34. Roommates - Parte II

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Beatriz ofereceu um sorriso aberto e maravilhoso para a namorada, e dali em diante, foi praticamente como se Sarah nem estivesse entre elas. Juliette ainda se incumbiu da formalidade:

– Acho que preciso reapresentar as duas, né? Bia, essa é a amiga com quem eu moro. E, Sarah , essa é minha namorada...

Indecisa entre estender a mão, se adiantar para um abraço ou simplesmente fazer um comentário gentil, Sarah reparou tarde demais o quanto havia hesitado.

Percebendo que Juliette era consumida por um suspense nervoso, a advogada acabou deixando escapar a primeira frase que lhe tinha ocorrido no momento em que a verdade veio à tona:

– Eu sabia que tinha de ser alguém que eu conheço, pra você ter se dado ao trabalho de me esconder por tanto tempo.

Deslocada, Beatriz tentou inutilmente esconder o riso. Ao percebê-lo, Sarah sorriu, relaxando a garota.

– Só pela sua cara já valeu a pena – gabou-se Juliette , rindo. – Ah, obrigada por atender a porta.

– Imagina – respondeu Sarah . – Bem, Beatriz, sinta-se em casa. Se precisarem de alguma coisa, eu estarei no escritório.

Depois que a advogada se retirou, Juliette arrastou a namorada pela mão até o sofá. Finalmente demonstrando seu nervosismo sem receios, Beatriz comentou:

– A gente vai ficar aqui?

– Ué... Sim?

Pela expressão da namorada, Juliette percebeu que não era uma boa ideia.

– Tudo bem, me ajude a amontoar esse material e vamos para o quarto.

Beatriz assentiu, e só voltou a falar depois que Juliette largou seus livros na estante e encostou a porta.

– E as suas outras coisas? – quis saber a secretária, notando que os móveis não eram de Juliette .

– Encaixotadas na garagem.

– Hum.

– Hei, eu sei que você deve estar nervosa, mas procure relaxar, sim? Já passamos pela pior parte, daqui pra frente você se acostuma.

– Não sei, não. Não gostei nem um pouco da cara com que ela olhou pra você – argumentou Beatriz.

– A Sarah está obviamente ferida. Mas eu já esperava por isso. Para alguém que se julga tão esperta, deve estar doendo e muito ter sido enganada.

– Você bem que poderia ter contado antes de eu chegar.

– E perder a cara dela ao te ver entrando? Nunca! – Juliette riu. – Por essa eu tenho certeza que ela não esperava. Mas chega de falar nisso. Ta com fome?

– Um pouco.

– Que acha de pedirmos uma pizza?

– Por mim, tudo bem. Mas é você quem vai atender a porta. Eu não saio desse quarto até ter certeza que a... – fez um gesto apontando a sala. – Você entendeu.

Juliette riu com simpatia e foi apanhar o telefone. Quando voltava para o quarto, notou a porta do escritório entreaberta e acabou indo até lá.

– Sarah ?

A advogada se virou, visto que até então estava de costas para a porta, mirando a janela.

– Sim?

– Um dia você me perguntou por que eu insistia em esconder a Bia de você... – lembrou a garota.

– E...?

Juliette respirou fundo e só então continuou:

– Não queria desapontar você. Não queria expor pra você uma parte de mim sobre a qual eu ainda não estava completamente certa ou mesmo orgulhosa. No começo, eu também escondi pelo motivo óbvio de que a Beatriz e eu somos colegas de trabalho.

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora