59. Muitas Esperanças

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ANNA

— Não acredito — falei rindo.

— É verdade, é verdade — Dominique afirmou. — Meu pai nunca mais me levou a um parque depois disso.

— Ah, pobrezinho. Bem, ele tinha suas razões.

— É, ele tinha.

— Eu gostaria de ter conhecido você criança.

— Eu não era tão danado quanto você está pensando.

— Não?

— Não, eu só criava esses desafios na minha cabeça e tentava descobrir se eu era capaz de executá-los.

— E você era?

— É claro — ele se gabou.

— Uau — eu ri.

— Agora é a sua vez. Conte uma história da sua infância.

— Você não pode me pedir isso, eu tenho várias.

— A princesa Anna era espoleta?

— A princesa Anna encontrava sua própria maneira de se divertir dentro de um enorme palácio — expliquei. — Eu fazia muitos experimentos culinários que davam errado, muitas pegadinhas com meus guardas da época, Timóteo e eu inventávamos diversas coisas para brincar no palácio.

— Timóteo, o seu guarda?

— Sim, meu melhor amigo de infância. Ele é o filho da cozinheira Joana, cresceu no palácio assim como eu, nós brincávamos muito.

— Você parece ter uma história com cada um deles.

— Eu tenho — sorri. — Eles são especiais, você vai adorar conhecer cada um deles.

— Creio que sim, posso entendê-los melhor agora.

— E como anda a investigação? César disse você tem feito progresso.

— Sim, eu não pretendo deixar essa semana acabar sem encontrá-lo. Contatei muitas pessoas e andei por muitos lugares, não vai demorar muito mais até que eu descubra onde Thomas está.

— Que bom, fico contente, mesmo que preocupada.

— Já tivemos essa conversa antes.

— Eu sei, eu sei.

— Princesa Anna, boa tarde — disse a médica entrando no quarto. — Posso dizer que é um prazer entrar aqui hoje para lhe dar sua alta — Eu sorri. — Não que agora você possa sair por aí correndo e pulando. Deve descansar por mais algumas semanas e seguir a prescrição à risca.

— Farei isso, doutora, pode deixar. Já posso me trocar, então?

— Eu já trouxe suas roupas, Anna — Giselle entrou no quarto.

— Essa é a minha deixa — Dominique se levantou. — Vou aguardar lá fora.

Ele saiu do quarto e Giselle me ajudou a trocar de roupa. Logo eu era a princesa impecável novamente. Quis ligar para meu pai para avisar que eu finalmente havia saído do hospital, havíamos feito algumas ligações enquanto eu estava ali. Decidi, no entanto, não o fazer. Meu pai estava começando a ficar irritado comigo, já que eu me negava a voltar para casa, e eu não queria brigar com ele. Por isso decidi ligar assim que decidisse voltar, provavelmente seria naquela semana, Gabriella estava bem melhor, e eu podia pedir a Giselle que desse apoio a ela. Eu precisava falar com meu irmão o quanto antes.

* * *

— Você tem filhos, Justina? — perguntei a ela quando voltávamos da missa naquele domingo.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora