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CATARINA.

Tinha ido na Carla com o Gustavo pra ver como tava tudo e todos os exames pra consulta dos 7 meses e tava mais do que feliz que tava tudo certinho com minha baby, ai gente, tô tão, tão, tão feliz.

Acho que pela primeira vez em muito tempo eu tava me sentindo além de  realizada, completa. Não sei, mas a sensação que fica é que tudo ta finalmente dando certo e se encaixando.

Minha filha tá bem, eu tô bem, na verdade, tô ótima e acreditando que minha relação com o Gustavo tá finalmente dando passos concretos, sabe? Eu realmente sentia que a gente tava evoluindo.

Em paralelo a isso tudo, todo mundo ao meu redor tava bem, feliz, meu aniversário tava chegando e eu amo comemorar...

Amo tá com as pessoas que eu amo, eu realmente todos os anos chamo pouquíssimos mas sempre os melhores. Não tem preço isso!

Meu irmão aqui comigo, meus pais chegando, ai sério! Como eu sou bobona, da até vontade de chorar. Nem acredito que vou comemorar meu aniversário esse ano com esse meu barrigão.

Depois da consulta da Carla a gente foi na psicóloga, a gente tava tentando fazer da certo, a gente tava tentando externar nossas travas e de fato, a gente conseguia fazer muito bem falando pra alguém.

Tendo alguém que incentivasse a gente a colocar tudo aquilo pra fora, eu escutava o Gustavo falar coisas que nunca nem imaginaria ele um dia falando e também tinha coragem de falar coisas que jamais achei que eu tivesse.

Apesar de tudo, hoje não seria um dia fácil, dentro todas as coisas, a psicóloga incentivou que eu e o Gustavo fossemos juntos visitar o Antonio, eu não tinha ideia de como eu lidaria com isso, mas eu sabia que isso precisava ser feito.

E como meu aniversário tava chegando, eu queria realmente passar meu aniversário com meu coração nem que fosse um pouquinho mais leve, eu sabia que ela tava certa, eu sabia que eu e o Gustavo precisávamos fazer isso juntos.

- Tá pronta? - senti o Gustavo me abraçar por trás. -

- Sim! - eu falei escorando minha cabeça no seu peito e olhando pra ele pelo espelho, que também tava olhando pra mim. -

- Tem certeza que você quer ir hoje? - ele disse ainda me olhando pelo espelho e eu assenti. -

- Tenho! Domingo já é meu aniversário e eu acho que preciso disso...

- Certo. Se você não se sentir bem, se você sentir qualquer coisa, você me fala tá? Me fala e a gente volta, a gente não precisa fazer tudo de uma vez, Cat. Um passo de cada vez, lembra?

- Lembro! Eu sei! Mas eu acho que vai ser importante pra mim...

- Então tá bom. - ele beijou minha bochecha. - Vou te esperar no carro, tá?

- Tá, eu já tô descendo. - me virei pra ele e lhe dei um selinho. -

Peguei minha bolsa, passei um perfume, o único de todos os que eu usava que eu não enjoei e desci, ele já tava lá me esperando no carro.

Nós fomos ouvindo umas músicas, uns pagodinhos no caminho. Eu tava tentando relaxar, mas cada minuto que passava, meu coração acelerava mais e mais e mais.

Eu sentia que boa parte de mim, queria bloquear tudo que aconteceu, os motivos que fizeram com que tudo viesse a acontecer.

E aquilo me travava muito, porque era como uma prisão, eu não conseguia falar, me recusava a externar e ao mesmo tempo, eu sentia aquilo muito e o tempo inteiro. Aquela dor que você acha que um dia vai passar mas ela te dilacera.

Feitos pra Durar II ✨Onde histórias criam vida. Descubra agora