Risco

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Sarah Lockhart

Tudo estava planejando, o casamento seria em uma semana e eu precisava me acalmar e pensar bem no que eu iria fazer.

Estava passando geleia na torrada quando Nancy chegou na cozinha com os olhos arregalados e ficou ao meu lado.

-O que houve?- pergunto.

-Andrew vai atacar.- ela sussurra.- Amanhã.

-Não.- a encaro.- Nancy, ele não pode atacar agora, senão tudo vai...

Carlos entra na cozinha e eu me concentro em passar a geleia, abaixo a cabeça e Nancy vai até a pia lavar algumas louças.

Ele para na minha frente, do outro lado da pia e pega uma faca, minha garganta seca e ele pega o pão.

Andrew não pode atacar agora, estou tão perto de conseguir e ele está agindo totalmente pela emoção.

-Estavam falando sobre o que?- ele pergunta distraído.

-Sobre as roupinhas que comprei.- explico.- Acho que são grandes demais.

-Que pena.- ele finge.- Sabe o que eu estava pensando? Que sua barriga é grande demais para alguém com quatro meses.

-Cada barriga de grávida é diferente.- Nancy fala.- Tive uma irmã que a barriga só cresceu mesmo no sétimo mês.

Olho para ele e parece com raiva, então ele termina de fazer o sanduíche e começa a vir na minha direção.

Engulo em seco e ele tira a faca da minha mão, que vai imediatamente para a barriga.

-Talvez eu fale para Manuel pedir a opinião de um outro obstetra.- ele me observa.- Para ter certeza.

-Por mim tudo bem.- sorrio.

-Cuidado com as facas.- ele coloca em cima da ilha e vai embora.

Respiro fundo e olho para Nancy, ela checa para ver se eu estou bem e então limpa as mãos.

-Diga para Andrew esperar, diga para ele me encontrar amanhã, no shopping, no mesmo provador.- explico.

-Como vai conseguir sair?- ela pergunta.

-Isso é comigo.- mordo a torrada.

Ela assente e sai da cozinha, ele não pode estragar tudo agora, sei que quer acompanhar a gravidez, mas não posso perder isso.

Termino a torrada e vou em direção ao escritório de Manuel, ele está com alguns sócios e todos olham para mim.

Manuel os dispensa com algumas palavras e eu entro fechando a porta, ele sorri e me chama até ele.

-Como está nosso menino?- ele toca minha barriga e tento sorrir.

-Bem.- murmuro.- Mas acho que comprei roupas maiores do que quando ele nascer.

-Então...- ele me encara.

-Preciso ir no shopping de novo, talvez eu compre o berço.- acaricio a bochecha dele.

-Certo.- ele concorda.- Ajoelhe.

Eu o encaro confusa.

-Precisa me dar algo em troca se quer ir no shopping.- ele começa a abrir o cinto.- Ajoelhe, Sarah.

Comprimo meus lábios e tenho em minha cabeça que preciso fazer isso, então logo me ajoelho com cuidado.

Preciso falar com Andrew, e se essa é a única forma, então eu digo em minha cabeça que vai ser rápido.

Deveres De Um Mafioso - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora