26. Pensativo

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DOMINIQUE

Peguei Anna em meus braços, mais uma vez. Por que ela havia desmaiado? Era melhor levá-la ao hospital. Por que aquilo tinha que acontecer justo quando estou tentando me manter longe?

Ela acordou antes mesmo que eu tivesse dobrado o corredor.

— Dominique. — ela chamou meio confusa.

— Tudo bem, estou levando você para o hospital.

De repente ela se sobressaltou.

— Não! — ela disse e eu parei.

— Por que não?

— Os meninos vão ficar preocupados. Você pode me colocar no chão agora.

Eu continuei a segurá-la firme.

— E porque você desmaiou?

— Porque estou há um tempo sem comer.

— Você parece fazer sempre isso. Naquele dia e agora hoje.

— Na verdade, é desde aquele dia. — olhei espantado para ela. — Mas não se preocupe, vou jantar agora mesmo. Só você me colocar no chão.

— Está me dizendo que você não come há três dias? Vou falar agora mesmo com César, eles não andam verificando se você come?

— Não faça isso. — ela exclamou de novo. — Eu estou bem, deixe-me voltar para o chão.

Com sua insistência acabei deixando ela ficar em pé de novo, mas a vi bambear.

— Você não parece bem. — Eu a ajudei a se apoiar na parede.

— Eu sei que é errado ficar três de as sem comer, mas...

— Até uma dia sem comer é errado. Você não sente fome? — ela me encarou com uma expressão que eu não soube identificar o que significava. — Vamos até César, vou falar com ele.

— Pode deixar que eu falo. — balancei a cabeça em negação. — Dominique...

— A resposta é não.

— Achei que estivesse com raiva de mim. — Eu estava? Nem consigo lembrar mais.

— Não ao ponto de deixar você morrer.

— Eu não vou morrer, já estou acostumada.

— O que?

— Por favor, não diga que desmaiei, não quero preocupar César.

— Tudo bem, então vamos para a cozinha agora, e só vou embora quando terminar de comer.

— Fechado. — ela sorriu satisfeita.

— Apoie-se em mim. — ofereci meu braço. Ela sorriu de novo e entrelaçou o seu ao meu.

— Não consigo nem ouvir você direito. — ela riu-se.

— Isso não tem graça. — fui seco e seu riso acabou.

Chegamos À cozinha, e, para minha sorte, Justina não estava lá. Pedi que fizessem uma comida leve para Anna e reservei uma sala para que esperássemos enquanto ficava pronto.

— Eu agradeço a preocupação, Dominique. — ela disse.

Eu tinha, no entanto, outra coisa martelando na minha cabeça.

— Você disse que está acostumada com isso. Você costuma ficar sempre muito tempo se comer?

— Às vezes, sim. Não três dias é claro, normalmente é um dia, isso não me incomoda.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora