ANNA
— Não acredito — falei rindo.
— É verdade, é verdade — Dominique afirmou. — Meu pai nunca mais me levou a um parque depois disso.
— Ah, pobrezinho. Bem, ele tinha suas razões.
— É, ele tinha.
— Eu gostaria de ter conhecido você criança.
— Eu não era tão danado quanto você está pensando.
— Não?
— Não, eu só criava esses desafios na minha cabeça e tentava descobrir se eu era capaz de executá-los.
— E você era?
— É claro — ele se gabou.
— Uau — eu ri.
— Agora é a sua vez. Conte uma história da sua infância.
— Você não pode me pedir isso, eu tenho várias.
— A princesa Anna era espoleta?
— A princesa Anna encontrava sua própria maneira de se divertir dentro de um enorme palácio — expliquei. — Eu fazia muitos experimentos culinários que davam errado, muitas pegadinhas com meus guardas da época, Timóteo e eu inventávamos diversas coisas para brincar no palácio.
— Timóteo, o seu guarda?
— Sim, meu melhor amigo de infância. Ele é o filho da cozinheira Joana, cresceu no palácio assim como eu, nós brincávamos muito.
— Você parece ter uma história com cada um deles.
— Eu tenho — sorri. — Eles são especiais, você vai adorar conhecer cada um deles.
— Creio que sim, posso entendê-los melhor agora.
— E como anda a investigação? César disse você tem feito progresso.
— Sim, eu não pretendo deixar essa semana acabar sem encontrá-lo. Contatei muitas pessoas e andei por muitos lugares, não vai demorar muito mais até que eu descubra onde Thomas está.
— Que bom, fico contente, mesmo que preocupada.
— Já tivemos essa conversa antes.
— Eu sei, eu sei.
— Princesa Anna, boa tarde — disse a médica entrando no quarto. — Posso dizer que é um prazer entrar aqui hoje para lhe dar sua alta — Eu sorri. — Não que agora você possa sair por aí correndo e pulando. Deve descansar por mais algumas semanas e seguir a prescrição à risca.
— Farei isso, doutora, pode deixar. Já posso me trocar, então?
— Eu já trouxe suas roupas, Anna — Giselle entrou no quarto.
— Essa é a minha deixa — Dominique se levantou. — Vou aguardar lá fora.
Ele saiu do quarto e Giselle me ajudou a trocar de roupa. Logo eu era a princesa impecável novamente. Quis ligar para meu pai para avisar que eu finalmente havia saído do hospital, havíamos feito algumas ligações enquanto eu estava ali. Decidi, no entanto, não o fazer. Meu pai estava começando a ficar irritado comigo, já que eu me negava a voltar para casa, e eu não queria brigar com ele. Por isso decidi ligar assim que decidisse voltar, provavelmente seria naquela semana, Gabriella estava bem melhor, e eu podia pedir a Giselle que desse apoio a ela. Eu precisava falar com meu irmão o quanto antes.
* * *
— Você tem filhos, Justina? — perguntei a ela quando voltávamos da missa naquele domingo.
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Flor De Um Reinado: Convertei-vos
RomanceLIVRO 1 FLOR DE UM REINADO acontece em um mundo paralelo ao nosso, onde não há república, ou seja, o regime de governo de todos os países é a monarquia hereditária. A primeira protagonista é Anna Cruz, princesa de Camellia. Anna é uma menina muito...