5. Seu Olhar Terno

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ANNA

— Se você for um rebelde, eu juro que vou com você sem resistir, eu deixo você me matar e ainda fico com os olhos fechados. — afirmei sem ter outra alternativa que não fosse dar tudo de mim para manter Ben vivo. — Eu juro, eu realmente juro. Mas eu preciso... eu preciso salvá-lo, é apenas isso, preciso salvar o Ben. Só preciso que ele fique vivo. Por favor.

Falei tudo isso o mais rápido que pude, sem nem pensar direito, eu só precisava garantir que Ben não morresse. Senti seu olhar em mim enquanto estava com os olhos voltados para baixo.

— Eu não sou um rebelde. — ele afirmou — E se fosse, com certeza estaria atrás da realeza.

Olhei para minhas roupas lembrando que eu não estava vestida de princesa.

— É verdade, desculpe. Já que não é um rebelde, você pode me ajudar?

Eu não sabia se podia confiar nele, mas sabia que ainda não tinha me atacado, se estava fingindo ser bom que pelo menos me ajudasse.

Ele se aproximou e pela primeira vez naquela conversa eu parei para olhar para ele por uns instantes. Era um homem realmente bonito. Rapidamente voltei minha atenção para Ben, o homem me ajudou a cuidar do seu ferimento e depois me ajudou a levá-lo até as rochas para que pudéssemos no esconder.

— Como é o seu nome? — ele me perguntou de repente.

Segundo o protocolo de segurança de César, eu jamais deveria me identificar como a princesa nesse tipo de situação. César me fez ler aquilo tantas vezes que eu decorei.

— Flor. — falei simples, foi a primeira coisa que me veio à mente.

— Flor? — ele me olhou curioso

— Sim.

— E o que aconteceu, Flor? Até onde sei empregados têm abrigos para ficar durante ataques no palácio.

Tinha lógica no que ele falava, eu precisava inventar uma desculpa.

— Eu sei, é que eu tive que... Eu tive que ajudar a princesa Anna a se esconder, e acabei me atrasando, então o guarda Ben achou que era melhor eu sair.

— Sempre a vida dela em primeiro lugar, não é? — ele disse isso com certa amargura, eu percebi.

Suspirei. Odiava que fosse assim, que fosse dessa forma, mas eu aprendi a apenas aceitar.

— Eu queria que não fosse assim. — falei.

— Como você foi parar na água? — ele perguntou, parecia curioso.

— O motorista era um rebelde disfarçado, começou uma briga dentro do carro. Ben levou um tiro, depois acabamos caindo do penhasco. Eu nos tirei do carro e nadei com ele até aqui.

Eu estudei tudo sobre todo tipo de situação de perigo, eu sempre quis estar preparada para qualquer coisa, principalmente depois de tudo que me aconteceu. Então, sim, eu sabia como sair de uma carro afundando, era uma excelente nadadora, e sabia cuidar de um ferimento a bala.

— Você não tem força para isso.

— Tenho sim, só que não são músculos. — dei um meio sorriso, então pela primeira vez notei que ele tinha uma camisa amarrada ao redor na perna. — Você se machucou?

— Sim, acabei enfrentando um deles no rota.

— Por que fez isso? — ele deu de ombros, e, por algum motivo, não me importava saber o porquê. — Eu posso dar uma olhada? — ele assentiu. Eu me agachei próximo a sua perna e dei uma olhada na ferida. — Ah, é um tiro de raspão, que bom — olhei para ele — Foi bem levezinho. — sorri para ele para tranquilizá-lo, estudei que essa era uma das partes mais importante no tratamento com o paciente. Ele sorriu de volta e percebi o sorrido bonito que ele tinha. — Mas não demore muito para ir ao hospital, pode infeccionar.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora