96

6.3K 506 199
                                    

CATARINA.

- Eu tô na boca e na mente dela, quero ver esquecer o pretão... - ele afastou meu cabelo pro lado, apertando de leve e deu um beijo no meu pescoço que arrepiei, é claro. -

- Para, garoto! - falei virando pra ele que tava atrás de mim, com a mão agarrada na minha cintura. - Você não sossega.

- Você que começa, pô. Maior espação e você vindo me perturbar jogando essa bunda aqui. Quer que eu faça o quê?

- Eu não tô fazendo nada. - sorri por cima do ombro e me movimentei de acordo com a batida da música. -

- Gente! Não é porque as crianças já tão dormindo que somos obrigadas a ficar vendo essas coisas não. - a Jas falou vindo com uma garrafa de gin na nossa direção e enchendo meu copo. -

- Cala a boca, cabeçuda. Vai cuidar do bebum do seu marido, pô. - ele falou e ela deu o dedo do meio pra ele. -

- Deixa ele, ein... deixa ele! Tá dormindo, tá em paz. - nós rimos. - PORRA! - Jasmine gritou olhando pra porta. - Finalmente caralho, achei que tinham desistido de vim. Que demora! Giovani demora isso tudo pra...

- CALA A BOCA JASMINE! - Eu e Mayara falamos ao mesmo tempo. Se não cortar ela perde a linha. -

- Fala viado, cadê a porra do óleo, tomar no cu. THC tá gritando!

O Caio falou apertando a mão do Giovani e ele tava calado demais pra ser meu irmão. Eu conheço ele de ponta a ponta, tem alguma coisa ai.

- ATENÇÃO! - A Dani falou e nós rimos porque o grito dela fez o Patrick acordar. - Para a surpresa geral da nação... to noiva! - ela falou mostrando a mão que estava com o anel no dedo. -

Não preciso nem falar que todo mundo comemorou, né? Jesus! Foi surto e abraço coletivo, não deu pra segurar. Estava muito feliz por eles, meu irmão merece e a Dani merece muito mais.

- Caralho, finalmente você tendo um noivado de futuro.- eu falei rindo enquanto abraçava o Giovani. -

- Pra tu ver, uma hora eu ia levar essa porra a sério né?

- Tô muito feliz por você, mio bello. Achei que você ia desistir, ia ser a maior besteira que você ia fazer na sua vida.

- E eu ia, quem me pediu em noivado foi ela. - ela disse rindo. -

- QUÊ? DANI!!!! - gritei chamando a Dani. - Depois você vai ter que me contar tudinho desse pedido de casamento... - ela concordou rindo e bebendo um pouco da bebida que ela tava na mão. -

- Falta só você ein! - o Gio falou mas ele não tava olhando pra mim, quando olhei na mesma direção dele vi que o Gustavo estava vindo logo atrás, fumando. -

- Sou casado já pô. Né não, amor? - ele me deu um beijo no pescoço e eu sorri. -

- Que nada, porra. Quer engabelar a minha irmã, tô de olho ein. - eu ri e dei um tapa no peito do Giovani. -

- Ela que me engana, tô de inocente no bagulho.

Patrick acordou só pra bagunçar a nossa playlistzinha de funk e colocar as músicas dele mais antigas que eu, tal hora estávamos todos aos berros cantando um 'Chama os moleque' da Cone. Tempo bom esse!

- Vai passar a noite ai, é? - Gustavo falou pegando na minha mão. - Você tá mais babona do que eu.

Estava no quarto da Lisa vendo ela dormir e às vezes eu ficava impactada com o quanto a minha filha era linda, não achava que isso podia ser normal, não sabia que um amor conseguia ser tão forte quanto o que eu sinto pela minha bebê.

- Tava olhando ela dormir, loucura, né? É muito linda.

- E tinha como ser diferente? Tem a quem puxar. - eu sorri e me escorei nele. - Teu mal é sono, bebinha... vamos pro quarto. - ele mordeu meu ombro e eu assenti. -

Tava tarde mesmo, bem tarde na verdade, meu bebê tinha capotado cedo e o bom da Lisa é que o sono dela é super pesado, deixa papai e mamãe aproveitarem.

Entrei no quarto e fui direto pro banheiro, tirar todo aquele suor pregadinho no meu corpo. Hoje o dia foi uma loucura que e como o Gustavo falou, meu mal é sono.

- Que susto! - alarmei quando senti as mãos do Gustavo passarem pela minha cintura. - Você vai me matar do coração.

- Posso te matar de outra coisa também! - ele falou olhando profundamente nos meus olhos e eu sorri. -

A mão dele passava pelo meu corpo todo, em uma tentativa de me ensaboar mas também de deixar a marca dele em cada canto da minha pele e eu amava, eu já tinha sido marcada tantas e tantas e tantas vezes que era tão claro que eu era absurdamente dele.

- Você sossega... - encostei minha cabeça em seu peito, mas ele me virou e me olhou novamente. -

Chega a ser assustador como nossa percepção de pontos que consideramos importantes mudam quando a gente encontra alguém que a gente realmente ama.

Eu nunca fui uma pessoa atenta a olhares, sempre achei que era uma coisa muito simples de se perder, até conhecer o Gustavo...

O olhar dele me paralisava e me fazia captar a mensagem, qualquer que fosse ela, seja amor, paixão, fogo, dor, angústia, tesão... o que fosse, eu conseguia entender exatamente o que ele queria falar pra mim.

E eu ansiava, eu esperava, eu buscava... eu sempre buscava pelo olhar dele. Todos eles. Mas quando ele me olhava assim, quando ele demonstra no olhar que ele sabia exatamente o que estava fazendo comigo, esse sem dúvidas me quebrava de uma forma sem explicação.

- Você é engraçada. - ele disse e se mexeu para ligar novamente o chuveiro e fazer com que eu sentisse a água escorrendo pelos nossos corpos, o dele e o meu. -

- Você fica me olhando assim, como se não soubesse exatamente o que eu vou fazer, como se pudesse parar algum ato meu, como se não quisesse... e eu sei, você sabe também o quanto eu quero, o quanto nós queremos.

- Você nunca vai parar de tentar me conquistar sendo que você já fez isso há muito tempo. - ele sorriu. - Corta o papo furado e me beijar.

Feitos pra Durar II ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora