38. Seu Súdito Mais Fiel

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CEDRIC

Gabriella ficou a festa toda estranha, não apenas comigo, mas de um modo geral. Uma única pergunta não passava de passar pela minha cabeça. O que você fez Cedric? Eu não conseguia pensar em nada.

Ah, por que logo Gabriella? Por que gostar logo dela? Tudo era tão complicado. Ela era a única pessoa nesse mundo que me deixava parecendo um idiota. Que me deixava tão confuso.

— O que você fez? — Príncipe Edmond me perguntou quando ela saiu praticamente correndo no meio da nossa dança.

— Eu achava que não tinha feito nada, mas agora estou começando a entender melhor o que está acontecendo.

— Sorte a sua que sua família foi fazer contrato logo com a de Gabriella. — ele disse irônico.

— Como assim?

— Qual é? Ela é linda, deslumbrante, mas você a vê sendo esposa de alguém?

— Sim, a minha. — respondi.

— Você não está falando sério, está? Ela pode ser interessante para uma namoro ou algo assim, mas para casar? Ela é a princesa comédia.

— Você não faz a menor ideia do que está falando. — falei. — Com licença.

Eu me afastei um pouco do ambiente da festa e peguei meu celular para ligar para minha mãe.

— Filho, você não deveria estar no meio de um festa? — ela disse em francês.

— Eu estou, mas queria tirar uma dúvida. Você ou meu pai andaram falando com Tulipa?

— Sim, sobre o rompimento do contrato de casamento. Não é isso que você quer?

— É o que eu queria semanas atrás quando estava convicto que de Gabriella nunca iria se interessar de fato por mim.

— Sim, você disse que ela não dava chance alguma a você, e que não queria estar em um casamento com alguém que parece sentir desprezo por você só por causa de um acordo que nem é tão benéfico para a Gérbera.

— Eu lembro do que eu disse. E lembro que meu pai havia negado meu pedido, o que aconteceu?

— Ele repensou bastante e resolveu aceitar.

— É sério?

— Sim. Alguma coisa mudou?

— Acho que... Eu não sei, é diferente agora. Estamos nos dando bem, ela é incrível, e acredito que pode dar certo. Você fala com meu pai para reverta essa situação?

— Querido, eu falo, mas você sabe que as coisas não são tão simples assim. Seu pai não costuma mudar de opinião, essa foi uma das poucas vezes que isso aconteceu. Ele já começou até mesmo a falar com o rei Jorge.

— Droga. Tente falar com ele, por favor. Qualquer coisa eu vou até aí.

— Será se esse filho que tenho está apaixonado?

— Tchau, mãe.

Ouvi seu riso antes de encerrar a ligação. Suspirei, eu tinha que me explicar com Gabriella. Se ela havia ficado tão chateada assim é porque queria aquilo tanto quanto eu. Entrei dentro da escola a e achei no primeiro corredor que eu dobrei. Estavam ela, Anna e o chefe da guarda.

— Gabriella. — chamei. — Precisamos conversar.

Ela suspirou e assentiu. Anna sussurrou alguma coisa para ela e os dois se retiraram.

Eu me aproximei dela.

— Você está chorando? — perguntei notando sua maquiagem um pouco borrada.

— O que você quer? — ela perguntou.

— Eu quero falar com você.

— Eu não quero falar com você. — ela saiu andando, mas eu a alcancei.

— Imagino que seu pai tenha falando para você sobre o rompimento do contrato, mas é um mal entendido.

Ela apenas me encarou esperando que eu continuasse. Eu me aproximei ainda mais dela e segurei suas mãos.

— Eu não queria que você tivesse chorado.

— Eu não chorei.

Eu ri.

— Tudo bem. Temos tido dias tão bons juntos. Você me faz rir, você faz eu me sentir vivo. Gabriella, você é incrível, é incrível.

— Então por que...

— Porque eu sou um idiota. Eu falei sobre o rompimento do contrato, sim, mas foi semanas atrás. Você não parecia gostar de mim nenhum pouco, e eu não queria que ficássemos presos em uma situação que nos faria infeliz. Não achei que fosse dar certo.

— Você sabe porque eu estava com raiva.

— Sim, eu fui um idiota ano passado. E não que isso justifique, mas me assustou pensar que pela primeira vez eu estaria tão perto da minha... Da minha noiva. — ela pareceu surpresa com o que eu disse. — Porque é o que você é, você é minha noiva, a futura rainha da Gérbera. — ela sorriu. — Essa semana, pela primeira vez, eu vi você me dar uma chance. E eu pensei em como seria bom partilhar todos os dias com você. Quando organizamos essa festa juntos eu percebi a perfeita parceira que você pode ser para mim e eu para você. Gabriella, eu não poderia escolher melhor, quer dizer, meus pais não poderiam ter escolhido melhor. Você será uma grande rainha, e se você perdoar esse príncipe idiota, eu serei o seu súdito mais fiel.

— No caso, não teria como você ser meu súdito, sabe, você é um príncipe, e será um rei, então... — eu ri. — Entendi, é uma metáfora.

— Há 300 mil complicações nisso tudo, e quero convidá-la a passar por tudo isso ao meu lado.

— Então ainda quer casar comigo?

— Acho que depois de tudo que eu disse, é você que deve responder essa pergunta. Ainda tenho que resolver algumas coisas com meu pai, mas estou satisfeito com esse acordo, e quero tentar se estiver disposta.

— Se eu estiver disposta?

— Quero que você seja minha mulher.

— Assim? Direto dessa forma?

— Você estava chorando por algum motivo? — sorri.

— Você está me provocando?

— Está fugindo da minha proposta?

— Eu nem te conheço direito e já está me pedindo em casamento.

Eu ri.

— Gabriella...

— A resposta é sim. — ela disse e um enorme sorriso se formou meu rosto.

— Sendo assim. —falei e a beijei.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora