37. O jardineiro

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E aí meu povo ???
Tão gostando ???
Beijos boa leitura
Capítulo longo 🤭
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Juliette acordou e só de lembrar da agenda cheia, já se sentiu cansada. As duas últimas semanas haviam sido tão agitadas, que passaram voando.

Depois de escovar os dentes e se preparar para a primeira aula da manhã, a garota foi até a cozinha, vislumbrando um café reforçado. Já da sala, ouviu risos e cochichos que poderiam estragar seus planos.

– Bom dia – cumprimentou como que anunciando a sua presença.

Sarah respondeu enquanto uma garota de cabelos ruivos e ondulados levantava do colo dela, extremamente constrangida.

– Bom dia, Ju .

– Bom dia... – disse a outra, cujo risinho débil confirmou todas as impressões que Juliette tivera só de olhá-la.

O rosto era desconhecido, mas o tipo, não. Provavelmente se tratava de mais uma aspirante a modelo/atriz cujo tamanho do cérebro era inversamente proporcional ao do busto.

Elas eram presas fáceis para Sarah . Juliette já estava se habituando com aquilo... Chegava à noite da faculdade, empurrava alguma coisa no estômago enquanto esperava Beatriz, e via Sarah dizer "até logo".

Quando o trabalho que levava pra casa detinha a advogada até tarde, a desculpa era desestressar. E quando os casos estavam sob controle, o motivo pra sair era justamente a falta do que fazer.

O que Juliette não conseguia entender era por que Sarah voltara a agir daquele modo, se depois do rompimento com Pocah não havia sido assim. Para a garota, as farras e as noitadas eram um considerável retrocesso, que começou com o porre após a briga com Antenor.

Até mesmo Beatriz já tinha entendido a nova lógica dos fatos, e não mais se preocupava, ainda que percebesse na namorada um desconforto crescente com a presença de mulheres estranhas na casa.

– Ah, Ju , essa é a... – Sarah pretendia apresentá-las, de modo a quebrar o gelo. – É Mel, né?

– May. De Mayara – corrigiu a outra.

– Isso... E essa é a Juliette , minha roommate – completou Sarah .

A morena apenas acenou, e ficou de costas para as duas. Mesmo atrasada, não se zangou com a demora da cafeteira, e ficou plantada diante dela como se sua vigília fosse imprescindível para o bom funcionamento do eletrodoméstico.

Mas se a visão poderia ser poupada da cena, seus ouvidos não ficaram imunes...

– Bom, Mel-

– May.

– May... Eu preciso trabalhar agora. Deixo você em algum lugar ou chamo um táxi? – perguntou Sarah .

Uma parte de Juliette , instintiva, compadecia-se daquelas garotas. Mas ela levava meros segundos para esquecer esse seu lado humano e logo precisava tratar de sufocar o riso. "Bem feito" acabava pensando. O desdém da manhã seguinte era o já conhecido preço por cair nas garras de Sarah . Se valia a pena ou não, isso era outra história... Um ponto de vista no qual Juliette nunca se detinha.

Durante a tarde, no escritório, Sarah e Juliette voltaram a se encontrar. A estagiária fora apanhar um arquivo e percebeu tarde demais que a informação dos assistentes dela, de que Sarah tinha saído, era falsa.

– Aí está você, pirralha. O que houve, hoje cedo?

– Nada. Por quê?

– Sei lá, você tava toda estranha.

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora