Sem coroa por você

Até quando der

Pov's Naruto

- Acha que vai demorar mais para tudo ficar no seu devido lugar? - Pergunto a Temari num momento enquanto caminhamos juntos de volta para o centro da vila.

Pela manhã saímos para fechar mais um acordo com um vilarejo vizinho que quis ajudar com a reconstrução e comércio da vila. Embora Temari quase tenha atacado o homem que segundo ela estava sendo ignorante e exigente demais com uma vila em um estado como a nossa, no fim correu tudo bem e conseguimos findar uma aliança temporária.

- Não sei, pode levar meses, ou anos... - Temari respondeu mexendo apertando as mãos distraidamente - Não dá para ter uma estimativa ainda. Você só voltou há três semanas, talvez acelere daqui para frente com essas outras alianças, quer dizer, mais mão de obra ajuda.

- É - balancei a cabeça concordando enquanto repetia baixinho só para mim: Três semanas...

Queria poder falar que o tempo passa rápido, que mal vi os últimos dias passarem e que cada dia é melhor que o outro, mas não posso. Aprendi tudo que pude com Temari e Sasori nas últimas semanas, pouco a pouco fui conseguindo lidar com as diversas situações que foram surgindo, e algumas até mesmo sozinho. Enquanto Sasori me ajudava mais na parte chata da burocracia e livros, Temari era a prática. Ela me levou para todos os lugares e cantinhos que eu tinha que ter noção dentro do reino, me explicou e me deu dicas de como me comportar e comunicar de maneira correta e quando eu me dei conta tinha minha própria conselheira e já dava ordens a aprovava questões.

No entanto, o sentimento de saudade, a dor... elas tem andado comigo todos os dias, os minutos parecem horas quando não tenho nenhum assunto a tratar. É uma tortura todos os dias a noite ter que deitar em uma cama que deveria ser confortável mas não é porque sinto falta do calor de Sasuke ao meu lado.

Sinto falta de seus beijos, sinto falta do seu abraço, do seu toque... e céus! isso nas últimas semanas tem sido a pior parte do meu dia. Deitar e ter somente a ligação como uma válvula de escape para a nossa saudade. Eu devia me sentir mais grato por ter ao menos isso, poder senti-lo também, mas ainda assim não é o suficiente. Só vai ser quando eu estiver ao lado dele novamente. Outro pensamento que eu rezo para que se torne realidade logo.

- Você já pensou no que vai fazer? - Temari pergunta depois de um tempo andando em silêncio.

- Fazer sobre o quê? - Me viro para ela confuso.

Enquanto isso, viramos a estreita rua que dá para a grande praça. O movimento duplicou nos últimos dias, com a vinda de vários trabalhadores de outros vilarejos e a finalização dos comércios, a praça tem ficado em constante movimento ultimamente. Abro um sorriso ao ver as pessoas caminhando tranquilas, algumas lojinhas lotadas e outras se organizando. É bom saber que o povo está conseguindo se adaptar novamente, isso tem sido meu calmante ultimamente. Saber que todos estão bem e não passando por qualquer tipo de problema já é um ponto ótimo para mim e sendo assim fica mais fácil de lidar com meus próprios pensamentos.

- O casamento. - Temari responde de uma vez e a palavra parece atravessar todo meu corpo.

Deixa para lá a parte sem problemas. Eu tenho um problema. Tenho adiado há três semanas o fato de que casar com Sasori tem sido a decisão final e essencial para o reino Uzumaki se tornar realmente legítimo, mas a verdade é que eu tenho adiado isso desde que cheguei aqui. Sendo mais sincero, tenho jogado essa questão no fundo do meu ser desde que soube ser prometido a Sasori.

Não queria achar a ideia tão aterrorizante, porque na verdade é o certo a se fazer, é o que eu deveria fazer. Mas eu não quero. Sinto como se me comprometer a algo tão sério agora iria me destruir. Sasori é uma boa pessoa mas... não é ele. Sasori não é Sasuke, não é meu alfa e apesar da ligação pesar muito na minha decisão, não é só por ela que eu tenho negado todo esse tempo me casar com o ruivo. Eu sou o ômega de Sasuke mas eu também o amo e tenho certeza de que na hora eu iria acabar com tudo antes de tomar uma decisão errada, então aceitar para fazer pior depois estava fora de cogitação, mas também não era uma coisa simples de negar.