57. Seu Sorriso

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ANNA

Acordei, como eu já bem sabia, no hospital, na UTI. É, eu havia passado por uma cirurgia e por isso me sentia baqueada. Bem, pelo menos parecia que tudo já estava resolvido, era só fase de recuperação. Percebi César dormindo ao meu lado enquanto segurava minha mão.

— Mocinho — chamei.

Ele despertou.

— Ah, você acordou, que bom. — Ele beijou minha testa. — Vou pedir para chamarem sua médica.

Ele foi lá fora e falou com uma enfermeira. Eu ainda tentava processar tudo que aconteceu, ainda parecia um sonho, parecia um sonho ter ouvido Dominique falar tudo aquilo. Nossa, como eu queria vê-lo, mas sabia que devia estar cuidando do funeral do seu avô. O Sr.Castro era alguém que eu nunca esqueceria, foi por causa dele que voltei a ter minha ligação com Deus, mais forte que antes, eu podia ouví-lo novamente. Eu me sentia bem novamente, eu e Ele ainda precisávamos conversar algumas coisas, mas eu tinha a sensação de que tudo ficaria bem.

— Bom dia, alteza — a médica entrou no quarto. — Eu sou a Dra.Mendes e cuidei do seu caso. Do que se lembra?

— De tudo antes de eu desmaiar — respondi. — Levei um tiro, e foi no abdômen.

— Sim. Assim que você chegou a levamos para um centro cirúrgico e fizemos uma cirurgia exploratória, identificando uma lesão no fígado, tratamos dela com remoção. Não há motivo para pânico, eles crescerá sozinho dentro de alguns dias. Você vai sentir um pouco de dor e desconforto, mas vamos administrar alguns remédios para isso.

— Tudo bem, obrigada.

— Vamos te levar para o quarto em algumas horas. É melhor você descansar por enquanto.

— Tudo bem.

— Eu vou sair, Anna, conversamos quando você estiver no quarto.

— Tudo bem.

E foi isso, eles saíram e eu voltei a dormir. Quando chegou a noite daquele dia, eu já estava no quarto bem mais acordada.

— Diga-me, quando você vai parar de fazer isso? — César começou.

— Se eu puder, nunca.

— Metade dos tiros que você levou em vida nem eram para você.

— Que bom, significa que não chegaram a outras pessoas.

Ele sorriu e segurou minha mão.

— Sei que tenho que aceitar que você vai ser sempre assim, mas vou tentar evitar isso sempre que puder.

— Eu sei que vai. O que aconteceu?

— Eu estava rodando o local quando Dominique falou sua localização e não demorei muito para chegar. Batemos de frente com alguns rebeldes e quando Dominique ouviu os disparos deu um para cima, e eu então achamos vocês. Você estava desmaiada e então a trouxemos para o hospital. Dominique foi ver seu pai e nos encontrou depois.

— Ele veio aqui?

— Sim, queria notícias suas. E também fez um check-up, parece que ele havia batido a cabeça, algo assim. Depois saiu de novo, parece que o avô dele faleceu naquele dia.

— Sim, foi. E os outros? Estão todos bem?

— Sim, todos bem. Sebastian, Marco, os alunos, minha equipe, as crianças, todos. Apenas uns guardas da escola saíram feridos, mas isso já era de se esperar. Era o grupo 10, significa que eles só ferem quem entra no seu caminho.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora