apenas por poder.

—Então por quê? Por que Anna não renunciava? Por que ao menos não ia embora para o palácio? Nada mais estava a favor dela. Logo a notícia da morte de Thomas chegaria, ela ainda continuaria ali? Como se nada estivesse acontecendo? Não a vi ir mais à capela da escola, também não ia a muitas aulas, ela comia no quarto, e lá permanecia se não estivesse no jardim. Ben e Valter haviam ficado e, apenas alguns dias depois, César descobriu o convite que o rei havia me feito.

— Então você oficialmente faz parte da equipe da Anna? — ele perguntou depois de entrar no meu escritório.

— Sim, estava tentando arranjar tempo para poder falar com você sobre isso.

— Como assim?

— Imagino que tenha achado estranho que o rei tenha vindo falar diretamente comigo.

— Ele quer que você fique de olho em nós para que sigamos suas ordens acima das de Anna. — ele afirmou.

— Isso. Eu confio em vocês, não quero que não possam confiar em mim.

— Fico feliz por isso.

— Mas espero que não comente nada disso com ele.

— Claro que não. Você será um agente duplo — ele sorriu. — E não mudará muita coisa, você já a protege tanto quanto nós. Agora... Tem uma coisa que eu queria te pedir, e que eu ficaria muito grato se você fizesse.

— O que?

— Que você fosse ver a Anna.

— Não acho uma boa ideia. — falei rapidamente.

— Ela não está bem, e gosta bastante de você. Eu não sei mais o que fazer, e vocês não se falam há dias, desde aquela discussão.

— Discussão?

— Sim, a última vez que vocês se falaram foi uma discussão, não foi? Não pude ouvir do que se tratava, mas ouvi as vozes elevadas dos dois.

Suspirei.

— Eu não consigo entendê-la.

— Eu sei que não. Mas ainda assim se importa com ela tanto quanto todos nós.

— Aposto que ela quer espaço nesse momento. — falei. — Temos que dar o tempo dela.

— E estamos dando. Mas sei que deixá-la completamente sozinha não vai ajudar em nada.

Olhei para ele por alguns segundos. Eu também achava que não ajudaria, Anna era o tipo de pessoa que precisava de pessoas. César sabia daquilo, ele parecia conhecê-la na palma da mão. Não era à toa que ele era considerado a pessoa mais próxima de Anna.

— Você conhece ela há muito tempo, não é? — perguntei.

— Ela tinha 10 anos de idade quando me tornei seu guarda. E quando tinha dez anos de idade apenas, dez anos apenas, essa garotinha surpreendente levou um tiro para que eu não levasse. Foi um dos momentos mais desesperadores da minha vida. Naquele noite prometi que a protegeria para sempre. Quando tinha 12 anos, ela tentou fazer o mesmo, mas, graças a Deus, nenhum de nós saiu ferido.

— Eu estava lendo os relatórios. Você nunca fica com Anna durante um ataque, sempre faz sua guarda, mas nunca fica com ela. Naquele ataque do palácio você enviou ela com Ben, no que esteve aqui, você a deixou com Diogo e Jacob. E em todos os outros ela nunca fica com você. Tem alguma coisa a ver com isso?

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora