45. Pelos Justos

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ANNA

Assim que a porta do abrigo fechou eu olhei ao redor. Haviam outras quatro pessoas ali comigo, não sabia o nome de todas elas, mas as conhecia de vista, sabia os países de algumas. A única pessoa que eu conhecia ali era a princesa Bella.

— Oi. — falei. — Vocês estão bem?

Eles apenas assentiram.

— Aqui tem água?

— Sim, Anna. — Diogo foi até um frigobar e pegou uma água para mim, já peguei com as mãos tremendo.

Não importa por quantos ataques eu passasse, minhas mãos sempre tremiam. Eu havia entrado ali e não sabia o que me esperava quando eu saísse.

— Eu sei que estamos todos nervosos. — falei. — Mas agora eu e meus guardas vamos rezar. Sintam-se convidados a se juntar a nós.

— Eu quero. — rapidamente disse a princesa Bella. — Quero rezar por meus pais, eles estão na escola.

— Com certeza, iremos rezar por eles e pelos reis Carelli. São meus convidados.

— Eu não vou rezar com você. — disse uma garota que estava ali. — É por sua culpa que estamos sofrendo um ataque.

— Tenho consciência disso. — falei. — Não peço que reze ao meu lado, é apenas um convite. Mas se você é uma pessoa de fé, aposto como há alguém aqui dentro que vale sua prece, reze por ela.

Ela não disse mais nada, pareceu pensar. Nesses momentos a oração era a única coisa que me matinha sã, sempre foi assim.

Aos poucos todos ali começamos a orar juntos. Havíamos terminado um terço quando Jacob anunciou.

— Acabei de receber a informação. Os rebeldes foram contidos.

— Já? — falei surpresa.

— Sim.

— Então eles já têm o que querem. — falei. — E não sou eu.

Senti um embrulho no estômago. O que seria, então?

— Temos que ficar aqui dentro até terminarem de checar tudo. — disse Diogo.

Eu sabia disso. Eu já era acostumada a ficar em abrigos como aquele no palácio. Não importa quanto tempo o ataque durasse, ficávamos ali dentro por pelo menos duas horas.

O resto do tempo que ficamos aí, eu fiquei pensativa. O que nos aguardava quando saíssemos lá fora? Por que havia sido tão rápido? Por que não era eu?

Assim que saímos eu comecei a caminhar para o escritório de Dominique.

— Para o quarto, Anna. — disse Jacob.

— Eu não posso ficar mais escondida até saber o que aconteceu. Até encontrar Dominique.

Eles apenas me seguiram sabendo que eu não ia mudar de ideia.

— Anna! — o resto dos meus guardas apareceu. — O caminho dos quartos é por ali.

— Eu não estou indo para o meu quarto.

— Ela quer ver o Dominique.

— Anna... — começou Adriam.

— É melhor irmos logo. — falou Diogo. — Quanto mais rápido o encontrarmos, mais rápido a levaremos ao seu quarto.

César permitiu. Ele sabia que Dominique não liberaria os abrigos se já não tivesse certeza de que a escola estava segura.

— Dominique! — chamei quando o vi passando por um corredor.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora