10. Protocolo

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DOMINIQUE

— Alteza. — cumprimentei. Nunca foi tão difícil disfarçar minha chateação. Havia tantas coisas que eu queria vociferar para ela naquele momento. — Sinto muito por ter mentido no nosso último encontro. Meu nome de verdade é Daniel, Daniel Castro.

— Eu já fiquei sabendo. — ela sorriu. — Mas acho que Dominique combina mais com você. Eu também queria pedir desculpas por não revelar o meu nome verdadeiro.

— Eu entendo que era um protocolo.

Ela me olhou por alguns instantes, mas então continuou a conversa.

— Protocolo. — ela riu. — Acho que essa é a palavra que mais ouço na minha vida. Enfim, você pode me chamar de Anna agora que sabe que esse é o meu nome. Ou não. Ainda não sei se vou conseguir te chamar de Daniel. Tem certeza que esse é mesmo seu nome?

Ela estava brincando, mas ainda assim aquela situação me deixava preocupado, eu não deveria ter vacilado dessa forma. Eu não conseguia entender porque ela estava fazendo aquilo, porque não ia logo falar com todos os outros nobres que de fato esperavam sua atenção. Eu tinha que colocar na minha cabeça que a arte que a princesa mais entendia era a da falsidade, das aparências.

— É melhor encerrarmos nossa conversa por aqui. — pus um fim naquilo. —Os outros aguardam por vossa alteza.

Eu não queria aquilo, não queria que fosse daquela forma, que ela me cumprimentasse sempre que me visse ou que tivéssemos qualquer tipo de aproximação, mesmo que fosse falso. Resolvi não dar corda ao que fosse que ela pretendia.

Ela pareceu sem graça depois do que eu disse.

— Tem razão. — ela riu envergonhada. — Foi muito bom encontrar com você aqui, Domi... Daniel. — Ela deveria de virar e ir falar com os outros, mas continuou olhando para mim. — O meu guarda ficou bem, inclusive. Pensei que talvez gostaria de saber, ele pediu que te agradecesse.

— Não foi nada. — respondi de forma seca, eu queria apenas encerrar logo aquela conversa que me incomodava mais do que qualquer outra coisa já incomodou.

Ela finalmente se voltou para os outros e eu logo tratei de sair dali. Eu tinha que focar no plano para aquela noite, eu queria afetá-la, era o que eu queria, queria que sentisse medo, que se sentisse pressionada. Ela tinha que renunciar, eu tinha que fazê-la renunciar.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora