Nosso príncipe

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Pov's Naruto 

O brasão no arco de entrada não era nada comparado a visão que eu tive ao colocar meus pés no último degrau da escadaria. O tempo pareceu paralisar a minha volta enquanto eu olhava para aquela imensa praça cheia de árvores, flores, bancos de pedra, mesas e grandes postes com tochas ainda apagadas. As casas em volta pareciam quase todas novas mas dava para se notar por pequenos detalhes que aquele lugar tinha passado por muita coisa para finalmente estar em paz daquele jeito. 

Foi então, depois de segundos tentando raciocinar que eu me toquei. Céus, eu estava olhando para o meu reino! O reino que antes era dos meus pais, aquelas pessoas que caminhavam pelas ruas eram o meu povo e tudo... tudo aquilo estava nas minhas mãos agora e de repente, mais uma vez, eu me dei conta da grande responsabilidade que meus pais carregavam, me dei conta de quem eu era na verdade. Eu era o príncipe de um reino inteiro, filho de dois dos reis mais fortes já descritos na história e ao mesmo tempo que aquela avaliação fez meu sangue gelar, o meu corpo estava quente. 

– Parece que conseguiram terminar as últimas casas. – Sasori falou em um tom observador que me fez voltar à realidade. Quando desviei meu olhar para ele, vi seu sorriso orgulhoso. 

– Esse lugar não parece estar nem um pouco em ruínas... – Continuei olhando em volta, maravilhado com tudo e todos. 

Sasori começou a andar, um pouco apressado até, em direção às ruas e eu fui atrás sem pestanejar. Meus olhos estavam vidrados ao meu redor, nas casas, na rua movimentada, nas pessoas que começaram a arregalar os olhos quando reconheciam o ruivo entre elas, mas parte de mim sabia que a atenção não era somente pelo líder deles estar de volta. As pessoas olhavam para mim. 

– Conseguimos reconstruir muita coisa nos últimos anos. – Sasori não andava na minha frente, ele estava ao meu lado e parecia sorrir ainda mais quando percebia que as pessoas nos encaravam – Mas ainda sim grande parte está em ruínas, o reino é muito grande Naru. Isso que você está vendo é só uma pequena parte do esforço que todos nós tivemos aqui. 

Soltei o ar que mal sabia que estava prendendo até o momento. Era tudo aterrorizante, mas ao mesmo tempo... certo. A carta dos meus pais veio à minha cabeça novamente e tudo que eu consegui pensar foi no esforço que eles também tiveram, esforço esse que custou a vida deles. Eu também queria me esforçar por aquelas pessoas, por aquele reino que era... meu também. 

– Ai meus deuses!

Sasori e eu paramos no meio da rua quando uma mulher — que deveria ter a mesma idade que minha Obaa-Chan — parou na nossa frente com um olhar desacreditado. Seus lábios estavam trêmulos e ela me olhava como se não acreditasse no que via. 

– Você conseguiu, Sasori... – Suas palavras eram pouco mais do que sussurros e eu busquei o olhar do ruivo. Sasori acenou para a mulher como se confirmasse alguma coisa e ela passou a mão pelo meu rosto com ternura antes de dar um passo para trás e se curvar. 

Fiquei desesperado na mesma hora, mas antes que eu cogitasse dizer alguma coisa ela se virou para algumas pessoas que já tinham se aproximado a nossa volta e gritou para que todos ouvissem: 

– Ele está vivo! O nosso príncipe está vivo! 

A comoção das pessoas foi evidente. Os olhares desconfiados e em choque se transformaram em lágrimas e sorrisos alegres, ainda um pouco desacreditados, mas havia... esperança. 

Ver todas aquelas pessoas ali me fez dar um passo para trás, eu estava desconcertado, sentia meu peito quente e agitado. Só percebi que sorria um pouco sem jeito quando Sasori colocou a mão no meu braço gentilmente e me guiou para frente, para o meio de toda a multidão. 

Sem coroa por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora