2. O Plano C

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DOMINIQUE

Meu pai desligou a TV logo após o pronunciamento do rei em que afirmava que a princesa Anna iria para a Herdeiros. Todos ali tinham um sorriso sacana no rosto.

— Eu falei a vocês que cedo ou tarde eles iam decidir mandar a princesa para a escola. — meu pai se gabou.

— Isso é grande, você sabe, não é, Arthur? — disse um de seus amigos.

— É claro que sei, os outros já estão chegando para explicarmos o plano melhor para vocês.

Meu pai estava ansioso, mas eu permanecia calmo, as coisas aconteceriam como haviam de acontecer. Os outros foram chegando e estava na hora de eu tomar a frente daquela reunião.

— Vai lá, Dom, explique o plano.

— Como já sabem, o lema do nosso grupo é discrição. — falei. — Não somos o grupo 12 ou qualquer outro grupo de rebeldes bárbaros, mas temos um plano em comum, e esse plano é fazer com que essa princesa idiota não suba ao poder e destrua nossas vidas.

— Dominique já tem esse cargo de chefe da guarda na escola há 2 anos, e tanto ele como os outros já estão há bem mais tempo que isso, vocês sabem. Precisávamos da confiança deles antes que a princesinha chegasse à idade de ir para a Herdeiros. Agora com a chegada dela nesse ano, vamos finalmente começar a colocar o plano em ação. – meu pai explicou.

— Vamos começar a agir. - disse Afonso já com um sorriso malicioso no rosto.

— Sim — respondi —, mas sempre com o nosso objetivo em mente. Não queremos machucá-la, digo, não queremos machucá-la fisicamente, o objetivo é fazê-la renunciar, ou fazer com que seja considerada inapta.

— Todos lá dentro vão ter que seguir as ordens do meu filho, assim como as minhas. — meu pai avisou.

— E é importante que lembrem disso. — falei. — Temos opções de tarefas para executar, e só lá vamos saber quais são mais propícias e em que ordem serão feitas. Sou eu quem decido isso, para que não haja confusão na escola.

— Nós sabemos — disse Afonso, mas eu sabia que ele seria quem mais daria trabalho. Eu tinha que convencer meu pai a tirá-lo da missão. O problema era que meu pai adorava Afonso.

Desde de criança meu pai colocou algo na minha mente, a princesa Anna não poderia subir ao poder, e ali já grande e consciente, eu concordava com ele, não queria Anna Cruz no poder. Eu odiava a rainha Maria, e odiava como ela queria ser igual a sua bisavó, sempre dizia em entrevistas que seguiria os passos da Rainha Maria, aquilo não me parecia bom. A primeira rainha de Camellia destruiu várias famílias, era egocêntrica, tirânica e fazia tudo para que tivesse seus desejos realizados, a segunda não havia de ser diferente.

Se dependesse de mim, ela não subiria ao poder.

Nossos amigos foram embora aos poucos, havíamos marcado uma reunião em alguns dias para começar os planejamentos oficiais com todos. Éramos um grupo rebelde, mas não qualquer grupo, sabíamos em que ovos pisar.

— Acha que eles vão seguir o plano? — meu pai perguntou depois que foram embora.

— Eu vou fazer de tudo para que sigam.

— Você preparou o jantar?

— Sobrou de ontem, vou esquentar. Janete e Cláudio vêm amanhã?

— Sim.

Janete e Cláudio cuidavam do meu avô, ele perdeu os sentidos do corpo muitos anos atrás, movia apenas a cabeça, era completamente dependente dos outros. Eu fui até o quarto ver como ele estava.

Flor De Um Reinado: Convertei-vosOnde histórias criam vida. Descubra agora