XXXIV

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Pousamos em Portugal, o show seria em uma praia muito conhecida, mas não por um motivo bom. Estávamos em Algarve e é impossível ouvir esse nome sem lembrar da menina que sumiu, Madeleine Mccan, sempre sinto um aperto no coração ao ver as fotos da criança e uma revolta por não termos uma resposta até hoje. 

Deixei esses pensamentos de lado quando Natan tropeçou no próprio cadarço e levou o maio tombo bem na minha frente. Se eu estivesse contando as vezes que vi Natan envolvido em algum desastre, já teriam passado de mil. Castiel o ajudou a se levantar e nós seguimos nosso caminho. Eu estava feliz por estar em uma praia, com certeza era um clima melhor do que estar cercada de concreto.

- Você sempre parece mais a vontade em ambientes tropicais. - Castiel entrelaçou nossas mãos.

- Um mar de sal é sempre melhor que um mar de Pedras.

- Você fica bem de biquíni. - Ele sussurrou em meu ouvido. - Principalmente aquele que é bem pequenininho.

- Castiel! - Dei um tapa em seu peito.

- O que é? - Ele riu.

- Bobão.

Finalmente chegamos ao hotel, era um dos mais bonitos que já ficamos. Tinha uma vista linda para o mar, eu poderia passar horas apenas sentada em silêncio. Não existia mais a dúvida se eu iria ou não dividir o quarto com Castiel, era automático. Só me dei conta de que estava a muito tempo parada quando ele me abraçou pos trás e beijou meu pescoço.

- No que está pensando? - Ele apoiou o queixo na minha cabeça.

- A alguns meses atrás eu estava passando pela pior fase da minha vida. - Senti o corpo dele ficar um pouco tenso. - E olha pra mim agora, mais feliz do que nunca.

- Sério? - Ele tirou o queixo de cima da minha cabeça e me virou de frente pra ele.

- Eu achava que sabia o que era felicidade. - Passei as mãos por seu rosto e ele fechou os olhos para apreciar meu carinho. - Mas só agora descobri como é de verdade.

- Está feliz mesmo passando três dias em cada lugar? 

- Estou feliz por quê estou passando três dias em cada lugar com você. - Ele abriu um lindo sorriso e eu não pude evitar de sorrir também.

- Você ta acabando com minha postura de roqueiro bad boy. - Ele me beijou. Eu não queria que ele parasse de me beijar nunca, eu sempre me sentia muito desejada quando seus lábios encontravam os meus e eu o desejava cada vez mais. - Não sente falta do seu lar? - Ele colou a testa na minha e seus olhos cinza encararam os meus.

- Meu lar é onde você está. - Eu disse sem pensar, mas era a mais pura verdade.

Ele abriu um pouco mais os olhos e prendeu a respiração, senti suas mãos saírem do apoio da varanda e segurarem com força minha cintura. Segundos depois nossos lábios estavam colados um no outro e nossas línguas brigavam desesperadas.

- Fala isso aí de novo. - Ele disse quando separamos nossos lábios.

- O quê? - Me fiz de desentendida. Castiel enfiou sua mão pelos cabelos da minha nuca e os puxou, minha boca foi colocada contra a dele com violência e eu gostei. Sabia onde isso ia dar.

Fui guiada lentamente até sentir a cama e cair sentada sobre ela, logo Castiel se inclinou por cima de mim e nos deitou. Minhas mãos foram até a barra da sua camisa, puxando ela de seu corpo, era sempre uma visão muito agradável. Sua boca foi para o meu pescoço e todos os poros do meu corpo se arrepiaram, mas foi quando suas mãos entraram em baixo da minha blusa que alguém bateu na porcaria da porta.

- Que droga. - Castiel xingou.

- Deixa que eu abro. - Dei um sorrisinho e me levantei.

- Oi! - Diana sorriu do outro lado da porta. - Tem tempo pra um café ou só vai ficar agarrada nesse macho feio agora?

- Ei! - Ouvi Castiel protestar.

- Claro que eu tenho tempo. - Sorri. - Só espera eu colocar uma roupa mais descente.

- Ta bom, eu te espero lá no hall. - Ela olhou pra dentro do quarto e fez careta pra Castiel antes de sair.

- Me traz alguma coisa pra comer? - Ele acompanhava meus movimentos, mas não levantou da cama.

- O que você quer?

- Não sei. - Ele se espreguiçou. - Você me conhece, traz qualquer coisa que eu vá gostar.

- Tudo bem. - Tirei o short que estava vestindo para pôr um vestido.

- Puta que pariu. - Ele xingou.

- O que foi? - O olhei asustada.

- Olha essa bunda, meu Deus. - Ele pôs a mão no rosto.

- Que susto, seu idiota!

- Essa calcinha é fio dental ou sua bunda que ta engolindo ela? - Ele não parava de me olhar, sabia que isso me deixava envergonhada.

- Castiel, para! - Me aproximei dele na tentativa de lhe dar um tapa, mas ele segurou minha mão e puxou com tudo pra cama.

- Ai. - Gritei com o susto.

- Escuta. - Ele prendeu meus pulsos contra o colchão. - Agora você ta escapando, mas a noite você não escapa.

- E quem disse que eu quero escapar? - Ergui minha cabeça e mordi seu lábio.

- Ta brincando com fogo. - Ele riu.

- Mais tarde você apaga. - Lhe dei um selinho e ele soltou minhas mãos. Pus o vestido e saí correndo para encontrar Diana.

Nós duas saímos andando a beira mar, procurando um restaurante ou qualquer outra coisa, tiramos nossos sapatos e caminhamos descalças.

- Então, finalmente rolou entre vocês. - Ela riu.

- Você estava certa. - Já comecei admitindo.

- Eu sempre soube. - Ela disse calmamente.

- Foi incrível. - Eu sorri toda boba.

- Ele se declarou com aquela música lá no bar?

- Sim. - Nós não encontramos um bar, então sentamos na areia.

- Imaginei. - Ela riu como se soubesse de algo.

- Você sabia?

- Eu imaginei. - Fiz um sinal para que ela continuasse. - A algumas semanas atrás, a mesma música tocou na rádio enquanto estávamos ensaiando. A reação dele foi muito engraçada.

- Como assim?

- Ele estava super concentrado compondo, mas, em um determinado ponto da música, ele parou os acordes da guitarra e ficou apenas ouvindo a canção na rádio. - Ela riu. Parecia estar lembrando da cena. - Então, quando a música acabou, ele ainda ficou uns cinco segundos fora do ar, aí ele levantou super apressado e saiu da sala dizendo que precisava ligar pra você.

- É sério? - Eu estava com um sorriso besta na cara.

- Sim. Todos nós rimos da situação e brincamos com ele quando voltou. Mas eu sabia que tinha algo a mais e quando vi ele te tirando pra dançar a mesma música, entendi o motivo dele ter agido como agiu da primeira vez que a ouviu.

- Nossa, se eu soubesse disso antes, acho que teria chorado.

- Castiel sempre se expressou melhor através da música. Ele é um ogro, mas é um ogro romântico.

- É sim.

- Eu fico feliz que ele finalmente se declarou pra você e mais ainda que você retribuiu.

- Você tinha dúvidas de que eu iria retribuir? - Sorri pra ela.

- Algumas. - Ela riu.

- Eu não tinha. - Pensei nele e nos momentos que vivemos. - Na hora eu sabia, que não tinha nenhuma dúvida.

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