DOMINIQUE
Peguei Anna em meus braços, mais uma vez. Por que ela havia desmaiado? Era melhor levá-la ao hospital. Por que aquilo tinha que acontecer justo quando estou tentando me manter longe?
Ela acordou antes mesmo que eu tivesse dobrado o corredor.
— Dominique. — ela chamou meio confusa.
— Tudo bem, estou levando você para o hospital.
De repente ela se sobressaltou.
— Não! — ela disse e eu parei.
— Por que não?
— Os meninos vão ficar preocupados. Você pode me colocar no chão agora.
Eu continuei a segurá-la firme.
— E porque você desmaiou?
— Porque estou há um tempo sem comer.
— Você parece fazer sempre isso. Naquele dia e agora hoje.
— Na verdade, é desde aquele dia. — olhei espantado para ela. — Mas não se preocupe, vou jantar agora mesmo. Só você me colocar no chão.
— Está me dizendo que você não come há três dias? Vou falar agora mesmo com César, eles não andam verificando se você come?
— Não faça isso. — ela exclamou de novo. — Eu estou bem, deixe-me voltar para o chão.
Com sua insistência acabei deixando ela ficar em pé de novo, mas a vi bambear.
— Você não parece bem. — Eu a ajudei a se apoiar na parede.
— Eu sei que é errado ficar três de as sem comer, mas...
— Até uma dia sem comer é errado. Você não sente fome? — ela me encarou com uma expressão que eu não soube identificar o que significava. — Vamos até César, vou falar com ele.
— Pode deixar que eu falo. — balancei a cabeça em negação. — Dominique...
— A resposta é não.
— Achei que estivesse com raiva de mim. — Eu estava? Nem consigo lembrar mais.
— Não ao ponto de deixar você morrer.
— Eu não vou morrer, já estou acostumada.
— O que?
— Por favor, não diga que desmaiei, não quero preocupar César.
— Tudo bem, então vamos para a cozinha agora, e só vou embora quando terminar de comer.
— Fechado. — ela sorriu satisfeita.
— Apoie-se em mim. — ofereci meu braço. Ela sorriu de novo e entrelaçou o seu ao meu.
— Não consigo nem ouvir você direito. — ela riu-se.
— Isso não tem graça. — fui seco e seu riso acabou.
Chegamos À cozinha, e, para minha sorte, Justina não estava lá. Pedi que fizessem uma comida leve para Anna e reservei uma sala para que esperássemos enquanto ficava pronto.
— Eu agradeço a preocupação, Dominique. — ela disse.
Eu tinha, no entanto, outra coisa martelando na minha cabeça.
— Você disse que está acostumada com isso. Você costuma ficar sempre muito tempo se comer?
— Às vezes, sim. Não três dias é claro, normalmente é um dia, isso não me incomoda.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Flor De Um Reinado: Convertei-vos
RomansaLIVRO 1 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...