11. Alteza

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ANNA

— Alteza. — ele disse. Eu sempre gostei que as pessoas me chamassem de Anna, aquilo era verdade, mas nunca me incomodou tanto ver alguém me chamar de alteza. — Sinto muito por ter mentido no nosso último encontro. Meu nome de verdade é Daniel, Daniel Castro.

Senti que estava diferente, mas devia ser porque ele estava em serviço.

— Eu já fiquei sabendo. — sorri. — Mas acho que Dominique combina mais com você. Eu também queria pedir desculpas por não revelar o meu nome verdadeiro.

— Eu entendo que era um protocolo.

Eu não conseguia ignorar a sensação de que algo estava estranho naquela conversa. Seu olhar estava diferente. Tentei ignorar isso.

— Protocolo. — ri. — Acho que essa é a palavra que mais ouço na minha vida. Enfim, você pode me chamar de Anna, agora que sabe que esse é o meu nome. Ou não. Ainda não sei se vou conseguir te chamar de Daniel. Tem certeza que esse é mesmo seu nome? — brinquei. Eu não me via aceitando facilmente que seu nome fosse Daniel. Para mim o homem da praia sempre se chamaria Dominique.

—- É melhor encerrarmos nossa conversa por aqui. — ele disse de repente. —Os outros aguardam por vossa alteza.

Eu não estava errada, algo estava estranho, ele me olhava diferente. Mas eu não queria aquela realidade, aquele em que eu era Anna e ele me tratava com a frieza que outros guardas que não me conheciam me tratavam. Eu realmente pensei que pudéssemos ser amigos, mas talvez fosse ilusão minha achar que todos fossem gosta de mim, metade de um país inteiro não gostava.

Tentei não parecer sem graça, mas sei que falhei. O que era ruim, porque ele continuava a me dar aquele olhar frio.

— Tem razão. Foi muito bom encontrar com você aqui, Domi... Daniel. — corrigi. Eu deveria aceitar minha realidade. Lembrei que havia uma última coisa que eu deveria dizer a ele — O meu guarda ficou bem, inclusive. Pensei que talvez gostaria de saber, ele pediu que te agradecesse.

— Não foi nada. — ele falou seco, deixando bem claro que queria encerrar aquela conversa.

Eu resolvi desistir e cumprimentar outras pessoas. Assim que me virei, quase fui derrubada pelo abraço de Gabriella.

— Anna, como eu estava com saudade de você. — ela sorriu para mim.

Por causa da forte aliança entre nossos dois países, Gabriella era a princesa mais próxima a mim. Eu podia considerá-la uma amiga. Gabriella era amada não só por seu povo, mas por todos, era divertida e afoita, mas sem perder a elegância que se pedia de uma princesa. Desde criança já tínhamos esse acordo, quando assumíssemos o trono de nossos respectivos países, daríamos sequência a essa aliança de longa data que os dois já tinham.

— Hoje todos passaram o dia falando de você. — ela falou mais baixo. — Até fiquei com raiva. Adoro quando falam de mim.

— Adoro quando falam de você. — concordei.

— Alteza. — Príncipe Duke e Princesa Nia se aproximaram. — É muito bom recebê-la na escola esse ano.

— Eu também estou muito feliz de estar aqui. Espero que tenhamos muitas oportunidades de conversar.

— De fato. Essa é minha irmã, Nia. — Príncipe Duke apresentou — Acredito que ainda não tiveram oportunidade de se conhecer.

— Eu já a vi bastante na TV. — falei. — É um prazer conhecê-la pessoalmente, alteza.

— Igualmente. — ela sorriu. Parecia bem simpática.

— Sinta-se especial, Anna. — falou Gabriella. — Príncipe Duke dificilmente sai do quarto para receber os outros. Eu mesma cheguei, procurei seu rosto bonito e não encontrei.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora