Feitos pra Durar II ✨

34

CATARINA.

- Ai eu não vou aceitar isso! - falei com a Lelê no meu colo. - Fala pra ela princesona, que você quer que o papai e a mamãe morem na casa da dinda.

Hoje era o dia oficial da mudança da Mayara, a casa tinha ficado pronta semana passada, tinha ido lá pra ver como tinha ficado os últimos detalhes.

Não era no mesmo condomínio, infelizmente eles não conseguiram uma casa no nosso cond, mas era no cond vizinho, uns 10 minutinhos daqui a pé.

Mas eu não tava aceitando, gente. Muitos anos morando com minha amiga e agora ela indo embora me deixando sozinha nessa casa desse tamanho. Aff!

Vou surtar, só isso. A vontade que dá é de pegar minhas coisas e voltar pro colinho da minha mãe e do meu pai.

- Não começa, não começa que eu não quero chorar. - Mayara falou se jogando do meu lado no sofá. -

Ela já tinha levado tudo, na verdade, não tinha muito o que levar, né? Tudo que foi de móvel essas coisas, ela fez projetado novo na casa nova, era mais roupas essas coisas.

Até porque aqui, não precisou ser feito um quarto pra Lelê porque ela dormia no quarto da May junto do Caio.

Então, ela só veio mesmo pegar algumas coisas que tinha esquecido, roupas e tudo mais. Agora a gente tava as duas jogadas no sofá da sala, as duas não, as três. Mayara pegou a Lelê do meu colo, pra dar de mamar a ela.

- Quem que ia imaginar a gente aqui? - ela falou rindo. - Na verdade, não aqui né, mas quem ia imaginar a gente assim. Eu com a Letícia comigo, você com a Lisa no forninho, deixando de morar juntas... - ela começou a falar e eu já queria chorar. -

- Respeita a grávida? Eu vou morrer de chorar... - falei fazendo bico. -

- Nunca me imaginei em uma casa sem você amiga, você sempre fez parte de tudo, de todos os meus dias. Eu não acredito que a gente já passou por tudo isso, parece que foi ontem que você tava me abrigando no nosso primeiro apartamento.

- Eu nunca vou esquecer! Eu tenho certeza, quando eu te vi, eu não senti como se tivesse te conhecendo naquela hora, eu senti saudades... como se conhecesse você de outras vidas. - ela sorriu com lágrimas nos olhos e me abraçou, a gente se abraçou fazendo um sanduíche de Lelê. -

- Eu te amo muito, amiga! Você é uma das maiores responsáveis por isso tudo, se não fosse por você... por você ter me estendido a mão, talvez eu já tivesse voltado pra minha cidade há muito tempo, nunca teria conhecido o Caio, nunca teria tido a vida que eu tenho, a família que você me deu e a família que eu tenho.

- Para! Você é a responsável por isso tudo! Se não fosse eu, seria outra pessoa, você é a pessoa mais cativante do mundo amiga. Todo mundo quer ter uma Mayarão por perto. - ela riu. -

Limpei mais algumas lágrimas e a gente ficou ali, curtindo nosso último dia morando juntas, depois o Caio chegou lá pra pegar elas. Levou as coisas pro carro e foi ajeitar a cadeirinha da Lelê no banco de trás.

- Nem acredito que você conseguiu ein peste, tomar ela de mim.

- Falei pra você, pô! Tomei de assalto tem muito tempo, era questão de tempo só.

- Te odeio, babaca. - ele riu e me abraçou. - Cuidado, ein?! Cuida delas por mim.

- Sempre! - nós nos separamos e foi a vez da May me abraçar. -

- Se cuida amiga! Se você tiver se sentindo sozinha, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, me liga que eu venho correndo. - eu assenti. - Te amo muito.