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CATARINA.

Ainda não tava acreditando que estava cada vez mais perto, cada vez mais próximo do meu sonho se materializar.

De ter minha filha no colo, de ver ela, conhecer, cheirar, beijar, ficar agarrada. Eu sonhava o tempo todo com isso, cada vez mais, todo instante!

Mas, no meio disso tudo, confesso que tava bem triste de não ter minha mãe aqui do meu lado, minha mãe e meu pai.

Tudo que eu fiz na minha vida, eu fiz com total apoio do meu pai e com total acalento da minha mãe.

Eles sempre estavam ali por mim e não fazia muito sentido não ter os dois do meu lado quando ela chegasse, quando depois de tudo que eu passei eu pudesse ter meu momento com ela.

Eu queria e eu precisava, mas infelizmente, desde muito cedo eu entendi que em relação a tempo e espaço, as coisas não são como a gente quer.

Por muitas vezes, eu passei o dia das mães longe da minha, o dia dos pais idem. Hoje, meu primeiro dia das mães sem estar vivendo um luto, depois de tudo que eu passei, meu primeiro dia das mães sentindo meu bebê aqui dentro de mim, transformando tudo.

Tinha falado com minha mãe por chamada de vídeo, mais chorei do que falei, ela chorando lá e eu chorando daqui e meu pai brigando com nós duas por tanto choro, mas sei que no fundo, se desse espaço ele ia tá chorando também.

Liguei pra dá feliz dia das mães pra ela, minha rainha, merece as melhores coisas do mundo. Como eu a amo!

Estava tentando me conformar que ela não ia ta comigo, só vai conseguir vir depois que a Lisa já estiver entre nós, mas era difícil.

- Psiu! - Gustavo chamou minha atenção, estava parado na porta do nosso quarto, com a mão no bolso. - Vamos comer, gostosa? Lisa deve tá cheia de fome já.

- Você só me chama pra comer, né?

- E pra te comer também! - dei um tapa nele. -

- Idiota! Tô com minha mãe no telefone, tá? - ele ficou vermelho de vergonha e eu tive uma crise de riso. -  Tá vendo, né mãe? Depois a senhora vive de falar que eu tenho que casar com ele, isso que a senhora quer pra minha vida, né...

- Catarina, cala a boca. - ele disse da porta e eu segui rindo. -

- Para de graça minha filha, vai lá aproveitar seu dia das mães. Mamãe te ama muito, beijos.

- Beijos mãe, obrigada por tudo. Nunca vou deixar de agradecer.

- Boba! Te amo, desculpa a mama por ela não estar ai. Tchau Gustavo. - ela disse pelo telefone mas o Gustavo tava com tanta vergonha que nem respondeu. -

- Ué, o gato comeu sua língua, gato?

- Você é escrota, né? Escrota. - ele disse e beliscou meu pé. -

- Ai porra, meu pé já ta inchado, para de beliscar.

- Ridícula, cara.

- E você ama. - dei língua pra ele. -

- Tenho minhas dúvidas.

- Otário!

- Anda gostosa, vamo comer. - ele disse esticando as mãos pra me ajudar a levantar da cama. -

- Sai pra lá, tenho ranço de falsidade.

- Para de graça! - ele riu e me ajudou a levantar. - Tá toda linda né. - ele disse me girando com uma lentidão maior. -

Feitos pra Durar II ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora