56. O Triângulo - Parte II

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Fabiana volta pro Brasil, Pocah confessa a ela que ainda é apaixonada por Sarah.........

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Sarah entrou primeiro no quarto, depois que a morena e ela passaram pelo check-in. Largando sua pequena mala sobre um dos móveis, foi logo até a janela, abrindo a cortina e encarando a praia.

Durante o percurso, a conversa tinha sido tímida. Sarah explicara em mais detalhes o que havia acontecido no julgamento do professor, e Juliette pediu alguns conselhos sobre o cliente que conhecera naquela manhã. Na travessia da balsa, ocuparam-se com comentários sobre a paisagem.

– Você já tinha vindo aqui? – quis saber Juliette , indo para perto da namorada, na janela.

– Não – respondeu a advogada , indecisa sobre ir adiante ou não em sua vontade de abraçar a morena .

– Nesse caso, é o primeiro lugar que estamos conhecendo juntas – concluiu a garota.

Sarah a encarou querendo sorrir, mas foi traída por suas lágrimas. Enfim tinha desistido de lutar contra todo o seu temor e, apavorada, só conseguia pensar no quanto doeria se Juliette não aceitasse o seu pedido de desculpas.

– Ju ... Acha que podemos conversar agora?

A morena voltou a olhar pela janela, com a expressão carregada.

– Achei que com o tempo eu fosse conseguir entender por que você chegou a esse ponto, mas... Sinceramente, não consigo encontrar uma explicação razoável para você ter ido atrás dos meus pais.

– Juliette , você precisa entender que eu achei que estava fazendo a coisa certa...

– Você? Sarah Andrade preocupada em fazer a coisa certa? – a morena riu amargamente. – Isso é algum tipo de piada?

– Não – o tom de Sarah foi mais firme. – Talvez eu tenha usado os termos errados. De qualquer modo, o que eu quis dizer foi que não pensei bem nas consequências.

– Sarah , eu conheço você – disse a morena , séria. – Eu sei quando você está interpretando. Sei que você adora ser mordaz, que você não se importa em ser maldosa desde que isso prove o seu ponto de vista... E, sinceramente, eu prefiro essa versão de você, do que esse arremedo ridículo que está na minha frente agora. Fingir que sente muito só pra arrancar o meu perdão é ainda pior do que o que você já fez.

– Juliette , eu só queria que-

– Entenda de uma vez por todas que você não precisa fingir pra ficar comigo.

– Mas eu não finjo...

– Você finge sim! – teimou a morena . – Você arma coisas, cria situações... Isso é patético, Sarah . Ir atrás dos meus pais??? O que foi isso? Achou que eu fosse cair de amores por você quando um dia descobrisse que foi você quem ajudou na suposta reconciliação?

– Ju ...

– E quanto a sua família? Você nem suporta eles... Na maior parte do tempo você nem lembra que eles existem. Por que chamá-los? Por que usar outras pessoas que amam você só pra fingir pra mim que você pode ser alguém melhor?

– Eu não tenho culpa se eles resolveram aparecer... – disse Sarah.

– Você os convidou por telefone – afirmou a morena , convicta. – Fez isso depois de uma conversa nossa, onde eu disse que estava perdendo a minha capacidade de entender relações paternais.

Chateada, Sarah demorou a falar.

– Até onde eu lembro, você se sentiu bem melhor depois disso.

– Sim, eu me senti muito melhor, mesmo. Mas de que adianta, se foi à custa de uma mentira? De que adianta um paliativo desses, se quando eu percebi seu truque acabei por me sentir ainda pior do que estava antes?

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora