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Sarah Lockhart

No carro de Andrew eu ainda não entendo o que está acontecendo, não sei o que ele está querendo dizer.

Porém conheço esse caminho e sei que é para uma pista de corrida, os apostadores usam a noite, mas de dia é deserta.

Abraço meu corpo quando ele para no meio do nada, Andrew deixa só o ar-condicionado ligado e ficamos em silêncio.

Eu não sei o que falar, nem sei se ele vai me matar alí mesmo, depois sorrio, Andrew não me mataria.

-O que houve?- pergunto.

-O espanhol marcou uma data.- ele explica.

-Ok.- falo não entendendo por que ele está assim.

-Daqui há um mês.- ele explica.- Uma noite toda com você...

-Andrew.- toco o braço dele.

Nos encaramos e percebo que eu fui pessoal demais, nunca tinha tocado ele daquele jeito sentimental.

Não sei o que ele está pensando, mas a única coisa que penso e em tirar a mão, então eu recolho a mão.

-Não.- ele segura minha mão.

-O que você tem?- pergunto.

-Foi um erro.- assim que ele fala eu congelo.

Ele acha que transar comigo foi um erro, puta merda, eu nunca fiquei tão mexida por alguém ter falado isso.

Tento respirar fundo e fazer alguma coisa que não demonstre que eu literalmente quero me enterrar em um buraco.

Talvez eu devesse ir embora, Alaska parece um bom canto para se viver, acho que eu vou para lá...

-Foi um erro eu ter feito aquele acordo estúpido.- ele passa o dedão pela palma da minha mão.- Na minha família acordos não acabam bem...

-Ei, vai dar tudo certo.- eu o acalmo.

-Se você soubesse da história não estaria dizendo isso.- ele tenta sorrir.

-Por que não me conta?- tiro o cinto e sento de frente para ele.

-Vai demorar horas.- ele brinca.

-Eu não tenho lugar para ir.- balanço os ombros.- E você?

-Quer mesmo ouvir? Tem algumas coisas tristes.- ele parece ter medo de me contar.

-Não seria uma história da sua família se fosse tudo feliz, seria?- pergunto e ele me observa.

-Ok, então.- ele tira o cinto e fica confortável no carro.

Apoio meus braços no descanso de braço entre os assentos e percebo que Andrew está me observando.

Sorrio quando ele se aproxima e beija meus lábios lentamente, é delicado e gentil, depois ele se afasta.

-Só me diga se precisar parar.- ele murmura.

-É tão ruim assim?- franzo as sobrancelhas.

-É pesada.- ele afasta meus cabelos.

-Ok, comece.- eu me preparo.

Andrew sorri e então deita o corpo de lado para ficar me encarando, observo os olhos azulados dele e me sinto calma.

-O pai da minha avó tinha problemas com drogas.- ele começa e já consigo sentir.- Ele se envolveu com as pessoas erradas e teve que fazer um acordo de casamento entre minha avó, Amelia, e o pai do meu pai, Aaron....

Deveres De Um Mafioso - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora