63. The End

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Sarah tinha concordado com a proposta de Antenor de passar uma semana de folga, tentando reestruturar sua vida. Com isso em mente, ela tomou o primeiro vôo para Roma e passou seis dias com a família.

Quando voltou, estava decidida não apenas a passar uma borracha sobre o recente período tortuoso, como esperava confrontar Juliette numa conversa franca.

– Ela não veio pro estágio hoje?

Antenor tirou os óculos da face e largou a pasta que lia. Se detestava ter sua sala invadida, pelo menos ele ficou feliz de ver Sarah agindo de novo do seu modo decidido.

– Quem?

A advogada virou os olhos.
– A Juliette .

– Veio, mas não está no escritório – Antenor respondeu já com os olhos querendo voltar para o que liam.

– E onde ela está? – Sarah não disfarçou sua impaciência.

– Sah... Temos um caso novo... A Juliette está adiantando as coisas pra mim, já que pretendo ficar com ele. Vai ser um bom teste pra ela, ainda mais pelo ineditismo dos agravantes.

– Quais agravantes?

Ao invés de responder, Antenor alcançou uma pasta para ela. Sarah leu com pressa.

– Uau! Quando a gente pensa que já viu de tudo em matéria de homicídio, aparece um cara desses... Foi apanhado em flagrante?

– Não – disse Antenor. – Está foragido, mas está sendo aconselhado a se entregar o quanto antes.
Sarah ficou encarando o sócio como se ele tivesse falado uma língua que ela não compreendia.

– Achei que era você quem deveria fazer isso – disse ela. – Ou no meio da fuga ele teve tempo de contratar dois escritórios? 

Como se fosse a coisa mais natural do mundo, Antenor explicou:
– Passei essa parte do trabalho para a Juliette .
Olhando rapidamente, Antenor percebeu a palidez imediata de Sarah .

– Você enlouqueceu? O cara é um psicopata!

Ele não se abalou nem um pouco.
– Já estava na hora da Juliette pegar casos mais difíceis, você não acha?

– Sim, mas não esse! Não com o cliente solto! E se ele for atrás dela? E se grampearem o telefone dela e ela acabar se complicando?

No fundo, Sarah não sabia se estava com mais medo da situação ou com raiva da calma de Antenor diante daquilo tudo.

– Antenor, você não poderia ter feito uma coisa dessas! – insistiu.

Ele balançou a cabeça, chateado.
– Às vezes você se esquece de quem eu sou, sabia? Eu poderia ficar muito ofendido com isso. É lógico que avisei à Juliette para não usar telefone. Ela foi pessoalmente se encontrar com o cliente.

– O QUÊ?

Tomada por um pressentimento horrível e trágico, Sarah sentiu as pernas cederem. Teve de se apoiar na mesa de Antenor para não cair bem no meio da sala dele.

– Quem foi com ela? – Sarah questionou, nervosa.

– Ninguém, Sah. Você sabe como são esses caras, só confiam em uma pessoa.

Por longos segundos, Sarah achou que tinha ficado catatônica. Depois, numa explosão de adrenalina, disparou:

– Onde eles estão?

– Estão seguros, Sarah . É só o tempo da Juliette fazer as orientações sobre o interrogatório e ele-

– Onde, Antenor???

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora