DOMINIQUE
Dobrei o corredor e fiquei ali parado, eu queria saber como aquilo iria se suceder. Ouvi ele ameaçá-la, por que ela era tão teimosa? Toda aquela situação me incomodava. Eu estava prestes a sair dali quando ouvi ele dizer:
— Você é muito insolente mesmo, pelo visto terei que fazê-la sentir.
Ele começou a bater nela, por que ela não gritava? Aquilo eu não poderia ver acontecer e não fazer nada. Corri até lá, puxei ele e o empurrei contra a parede.
— O que?
— Sai daqui.
— Cara, você...
— Corre, eu vou ter que soar o alarme.
Ele não disse mais nada, apenas correu. Eu liguei o microfone.
— Invasor, corredor 7, área norte. Iniciar ação.
O alarme começou a soar, eu fui até Anna, que parecia tonta. Assim que seu olhar cruzou com o meu, vi terror em seus olhos.
— Princesa Anna. — falei.
Ela pareceu ainda mais assustada e começou a se afastar. Ela não me reconhecia?
— Por favor. — ela pediu em meio ao desespero, e aquilo doeu em mim.
— Anna, sou eu.
Ela não reconhecia que eu estava ali, estava assustada demais. Eu queria acalmá-la, eu não queria vê-la assim. Aquilo me incomodava profundamente.
De repente tive uma ideia. Tirei o casaco da escola, a camisa, e fiquei apenas com a camisa branca.
— Sou eu, Anna, Dominique. Dominique, lembra? Da praia. — eu me agachei para ficar mais perto dela que me encarava parecendo entender novamente o que acontecia. — Dominique da praia, Flor.
Ela finalmente me olhou aliviada e então se jogou nos meus braços, e eu a abracei. Eu não queria ter feito aquilo, não queria tê-la machucado. Eu não queria mais ser o causador de sua dor, eu não queria que mais ninguém causasse. Eu achei que era capaz de continuar com aquilo, mas eu não era.
Quando vi aquele homem batendo em Anna, foi como se estivesse pisando em uma flor, em um pequena e inocente flor. E agora que eu abraçava, eu queria nunca mais soltá-la, queria deixá-la protegida bem ali.
— Dominique. — ouvi ela dizer em um suspiro.
— Tudo bem. — falei.
— Eu... Fazia tempo que... Que ninguém...
— Que o quê?
— Anna! — seus guardas apareceram. — O que houve? Há mesmo um invasor?
— Sim. — respondi. — Eu fui irresponsável, desculpem. Avisaram que algo estava pegando fogo na cozinha, pedi para Anna retornar ao quarto e a deixei sozinha. Era alarme falso, voltei o mais rápido possível e encontrei o invasor com Anna. Nós brigamos, mas Anna estava desacordada, então soei o alarme e o deixei fugir para ver como ela estava.
Anna ainda tinha seus braços ao meu redor, mas olhava para o seus guardas. Ela quis se levantar, mas eu segurei seu braço.
— Ainda não. — falei. — Você está machucada.
— Ele bateu em você? — César perguntou e ela assentiu. Ele olhou para mim. — Você pode levá-la ao hospital?
— Sim. — respondi.
— Adriam e Caleb, fiquem aqui e ajudem. O resto venha comigo, vamos achá-lo.
Eles saíram e eu fiquei ali, ainda no chão com Anna.
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Flor De Um Reinado: Convertei-vos
RomanceLIVRO 1 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...