ANNA
Naquele dia eu não sabia o que estava prestes a acontecer, não sabia que aquela dor mais uma vez me atingiria de maneira tão forte. Quando acordei naquele dia, 5 dias depois do ataque a escola, eu ainda não sabia que aquele seria um dos piores dias de toda a minha vida.
Poucos dias se passaram desde o ataque e a escola ainda estava nervosa de uma maneira geral, por mais que o sistema de comunicação já tivesse sido restaurado, o fato de que dois alunos não estavam ali pairava pela escola. Às vezes eu achava ser a única a acreditar que ainda estavam vivos.
Dominique não se pôs a até mesmo olhar para mim novamente, ele estava ocupado com aquilo tudo, nunca mais o vi andar sem parecer apressado para chegar a algum lugar. Ele não ficava nos ambientes onde estavam todos os alunos e parecia sempre com raiva de alguém. Ele e Jacob haviam restaurado o sistema de comunicação, meu guarda me garantiu que dessa vez estava melhor. Os dois também iniciaram uma investigação para achar os traidores da escola, e por isso alguns guardas com fichas duvidosas foram demitidos.
Todos os dias, todos dias havia simulação de ataque em alguns horários diferentes e inconvenientes. O diretor afirmou que seria assim por uma semana, ordens de Dominique, eu entendia o porquê, ele estava com medo, todos estávamos. E por mais que aquelas simulações não servissem para deixar ninguém mais calmo, ninguém ousou reclamar. Os alunos quase não andavam mais nas áreas externas da escola e todos tremeram quando foi anunciado que as festas dariam prosseguimento na semana seguinte, aquela que acabava de entrar.
Ninguém gostou daquilo, todos votaram que não, quando, de repente, o diretor bateu na mesa irritado.
— É isso que eles querem, querem nosso medo, nosso pânico, querem que paremos nossa vida para observá-los ganhar. É isso que acontecerá se pararmos as atividades da escola, eles ganham. Se querem ser bons reis e rainhas não devem ter medo.
Depois disso metade das mãos abaixadas levantaram, e por fim Dominique deu a permissão, e pediu que confiássemos nele. Eu confiava, por isso levantei a mão e encerrei o desempate. Dominique nunca garantiria a certeza da segurança da escola daquela maneira se não pudesse realmente garantir.
Outras coisas muito importantes aconteceram naquele tempo, como o fato de eu me encontrar todos os dias na capela com Cedric para rezar. Havia também o fato de que Tereza havia ido embora, ela estava com medo, eu entendia, não iria culpá-la, mas aquilo fazia com que eu voltasse a nunca estar completamente descansada. Ben, Valter e Alice vieram para escola afirmando que eu precisava deles, e eu precisava, mas nunca pediria que viessem até ali.
Foi bom ter Alice por perto, eu me sentia mais calma na presença dela, era minha melhor amiga. Ela acabou me dando uma notícia incrível, estava grávida e eu seria a madrinha. Comemoramos junto com os guardas. Em meio a tanta tristeza, tivemos uma boa notícia e um motivo para sorrir. Mandei que voltasse no dia seguinte, não a queria ali, com aquelas simulações de ataque o tempo todo. Ela era uma mãe agora. E ela entendeu, disse que me amava por isso e foi embora.
Eu até poderia dizer que estava confiante. Mesmo com tudo, eu poderia dizer que estava confiante. A segurança estava melhor, e logo Thomas e Gabriella iriam retornar, eu tinha fé, e eu os ajudaria da maneira que tivesse que ajudar. E eles iam superar aquilo, talvez demorasse, mas iam. Tudo parecia que ia se acertar com o tempo na minha cabeça, quando no sexto dia depois do ataque eu fui jogada para o chão de novo.
Thomas não disse que seria uma montanha russa com muito decidas em vão.
Eu acordei naquela manhã sabendo que seria a primeira festa depois do ataque. Seria a festa do grupo de James, significava que os convidados eram meus pais e os reis de Hortênsia. Eu acreditava que dificilmente meus pais viriam, eles ainda não haviam confirmado até aquele dia. Não falei com nenhum deles depois do ataque, apenas o meu avô. Na verdade meu pai havia mandado um e-mail dizendo o quanto sentia, havia duas linhas, mas eu entendi sua intenção e estava tudo bem.
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Flor De Um Reinado: Convertei-vos
RomanceLIVRO 1 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...