​03. Casamento -- Parte I

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Pocah levou algum tempo para se situar. A primeira conclusão que chegou foi de que não deveria ter dormido mais que três míseras horas. E isso nada tinha a ver com a sua insônia. Sorrindo ante a lembrança de ter feito amor com Sarah , abriu os olhos. Sua namorada andava pelo quarto, um pouco agitada, com o celular colado ao ouvido. A movimentação dela havia acordado a morena, que reclamou com um bufo.

Sarah afastou o telefone do rosto e se voltou na direção dela:

-- Bom dia? -- sorriu.

-- Como você consegue se levantar com essa disposição toda? -- indignou-se, enquanto se livrava das cobertas.

-- Lamento -- a expressão no rosto de Sarah era de desolo. -- Mas não poderia lhe deixar dormir mais. Em breve estaremos atrasadas.

-- Temos mesmo de ir?

Sarah mordeu os lábios.

-- Já conversamos sobre isso.

-- Saco -- batendo os pés, Pocah foi até o banheiro.

Prestando atenção através da porta fechada, pôde ouvir o restante da conversa telefônica, ou pelo menos trechos dela:

"Sim, ela acabou de levantar..."

"Eu estarei aí, não se preocupe".

Abrindo a porta de súbito, Pocah inquiriu:

-- Posso saber quem está te ligando a uma hora dessas?

-- É o Arthur . Quer falar com ele?

Pocah virou os olhos e voltou pro banheiro. Quando saiu, minutos depois, Sarah não estava mais no quarto. Resignada, a morena começou a se vestir. Tinha deixado a roupa pronta e sua mala ainda estava aberta, mas feita. Sarah voltou logo depois, com uma caneca de café e biscoitos.

-- Amor, é só um final de semana prolongado. Relaxa -- disse a advogada, carinhosamente.

-- Um final de semana prolongado em São Paulo, com dezenas de piranhas a sua volta e você no seu território de caça.

Sarah respirou fundo, pousou a bandeja no móvel e se aproximou da namorada:

-- Eu amo você, Viviane . Não terei olhos para mais ninguém -- beijou-a nos lábios.

-- Saia da linha, pra ver! -- ameaçou a morena, antes de um novo beijo.

-- Você sabe que mais cedo ou mais tarde eu terei de voltar, não? Precisa confiar em mim,amor.

Ela baixou os olhos, pensativa.

-- Podemos deixar essa conversa para outra hora? -- pediu.

-- Claro -- Sarah sorriu, pacientemente.

Durante o longo vôo, pouco conversaram. Pocah dormiu a maior parte do tempo, e Sarah ficou detida em leituras diversas. Assim que chegaram a São Paulo, partiram para o apartamento da advogada e resolveram descansar antes do próximo compromisso: jantar com Arthur .

O casamento de Ellen Picolli de Canduru, evento para o qual as namoradas haviam retornado ao Brasil, seria realizado à moda antiga: no sábado haveria um almoço seguido de uma tarde de festa para aproximar as famílias dos noivos e seus convidados. À noite, ocorreria a despedida de solteiro -- em locais diferentes para homens e mulheres. Domingo, no final da manhã, a cerimônia religiosa, na qual Sarah faria par com Arthur , como madrinha da noiva. À tarde, almoço e mais festas.

Arthur , como irmão caçula da noiva, tivera total liberdade para convidar seus amigos mais íntimos, por isso Gilberto , Juliette e Fabiana também estavam na lista. Gilberto fora o último a confirmar sua presença, conforme Arthur contou às amigas, logo após o reencontro.

O triângulo Sariette - 3 temporada ( Final )Onde histórias criam vida. Descubra agora