37. A espiã

766 59 40
                                    

Sarah tentou resistir, mas acabou pegando no sono assim que notou os primeiros raios de sol entrando pelas frestas da janela. Ao menos pelo que conseguiu lembrar depois, não teve nem sonhos e nem pesadelos, mas logo foi despertada outra vez pela inquietude de Juliette .

– Hei... – chamou, tocando o ombro da garota.

A morena acordou no susto. Por alguns segundos, claramente, ficou tentando se situar.

– Que houve? – perguntou Juliette . – Perdi a hora?

– Não... – a loira sorriu.

– Nossa, que horas são?

– Falta uns cinco minutos para o seu despertador tocar – informou a advogada.

– Como sabe para que horas eu programei?

– Ele toca sempre na mesma hora – disse Sarah , que ao notar o olhar surpreso da garota, acrescentou: – Esqueceu que eu acordo cedo?

– É... Não, mas não sabia que dava pra ouvir de lá. Eu sou barulhenta?

Sarah negou movendo a cabeça, depois riu.

– Só quando ronca...

– Eu não ronco!

– Como sabe?

– Ué, sabendo.

– A Bia nunca lhe disse?

– Claro que não, porque não é verdade!

– Ela só está sendo educada.

Juliette fez uma careta desagradável e se enterrou no travesseiro de novo. Sarah riu às gargalhadas.

– Bom, eu tenho um compromisso cedo hoje – informou a advogada, começando a se levantar.

– Vai infernizar os assistentes?

– É... Mais ou menos isso.

– Eu vou perder a primeira aula, hoje. To um caco – disse Juliette . – Boa sorte lá no escritório.

– Obrigada.

Sarah hesitou ao chegar na porta do quarto, e voltando-se novamente para a morena , perguntou:

– Sério que você acreditou?

– No quê?

– Que eu tenho que trabalhar a uma hora dessas – ajudou Sarah .

– Sim, ué.

A advogada riu.

– Que coisa, essa desculpa pra escapulir da cama alheia funciona mesmo!

Juliette atirou um travesseiro na direção dela.

– Como se eu fizesse questão da sua companhia.

Gentilmente, Sarah atirou o travesseiro de volta na cama.

– Sei...

Apesar da palavra, o tom era de completa incredulidade, o que foi facilmente percebido pela morena .

– Olha só, doutora, quem veio pra cá no meio da madrugada foi você! – acusou a garota.

– É, isso aí... Vamos fingir que você não gostou da ideia...

– Mas você se acha mesmo, hein?

Sarah riu de novo, lustrou as unhas na manga do robe e deixou o quarto.

Pelo que Juliette conseguiu apurar pela audição, sem sair da cama, a advogada tomou um banho demorado e depois se trancou no escritório doméstico, onde conversou com alguém pelo telefone.

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora