6. Encantadora

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DOMINIQUE

Depois de sair do hospital, falei com Mateus e pedi que eu voltasse o mais rápido possível para Santa Rosa. Minha cabeça parecia estar a mil, eu não conseguia parar de pensar nela, em Anna. A menina chamada Flor que eu conheci na praia não se parecia em nada com o que eu pensava sobre a princesa Anna.

Mas teria sido real? Aquela era realmente a princesa? Eu precisava conversar com meu pai e contar o que havia acontecido, mas assim que cheguei em casa percebi que ele não estava sozinho.

— Filho, que bom que chegou, estávamos falando sobre você.

— Eu soube que estava no palácio. — falou Carlos.

— Deve ter uma ótima história para contar sobre o ataque. — disse Leon.

— Nós marcamos um encontrão hoje. — avisou meu pai. — Eles querem ouvir você falar.

— Pai, eu posso falar com você antes?

— É claro. — ele pegou o controle da TV e aumentou o volume. — Mas antes vamos ver o pronunciamento da princesinha sobre o ataque, estávamos esperando passar.

A TV mostrava um repórter falando sobre o ataque, mostraram algumas imagens, outras entrevistas e por fim o pronunciamento da princesa.

— É sempre uma grande perda para mim e para minha família quando ocorre eventos como esses, mesmo que consigamos ficar bem, sempre há alguém que morreu para que isso acontecesse. Por isso aqui quero deixar um agradecimento especial a nossa equipe de guardas e empregados, e desejar meus pêsames às famílias que perderam alguém no dia de ontem.

Aquilo foi na manhã anterior, eu percebi, mesmo com muita maquiagem, ainda era possível ver seus olhos cansados. Era diferente vê-la ali como todo o luxo de um princesa. Como pude não reconhecê-la?

— Nós pedimos que não criem boatos sobre o que aconteceu aqui, os rebeldes querem destruir nossa nação. — aquilo não era necessariamente verdade, pensei. — Eles lutam por princípios próprios, e nem sempre são princípios validos. Minha família está bem, e seguiremos adiante fazendo o melhor para nossa nação, resta-nos rezar para que Deus proteja a todos nós. Obrigada.

Eu sempre achei a princesinha bonita, mas de repente eu olhava para ela e a achava linda, linda de uma forma que eu não conhecia antes. Eu me odiava por pensar assim.

— As pessoas precisam ouvir a verdade. — disse meu pai. — Temos que parar de ser enganados por esses que se acham melhor que outros.

— Tem razão. — disse Leon.

— Pai, eu posso falar com você? — pedi mais uma vez. — Em particular.

— Certo, a gente se vê hoje no encontrão a noite. — ele se despediu de seus amigos. — Levem bebidas.

— É claro.

Os dois saíram e eu o chamei para a cozinha para que conversássemos na mesa, de forma que meu avô não ouvisse.

— Como foi lá na Capital? — meu pai perguntou.

— Foi confuso. César queria me explicar o protocolo para proteger a princesa.

— Isso é bom. — ele sorriu.

— É, mas não deu tempo dele me falar, acredito que vamos conversar novamente quando eles vierem para a escola. Mas não é disso que eu quero falar com o senhor, algo que eu não esperava aconteceu.

— O que?

— Eu tive oportunidade de conversar com a princesa.

— Sério? E como foi?

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora