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(Maiara)

-Alô? O que cê quer?

-Onde a senhorita tá? Vim aqui no seu apartamento, e a Marília não quis me falar.

-Sai com um amigo. - respondi.

-E por que não me avisou?

-Porque eu não te devo satisfações, eu tenho mais de 18, e dinheiro suficiente pra passar a noite em algum lugar.

-Tem 33 com a mente de uma adolescente, não tá em nenhum lugar perigoso? Realmente você conhece esse amigo?

-Eu sei me cuidar sozinha tá! Boa noite Maraisa! - desliguei o telefone, odiava essa superproteção da minha irmã.

-Algum problema? - Fernando me olhava preocupado.

-Não, ela só tava querendo saber se tô bem.

-Ei! Quer tomar alguma coisa?

-Se tiver álcool, tô dentro!

Fomos no barzinho da esquina, sentei na mesa e o garçom rapidamente veio nos atender.

-Eu quero uma cerveja e você?

-Traz uma dose, pra esquentar! - ele me olhava assustado.

-Cê não tava brincando quando disse que bebia bastante! - nós dois rimos.

-Eu bebo pra caralho! Inclusive eu sou expert em ser a última a sair do bar!

-Maiara

-Me chama de Mai, pelo amor de Deus, quando fala assim parece que tá me xingando.

-Mai, hoje tá sendo a melhor noite da minha vida, depois de tudo que aconteceu... Obrigada por ser tão gentil!

-Ahh, eu que agradeço, desculpa perguntar - virei o copo - mas você é solteiro?

-Sou... - percebi que o clima ficou estranho.

-Não tô dando em cima de tu não, só não quero encrenca pro meu lado.

-De boa! Mudando de assunto, gosta de pescar?

-Gosto! Mas já vou avisando que sou péssima.

Continuamos conversando e bebendo, até decidirmos ir embora.

-Ixiii, tá começando a chover.

-Eu amo a chuva! - corri para o meio da rua, abri os braços e fechei os olhos, senti todas as gotinhas me molhando.

-Você é incrível! Parece aquelas crianças de 5 anos. -  ele riu de mim.

-Tá achando que vai ficar sequinho? Nananinanão! - puxei o braço dele, levando seu corpo para a chuva também.

E ficamos sentados, no asfalto, a rua deserta por conta do horário.

-Deixa eu te levar em casa, sua irmã já deve tá surtando. Parei o carro ali na frente.

Caminhamos até o carro, era uma ferrari preta maravilhosa.

-Eitaaa, que eu vou andar de carrão, tô podendo mesmo! - abri a porta e entrei, me sentei e tirei o tênis.

Conversamos o caminho todo, até chegar no meu prédio, subimos o elevador, e paramos em frente a porta:

-Acho que tá entregue...

-É, desculpa por ter molhado seu carro.

-Relaxa! Inclusive espero que a gente saia mais vezes. - ele sorriu e logo em seguida me abraçou.

-Acho que fui promovida a amiga? 

-Claro que foi! Tchau, até outro dia!

-Até! 

Marília estava deitada no sofá assistindo série, já fui tirando a roupa molhada e colocando um roupão.

-Isso são horas de chegar da rua? Pelo menos tava com o Fernando. - ela riu.

-Ao contrário do que você pensa... Não rolou nada. - debochei.

-Vai tomar banho, depois a gente conversa.


Dedos Cruzados (FINALIZADA!)Onde histórias criam vida. Descubra agora