Todos precisam de ajuda

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Pov's Naruto

Eu ignorava os protestos do meu corpo enquanto esfregava o chão, claramente eu não devia estar me esforçando daquela maneira mas apesar de incômoda a dor era boa, fazia meu cérebro ficar tão focado no cansaço que era impossível pensar no que, por incrível que pareça, me causava uma agonia maior do que a ardência nos meus braços, fora que eu não aguentaria ter que ficar mais um dia sequer naquele quarto empoeirado.

Alguns dias se passaram desde que eu falei com o Orochimaru e a cada um deles eu me sentia pior, uma mistura de cansaço, febre, tosses, a sensação era de que meu corpo estava entrando em colapso. E apesar do que o médico disse sobre isso ser causado pela distância do alfa que me marcou eu relutava em acreditar, em pensar sobre isso, até porque o que eu podia fazer? Não tinha como eu, um simples plebeu, pegar uma carruagem e ir até o reino Uchiha pedir pra ver o príncipe e qualquer um que pudesse me ajudar era uma pessoa para a qual eu não podia contar sobre a marca então eu estava completamente sem opções.

Não era incomum que os sentimentos de Sasuke me invadissem ocasionalmente, eu podia sentir que ele também não estava passando por um bom momento, assim como Orochimaru disse parecia que ele estava ficando doente, se tivesse como conversar pela ligação em certos momentos que a dor era demais provavelmente eu imploraria para que ele viesse, mas nos períodos de paz eu tentava enterrar qualquer coisa que vinha dele bem no fundo do meu ser, fazendo o possível pra ignorar aquela parte de mim que pertencia a ele. 

Além das dores físicas e emocionais causadas pela ligação eu ainda sentia saudades e preocupação com a Obaa-chan, eu não tinha acesso a notícias sobre ela e mesmo que Sasuke não estivesse no reino me impedindo de voltar pra casa, agora doente desse jeito e com ordens médicas de permanecer aqui eu não podia sair. Claro que, mesmo se o caso não fosse esse, minha situação não era o que se chamaria de ideal e na hipótese dela me ver assim isso só a preocuparia ainda mais, fora que eu com certeza levaria uma bronca e de brinde ganharia um interrogatório tendo a grande possibilidade de ser pressionado a contar cada detalhe de todo esse problema o que só levaria a mais dificuldades para nós dois então, em resumo, o melhor que eu podia fazer era permanecer ali mesmo, naquele pequeno cômodo abafado.

O barulho de batidas na porta fizeram com que eu rapidamente tirasse a atenção do serviço árduo que eu executava e dos meus pensamentos, dois segundos depois do som a figura de cabelos escuros e caninos pontudos que vem me perseguindo ultimamente apareceu.

- O que pensa que está fazendo? - Kiba fechou a porta e correu até mim quando me viu no chão.

- Relaxa... - Me levantei com um pouco de dificuldade, mas consegui, então deixei o pano de lado.

Kiba tem vindo me ver constantemente, por um lado fico feliz de não precisar passar esse tempo sozinho e isolado de todos, mas tenho que admitir que conversar com ele também me causava certo desconforto já que suas indiretas sobre a marca costumavam ser bem diretas me fazendo sentir mal por manter esse segredo do meu melhor amigo.

Ele sabia muito pouco, só que eu havia sido marcado e que provavelmente esse momento difícil que eu estava passando era por esse motivo, porém qualquer outra coisa que se passasse em sua cabeça era pura especulação já que eu me mantive quieto.

- O que pensa que está fazendo? Você não deveria estar se esforçando desse jeito! - Kiba tocou em meu braço devagar me direcionando pra cama, eu não duvidava que ele realmente pensava que eu estava a ponto de ser partido ao meio com a menor pressão externa.

- Não precisa de todo esse exagero. - Revirei os olhos para sua cautela mas me acomodei na cama, agora com os lençóis trocados e limpos. - Aqui estava muito sujo e eu muito ocioso, eu só uni o útil ao agradável. - Expliquei minha atitude desesperada de manter o corpo e a mente ocupados.

Sem coroa por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora