40. 1001 Pensamentos

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DOMINIQUE

Fiquei aliviado quando Anna finalmente foi dormir e a festa começou a chegar ao seu fim. Depois de liberar as equipes a voltarem para seus postos, eu me dirigi ao meu quarto para descansar, estava exausto e ainda mais dolorido. Não resisti, no entanto, a passar nos corredores do quartos, o terceiro e quarto andar inteiro, para me certificar de que estava tudo bem.

Acabei ouvindo duas pessoas conversando. Ao identificar a voz de Rei Raymond, tratei logo de me esconder. A conversa era em inglês.

— Você pensa que é quem? — ele dizia em tom duro.

— Majestade... — Ouvi a voz de Thomas Hawkbat.

— Meu filho está aqui nessa escola idiota por um único objetivo, e você, um ninguém, quer atrapalhar? Você perdeu a noção do perigo?

— Eu não estou tentando nada...

— Você pensa que engana quem? Minha prima era uma idiota mesmo, morreu e deixou você para cuidar, como se eu já não tivesse problemas o suficiente.

— Eu não quero ser um problema.

— Você já é um problema desde que nasceu. Você acha que eu não sei de suas artimanhas? Das pessoas com que anda falando? Parece esquecer que o único motivo de você ainda estar vivo sou eu. Mas não duvide de mim, ao primeiro erro eu tiro você dessa escola e faço você sumir.

— Se as pessoas soubessem quem vocês realmente são, ninguém ia permitir que James subisse ao poder.

Ouvi um som estranho, imaginei que tivesse sido um soco.

— Você só está aqui por causa da sua rainha, tome cuidado com o que fala do filho dela. Não esqueça o seu lugar, você é escória, Thomas, a única coisa que tem de bom é o sobrenome que carrega. Minha família não vê a hora de se livrar de você. Por isso aqui fica meu aviso, afaste-se da Anna, não sou idiota que nem meu filho para acreditar que não há um plano seu por trás, eu conheço você, moleque. Fique longe dela, ou eu vou dar um jeito em você.

Houve um momento de silêncio, em que lorde Thomas provavelmente pensava na sua resposta. Temendo que aquilo fosse piorar, eu apareci.

— Boa noite, Majestade. Lorde Thomas.

— Você é Daniel, não é? O guarda principal da princesa Anna. — o rei me perguntou.

— Sim, sou Daniel, mas o guarda principal da princesa Anna é César Mesquita.

— Não é o que parece. Quer alguma coisa?

— Sim, na verdade, eu vim falar com lorde Thomas.

— Sendo assim, boa noite. — o rei disse por fim e saiu andando.

— Onde estão os guardas desse corredor? — perguntei.

— Ele pediu que saíssem, assim podia brigar comigo à vontade. — Ele se apoiou na parede. — Você ouviu, não ouviu?

— Sim.

— Não conte a ninguém.

— Não vou contar, não é nada que já não pudesse supor. Vai ficar longe da Anna?

— É o que eu queria, mas não é tão simples assim.

— Você sente alguma coisa por ela?

— Não da maneira que você sente. — ele sorriu. — Ela é... Ela é a única coisa boa no meio disso tudo, e é a única coisa boa que todos querem destruir. Acredito que tenho um papel no meio disso e quero manter distância enquanto não descubro.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora