48. Um Propósito.

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DOMINIQUE

Entrei mais uma vez na sala de Jotta.

— Por que pegou outra pessoa? — perguntei.

— Porque o destino daquelas duas já está traçado. Preciso de alguém que eu possa usar para chantagem.

— Vai matar uma pessoa?

— Se Anna não renunciar, sim.

— Já fez isso antes e não deu certo.

— Dominique, eu não sei por que você vê tanto problema assim. Pelo que soube essa menina é a melhor amiga de Anna. Se ela for a boa menina que aparenta ser, não vai deixar a amiga morrer. Se a garota morrer, você já sabe que Anna é tão miserável quanto nós já sabemos. Ela é uma pilantra.

Ele tinha razão. Aquele era um bom plano, e rápido também, Anna não ia deixar uma pessoa morrer para subir ao trono, principalmente uma pessoa tão próxima.

Mas aquilo já havia acontecido antes, alguém já havia morrido pelo poder de Anna. Ela não parecia se importar com isso.

Eu sentia meu coração ficar cada vez mais duro. Como eu era idiota, não estava pensando nessas coisas, eu nunca penso nessas coisas quando eu estou perto dela. Ela realmente tinha o dom de enganar.

— Não acho que deveria brincar com a vida de pessoas inocentes.

— Dominique, você já expôs suas condições, não vou aceitar mais. Vou seguir nosso acordo, mas o grupo 12 tem uma maneira de agir.

Voltei para escola sabendo que não ia conseguir melhorar aquela situação. Assim que Anna renunciasse, eu poderia voltar minha atenção a acabar com aquele grupo.

Nos dias que se passaram, eu retirei boa parte daquele segundo grupo da escola. Não comentei com Afonso que sabia sobre suas artimanhas, mas ele estava muito contente por estarmos juntos com o grupo 12 agora, não mais que meu tio, que finalmente estava no grupo que tanto queria.

Eu ainda não tinha ido visitar meu avô. Não queria chegar até ele enquanto não tivesse sucesso no meu plano.

A segurança foi restaurada e dessa vez eu sentia que tinha tudo sobre controle na escola. Caminhei em direção ao quarto de Anna, eu tinha que ver como tudo aquilo iria acontecer.

Encontrei os oito guardas na porta do quarto.

— Você já ficou sabendo? — César perguntou.

— Sim, ela vai fazer o que estão pedindo?

— Não.

— O que? Ela vai deixar a amiga morrer? — não disfarcei o quanto estava surpreso.

— Ela não tem escolha.

— Como assim?

— O rei a proibiu.

— Ela não deveria obedecer seu pai quando se trata de vida ou morte. — também não disfarcei minha raiva. Era fácil fazer aquilo e colocar a culpa no rei. Tudo que ela precisava fazer era assinar um documento.

— Ela sabe disso.

— Então... — parei e olhei para os oito guardas ali parados. — Vocês estão mantendo ela aí dentro?

— Sim, ordens do rei.

— Por que estão fazendo isso? Achei que eram leais a ela. Vão permitir que a amiga dela morra?

— Não se preocupe, Dominique, nós sabemos que culpa temos nessa história.

— Então por que...

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora