53. O amargo da vida

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Quando Sarah deixou a delegacia, no final da tarde, algo lhe dizia que os seus problemas naquele dia estavam muito longe de acabar. O celular de Juliette continuava desligado. Já no carro, Sarah discou o número de Arthur , que prontamente atendeu.

– Oi amigo , tudo bem?

– Sim.

– Você lembrou da audiência?

– Claro. Chegamos em cima da hora... Mas deu pra entrar.

– E como foi?

– Ah, Sah , é uma longa história, e acho melhor a Ju te contar.

– Ela foi pra casa?

– N...Não, ela está aqui com a gente. No meu apartamento.

– Ah, ta. Melhor assim. Estou indo, então.

– Okay, até já.

Depois de guardar o celular no bolso, Arthur encarou Juliette , que estava sentada no sofá ao lado de Beatriz.

– Onde é que a Sarah estava até agora? – não resistiu em perguntar.

Antes de responder, Juliette ainda bufou.

– Eu te falei. Ligaram do escritório. Ela disse que voltaria em seguida e que explicaria depois. É só o que eu sei.

O garoto lhe devolveu o olhar cúmplice que era uma espécie de código entre eles, que só quem conhecia a advogada seria capaz de entender e partilhar. Significava algo como: "a Sarah vai ser sempre a Sarah ".

– Essa Sarah– manifestou-se Beatriz. – Não é aquela que deu o número do seu telefone para a sua mãe?

– Como é que é? – indagou Juliette .

– Ah, bom, como eu estava contando, eu descobri sobre o processo porque ficava ouvindo atrás da porta quando os seus pais iam lá em casa. Queria saber como você estava e tal... – ruborizada, Beatriz fez uma pequena pausa. – Depois, espionava na maior, mesmo. E a sua mãe contou para a minha que tinha uma mulher aqui de São Paulo ajudando eles a se manter em contato com você.

– Eu não acredito nisso! – disse Juliette

– Não pode ser verdade – comentou Thiago .

– Nem mesmo a Sarah faria uma coisa dessas – disse Arthur . – Além do mais, ela não conhece os seus pais, conhece?

– Aí é que está – disse Juliette . – Quando eu cheguei no fórum, meus pais estavam esperando na porta. Eu estava lá, toda detida, e quase caí de costas quando os três se cumprimentaram.

– Você nunca os apresentou? – arriscou Thiago .

– Claro que não, eu nem falava com eles.

– E o que foi que a Sarah disse? – quis saber Arthur .

Juliette virou os olhos, a cada segundo mais indignada.

– Que explicaria depois.

Após algum silêncio, Beatriz quis saber:

– Sarah é a sua chefe, não é?

Ante o silêncio de Juliette , foi Thiago quem se incumbiu de explicar:

– Chefe e noiva.

O queixo de Beatriz foi ao chão.

Incapaz de encará-la, a morena continuou em silêncio.

– Ta, mas essa não é aquela advogada metida a piranha de quem você me falava? 

Arthur e Thiago sufocaram o riso.

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora